Cidades

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Do que é, e do que era

Do que é, e do que era

Redação

25/05/2010 - 07h32
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As “coisas” mudaram muito, muito mesmo, daquelas vividas há pelo menos meio século, sobretudo no campo da política. Se bem comparadas, creio que as de hoje ficam deveras a desejar. Me recordo pelo menos de um detalhe, aquele da palavra empenhada: uma vez dada para um compromisso político, seria rigidamente cumprida. Uma vez filiado a uma corrente política, acima de qualquer interesse pessoal ou digamos subalterno, o empenho em favor dela era sincero e incansável. Aliás, no eleitorado, pouco havia de cidadãos independentes de filiação partidária e, quando não filiados, faziam questão de identificar a sua posição política.

Nesse contexto, assisti, assim como vivi, muitos exemplos  que marcaram a personalidade de homens públicos, líderes de suas correntes partidárias, os quais em momentos em que os ventos da vitória não lhes eram favoráveis, jamais declinaram de suas posições de fidelidade ao compromisso político. Aqui, um episódio exemplar: era o ano de 1965, época eleitoral para a renovação de mandatos para governadores estaduais. Os partidos se movimentavam. Na ocasião, em Mato Grosso Uno, o PSD, o PTB e, evidentemente, a minha UDN, viviam momentos de exaltação e exultação para a escolha de seus candidatos a governança e vice.

Na coligação PSD/PTB, com a desistência do prefeito de Campo Grande,  Antônio Mendes Canale – natural candidato pela sua firme tradição partidária e por zelo ao compromisso de cumprir integralmente o mandato com aqueles que o levaram à prefeitura – o escolhido foi o engenheiro Pedro Pedrossian, expressão nova como político militante, porém com excelente folha de serviços como superintendente da antiga NOB – Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, cujos trilhos ainda cortam extensões de nosso Estado. Tornou-se Pedrossian o candidato das oposições.

Pela UDN, então no Poder, tendo como governador, no alto cargo pelo segundo mandato, o dr. Fernando Corrêa da Costa, um dos mais arrojados dentre os governantes de Mato Grosso, como atestam os lançamentos de algumas iniciativas no campo de estímulo à nossa infraestrutura econômica e social (lembra-se do aproveitamento energético das águas do rio Paraná, que redundou na construção da represa de Jupiá, em Três Lagoas, marco inicial do processo de eletrificação de toda a região sul do estado de Mato Grosso, juntamente com outra iniciativa sua, a usina hidroelétrica de Mimoso, em Ribas do Rio Pardo), a decisão para a escolha de seu candidato se deu por meio de uma renhida convenção partidária ocorrida aqui em Campo Grande, nos salões do então Clube Libanês. Três foram os candidatos disputantes: o então vice-governador José Garcia Neto, o ex-deputado federal José Manoel Fontanillas Fragelli e o produtor rural Lúdio Martins Coelho – que foi proclamado candidato.
Realizada a eleição estadual, dela foi vencedor o engenheiro Pedro Pedrossian, o qual realizou uma notável administração, sobretudo no campo da educação superior, com a criação das universidades estaduais de Campo Grande e de Cuiabá, ainda inexistentes e tão almejadas pelas comunidades das regiões Sul e Norte -  fato memorável porque constituiu a abertura de oportunidades ímpares para a formação acadêmica da mocidade mato-grossenses.
Mas, qual a conclusão que se tira daquelas campanhas pré-eleitorais se comparadas com o que se vê e assiste, tristemente, hoje? É de que naquela época, as disputas internas, mesmo ácidas, dificilmente levavam a cisões, os partidos partiam para a disputa coesos e o que valia era a bandeira partidária. Não havia essa compra e venda vergonhosa de vantagens: tempo de televisão, promessas de posições futuras e polpudas, recursos financeiros “por baixo do pano” para o custeio de campanha, e evidentemente outras “coisitas” e sinecuras mais...

Além da ausência dos princípios da fidelidade partidária, dos compromissos programáticos de obras e serviços em favor da comunidade – como havia naqueles tempos –, o que há hoje, na realidade, são pactos de baixo clero em que a tônica principal é a do “milão, milão, milão”, triste locução que a sempre presente e indiscreta tia Candinha propala a cada esquina!

Isto acontece aqui nas nossas bandas. Lá pelos ares planaltinos de Brasília, a conversa de bastidores nos meios situacionistas é o preço que a todo instante cobra o guloso PMDB, o qual além de empurrar goela abaixo o nome de seu hoje líder maior, Michel Temer, para vice da ex-guerrilheira Dilma Rousseff, parece desejar uma “boquinha” a mais.
Cícero, já lá no Senado da antiga Roma, profligava, e tinha razão: “ Oh! tempos, Oh! costumes!”.
 
Ruben Figueiró de Oliveira,  suplente de senador.

CAMPO GRANDE

Prefeita assume com o desafio de resolver novela do transporte

O novo mandato de Adriane Lopes iniciou ontem, e a gestora terá logo de cara um velho problema pela frente: o reajuste do passe de ônibus e a briga com a concessionária

02/01/2025 09h00

Passe de ônibus hoje na Capital custa R$ 4,75, mas reajuste extra pode impactar  e muito  esse valor

Passe de ônibus hoje na Capital custa R$ 4,75, mas reajuste extra pode impactar e muito esse valor Foto: Gerson Oliveira / Correio do EStado

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A prefeita Adriane Lopes (PP) tomou posse para mais quatro anos na Prefeitura de Campo Grande. Ela terá pela frente, porém, velhos problemas para resolver, como a briga que já dura anos com o Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo urbano da Capital.

O serviço – já indo para o 13º ano da concessionária – deve receber o reajuste da tarifa pública de ônibus e também deve definir o valor da tarifa técnica, que baseia o subsídio às gratuidades concedidas na cidade.
Segundo a prefeita, a definição dos reajustes devem ser tomados “nos próximos dias”, contudo, ela não deu a data para que isso ocorra.

“[Isso] vai ser avaliado pela nossa equipe técnica nos próximos dias, e [o valor do aumento] será definido nas próximas semanas”, limitou-se a dizer Adriane Lopes, durante a sua posse.

O principal problema é referente a um possível aumento acima do previsto para a passagem de ônibus, uma vez que – de acordo com matéria do Correio do Estado publicada em dezembro de 2024 – o Superior Tribunal de Justiça (STF) derrubou a decisão que impedia um aumento que poderia levar o passe de ônibus a custar quase R$ 8,00.

Conforme a reportagem, o STJ considerou nula a decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), Sérgio Fernandes Martins, no pedido de suspensão de liminar ingressada pela Prefeitura de Campo Grande contra decisão que favorecia o Consórcio Guaicurus.

Em fevereiro do ano passado, Martins anulou a decisão do desembargador Eduardo Machado Rocha, da 2ª Câmara Cível do TJMS, que considerou válido o pedido do Consórcio Guaicurus, o qual requeria o estabelecimento da data-base para o reajuste da tarifa de ônibus em outubro e também o reequilíbrio do contrato.

Com a medida, a tarifa técnica do transporte coletivo na Capital pode saltar dos atuais R$ 5,95 para R$ 7,79, o que deve impactar o valor pago hoje pelo usuário do serviço.

Esse imbróglio começou em outubro de 2023, quando a juíza Cíntia Xavier Letteriello, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, acatou um pedido do Consórcio Guaicurus em ação que solicitava o reajuste extra e a manutenção da data-base para outubro, como havia ficado estabelecido no contrato de concessão de 2012.

Ainda em dezembro de 2023, o desembargador Eduardo Machado Rocha cassou a decisão, acatando argumento de que os empresários, ao contrário do que alegavam, estavam obtendo lucros acima do previsto em contrato. Mas o mesmo magistrado, em janeiro do ano passado, voltou atrás e manteve a decisão da juíza de primeiro grau.

Foi então que a prefeitura entrou com um pedido de suspensão de liminar ao presidente do TJMS. Martins concordou com o fato de que a medida poderia resultar em um aumento exorbitante na tarifa de ônibus e acabou derrubando a decisão do seu colega desembargador.

Entretanto, o processo ficou parado no STJ até ser julgado pela Corte Especial, o que ocorreu em novembro do ano passado. Com a decisão de anular a decisão de Martins, o presidente do TJMS reconheceu a sentença e deu fim à reclamação feita pela prefeitura, o que abre margem para, agora, ocorrer um novo reajuste – dessa vez muito superior aos dos últimos anos.

No processo que corre na 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, para onde a ação voltou, as empresas pedem que a decisão deva ser executada, porém, ainda há necessidade de decisão da juíza do caso.

SAIBA

O que pode apaziguar a situação é a troca de comando no Consórcio Guaicurus, uma vez que, no dia 6, Themis de Oliveira assume a presidência do grupo, no lugar de João Resende, o qual estava no cargo desde 2012.

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INTERNACIONAL

Homem atropela multidão em rua de Nova Orleans e mata pelo menos 10

Depois de atropelar a multidão, o motorista desceu do veículo disparando uma arma de fogo

01/01/2025 20h00

O ataque aconteceu por volta das 3h do horário local. Segundo a polícia, um homem vestindo

O ataque aconteceu por volta das 3h do horário local. Segundo a polícia, um homem vestindo "equipamento militar" acelerou uma caminhonete contra pessoas que celebravam a virada do ano Foto: Reprodução

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Um homem jogou um carro contra uma multidão nesta quarta-feira (1º) em uma rua turística de Nova Orleans, nos Estados Unidos, matando pelo menos dez pessoas e ferindo mais de 35 nas primeiras horas de 2025, segundo autoridades locais. Ele foi morto pela polícia logo depois.

O ataque aconteceu por volta das 3h do horário local. Segundo a polícia, um homem vestindo "equipamento militar" acelerou uma caminhonete contra pessoas que celebravam a virada do ano na Bourbon Street, famosa rua do chamado Bairro Francês, uma das principais atrações turísticas da cidade.

Depois de atropelar a multidão, o motorista desceu do veículo disparando uma arma de fogo, com policiais atirando de volta -devido às celebrações de Ano-Novo, mais de 300 policiais estavam patrulhando a cidade no momento do ataque.

A chefe da polícia de Nova Orleans, Anne Kirkpatrick, disse que o homem atingiu dois agentes ao sair do veículo e que estava "completamente determinado a causar a carnificina e destruição que causou". Os policiais estão em situação estável.

O FBI, a polícia federal americana, informou que o motorista era um cidadão dos EUA nascido no estado do Texas e que carregava consigo uma bandeira do Estado Islâmico, o grupo terrorista ativo no Oriente Médio. O órgão disse ainda que encontrou e neutralizou duas bombas caseiras e que acredita que o autor do ataque não agiu sozinho.

A prefeita de Nova Orleans, a democrata LaToya Cantrell, chamou o ocorrido de um ataque terrorista. O governador da Louisiana, o republicano Jeff Landry, disse em uma publicação no X que "um terrível ato de violência aconteceu na Bourbon Street", pedindo que as pessoas evitem a região.

Já a Casa Branca disse em nota que o presidente Joe Biden foi informado do ataque e está em contato com as autoridades locais, tendo conversado por telefone com Cantrell e oferecido "todo o apoio" do governo federal.

"Pedi que minha equipe utilize todo recurso disponível ao longo do trabalho das autoridades para entender o que houve o mais rápido possível e se certificar de que não há mais nenhuma ameaça", disse Biden em nota.

O secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, que também é responsável pelo FBI, disse que as agências de segurança do governo atuarão no caso de terrorismo. "Meu coração está partido por todos aqueles que começaram o ano descobrindo que seus entes queridos perderam a vida nesse ataque terrível", disse.

Donald Trump, que assume a Presidência dos EUA no próximo dia 20, disse que seu futuro governo "apoiará completamente a cidade de Nova Orleans enquanto se recupera desse ato de maldade pura" e relacionou o ocorrido à imigração ilegal, apesar de não haver informações de que o autor do ataque fosse imigrante.

"Quando eu disse que criminosos entrando no nosso país são muito piores do que os criminosos que já estão aqui, o Partido Democrata e a mídia fake news refutaram essa frase constantemente, mas acontece que ela é verdadeira", escreveu Trump, a despeito do que já se sabe sobre o caso.

A chefe da polícia local afirmou que a maioria das vítimas no ataque era residente de Nova Orleans, não turistas. A economia da cidade depende do turismo, motivado pela história da região como berço do jazz e pelas celebrações de carnaval.

Além disso, Nova Orleans é conhecida por organizar grandes eventos -o Super Bowl, final da temporada de futebol americano e um dos maiores eventos esportivos do mundo, está marcado para acontecer lá em fevereiro.

Incidentes semelhantes já atingiram a cidade no passado. Em novembro de 2024, duas pessoas morreram e dez ficaram feridas em um tiroteio durante um desfile. Já em fevereiro de 2017, um homem atingiu uma multidão de turistas com uma caminhonete, ferindo mais de 20 pessoas. Segundo a polícia, ele teria usado uma alta quantidade de drogas.

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