Cidades

"VOLTA ÀS AULAS"

Educação presencial no pós pandemia passa pela ansiedade dos alunos e desmonte de tempos

Reclusão pandêmica tem reflexos até hoje nos estudantes, parte de um sistema educacional que há tempos não é prioridade de governo

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Após dois anos de atividades remotas por conta da pandemia, a educação brasileira sofre com defasagem, ansiedade nos alunos, além do retrospecto de desmonte vivido há tempos no Brasil, cenário esse que levou cerca de 4 milhões abandonarem a escola em 2021, conforme pesquisa do Datafolha. 

Quando, apesar de entregues pelos professores, não há o controle e organização das atividades escolares em casa, esses fatores contribuem para a defasagem encontrada na atual rotina presencial nas escolas.  

"O aluno em casa ele ficou com quem? Né? Porque os pais precisam sair pra trabalhar. Então a maioria trabalha os dois, a criança fica com vizinho, com uma avó e as atividades que os professores instrutores durante a pandemia nem todos fizeram", comenta a presidente em exercício do Sindicato Campo-grandense dos profissionais da educação pública (ACP), Zélia Aparecida Dos Santos.  

Entre os problemas, a nível nacional, a  Nova Escola - organização social que atua para apoiar professores da educação básica - apontou em uma pesquisa que, 65,8% professores do país avaliam que os alunos estão mais violentos. 

Essa pesquisa foi feita com 5.305 educadores, de forma online, por todas as regiões brasileiras entre os dias 8 e 22 de julho e é quase unânime (97,9%) entre os professores que o aumento da agressividade atrapalha o aprendizado. 

"A pandemia teve consequências negativas para toda a sociedade, mas as crianças e adolescentes sofreram mais por ter menos amadurecimento. Não é que elas ficaram dois anos sem ir para escola e perderam só conteúdos escolares, elas perderam dois anos de convivência social em um ambiente que é fundamental para o seu desenvolvimento", aponta Ana Ligia Scachetti, que é diretora da Nova Escola.

Problemas regionais

Entretanto, conforme a atual presidente da ACP, a violência física, apesar de existir, não tem sido tão relatada quanto outros problemas, tão complexos quanto esse de serem resolvidos.  

"Temos sim relatos de alunos que voltaram muito agitados, alunos com defasagem na aprendizagem. E também os pais muito exigentes no tocante de cobrar da escola e do professor".  

Zélia ainda cita a falta de internet adequada para que, em casa, os alunos pudessem acompanhar as aulas, e isso passa pelo investimento na educação, trabalho que, segundo ela, nenhuma Secretaria de educação, de nenhuma capital, consegue fazer sozinha.

"Propiciar aos alunos e professores uma internet de qualidade, um abiente de escola que seja totalmente planejado, sala de aulas confortáveis, com menos número de alunos por sala. Isso é muito importante para um trabalho eficiente", ressalta. 

Ela ainda cita a retirada de verbas, feita pelo Governo Federal, à pasta que administra todo o ensino à nível nacional, o Ministério da Educação, que já teve 5 ministros durante apenas 4 anos da gestão de Jair Bolsonaro. 

"Mais de R$ 700 milhões de verbas foram retiradas, 800 bibliotecas foram fechadas, de 2015 para cá. Então é um sistema de educação que ele está capenga. E isso vai uma reação em cadeia, porque nós temos os Estados, os municípios, e a pandemia ela agravou toda essa problemática", afirma Zélia. 

Ainda que problemas como a falta de equipamentos, celuares e computadores, além de internet em uma casa, estejam além da "jurisdição" de uma Secretaria Estadual ou Municipal de Educação, ela não descarta os possíveis erros regionais.

"Eles têm que ter um planejamento, algo que eu acredito que foi falho, porque tiveram 2 anos para preparar o retorno dessas crianças. E retornou quase da mesma maneira", diz. 

Vale ressaltar que a presidente em exercício da ACP estima que, essa defasagem de aprendizagem levará cerca de, no mínimo, 2 anos para ser recuperada.  

"Porque os alunos voltam com toda a agitação, indisciplina. A escola não produz essa violência, mas na escola acontecem os conflitos. E o professor com a sala superlotada, com alunos com deficiência junto, já que a inclusão é um trabalho bem feito em Campo Grande", destaca. 

Por fim ela comenta que as dificuldades são muitas, realidade com a qual os professores se depararam, e que precisará de uma mudança muito maior para serem resolvidas.  

"É preciso mexer em todo o sistema de educação de Campo Grande, e o Governo Federal fazer a lição de casa, recuperar o MEC que está totalmente desmantelado".

 

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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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