Cidades

IDENTIDADE

Deputados propõem mudar nome de Mato Grosso do Sul para Estado do Pantanal

Proposta ocorreu durante debate sobre a preservação do bioma na Assembleia Legislativa; Riedel teria sugerido plebiscito

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Uma discussão antiga foi reacesa na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (17): a troca de nome do Estado. Deputados estaduais sugeriram a mudança de nome para Estado do Pantanal, como forma de dar identidade para o estado, que é constantemente chamado pelo nome do vizinho Mato Grosso.

A discussão sobre a mudança de nome de Mato Grosso do Sul para Estado do Pantanal é antiga e já chegou a ser debatida por diversas vezes ao longo dos anos na Assembleia Legislativa, mas o debate nunca prosperou.

O assunto foi levantado novamente na sessão de hoje pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT) durante debate sobre a importância da preservação do bioma.

"Eu acho que esse é o momento de se discutir um assunto que vai e vem, mas nós temos que resolver de uma vez por todas, que é a proposta de mudança de nome do estado do Mato Grosso do Sul. Não há um momento mais oportuno para este debate do que agora", disse.

Kemp afirma que a alteração traria vários ganhos para o Estado.

"Imagina os senhores se na Europa os europeus ficarem sabendo que no Brasil tem um estado que chama Pantanal. Quais são os benefícios da mudança de nome para Pantanal? Primeiro que nós vamos passar a ser conhecidos no Brasil e no mundo. O primeiro benefício seria tornar nosso estado conhecido, com identidade própria", justificou.

Segundo ele, sempre que sai de Mato Grosso do Sul para visitar parentes ou cumprir agenda em outras unidades da federação, as pessoas só se referem ao estado como Mato Grosso.

"Ninguém sabe da identidade do nosso estado, terra da Helena Meireles, de Délio e Delinha, do Manoel de Barros, ninguém sabe que aqui no Mato Grosso do Sul temos dois terços do Pantanal, oito etnias indígenas, a beleza de Bonito, Costa Rica, Bodoquena", argumentou.

O segundo benefício seria a preservação do Pantanal, pois, segundo o deputado, caso o nome fosse Pantanal, a responsabilidade de proteger o bioma seria imensurável. "Não podemos nunca deixar de cuidar daquilo que dá nome ao nosso Estado, é um compromisso".

O deputado Pedro Kemp (PT) sugeriu ainda que seja feito um plebiscito para saber o que a população pensa sobre a possível mudança. De acordo com ele, a sugestão do plebiscito partiu do governador Eduardo Riedel (PSDB).

"Nós daríamos um grande salto no sentido de tornar o estado conhecido e atrair turistas e investimentos para o nosso Estado", concluiu.

O deputado Professor Rinaldo (Podemos) se manifestou a favor da mudança do nome e afirmou que quase todos que tem parentes ou conhecidos fora do Estado já passaram pela situação de ter que corrigir o nome do Estado ou aceitar a nomenclatura errada para evitar discussões.

“Meus parentes de fora só falam Mato Grosso. Mato Grosso do Sul foi criado em 11 de outubro de 1977. As pessoas idosas a gente até perdoa, mas é inadmissível alguém que nasceu depois de 1977 e estudou geografia e história erra o nome do nosso Estado, é lamentável", disse Rinaldo.

"Eu sempre fui favorável a mudança do nome, é inconcebível artista, presidente, ministros, todo mundo que vem para cá chama a gente de Mato Grosso, é constrangedor, é a mesma coisa quando alguém te chama com outro nome que não é seu", acrescentou.

"Este é o momento para a gente discutir, fazer com que haja esta mudança de Mato Grosso do Sul para Pantanal, tenho certeza que vamos ganhar em todas as áreas, de forma especial nos investimentos que vão vir para cá".

O deputado Antônio Vaz (Republicanos) também somou ao discurso da confusão de nomes como um dos motivos para a mudança. Ele é paulista e afirma que, antes de vir para Mato Grosso do Sul, sempre ouviu as pessoas chamarem o estado de Mato Grosso.

“Meus familiares são todos de São Paulo e eles falam Mato Grosso", disse.

Ele acrescentou que teve a oportunidade de sobrevoar o Pantanal e ver as belezas do bioma, afirmando que a troca do nome do Estado favorecia também o potencial turístico do Estado.

“Sou favorável pela mudança do nome para Estado do Pantanal, tenho certeza que iríamos ganhar muito com isso, porque muita coisa que era para vir para o nosso Estado vai para o Mato Grosso, nós perdemos muito com isso”, concluiu.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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