Corpo do arquiteto chinês Kongjian Yu segue aguardando perícia, dois dias após queda de avião.
O exame necroscópico só pode ser feito com a presença e autorização formal da família, em respeito aos trâmites legais e tradições familiares. Não se sabe quando a família do chinês chegará em Mato Grosso do Sul.
Os corpos das outras três vítimas - Marcelo Pereira de Barros (piloto), Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz (cineasta/documentarista) e Rubens Crispim Junior (diretor/fotógrafo) - já passaram por exames necroscópicos e de identificação.
De acordo com a Polícia Civil, foram coletadas amostras para diferentes técnicas de identificação, incluindo confronto com registros médicos.
Em uma das vítimas foi possível realizar o processo de identificação necropapiloscópica (impressões digitais), que encontra-se em análise.
Todas as amostras biológicas passarão também por exame de DNA, procedimento que exige etapas laboratoriais específicas e maior prazo para conclusão.
"A Polícia Científica reitera que está aplicando todos os recursos técnicos disponíveis, com o objetivo de garantir respostas periciais seguras e responsáveis, respeitando os prazos necessários para que os corpos possam ser identificados e entregues com dignidade às famílias enlutadas", afirmou a assessoria de imprensa da corporação, por meio de nota enviada à imprensa.
KONGJIAN YU
Ele era um dos arquitetos e urbanistas mais renomados e conhecidos do mundo, além de um dos nomes mais respeitados da arquitetura paisagística mundial.
Professor na Universidade de Pequim e fundador da premiada Turenscape, seu trabalho revolucionou o urbanismo sustentável com projetos como o conceito de "cidades-esponja", voltado à integração ecológica nas metrópoles.
No dia 31 de agosto desse ano, Kongjian Yu participou de uma reportagem no programa Fantástico, na qual apresentou seu conceito de cidades-esponja como a solução para as enchentes. O arquiteto transformou o trauma de quase ter se afogado na infância em um conceito que hoje inspira mais de 250 cidades.
Na reportagem, Yu defendeu que água não é inimiga e propôs projetos que devolviam espaço aos rios para combater desastres climáticos.
Kongjian Yu esteve no dia 18 de setembro na abertura da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada na Oca, no Parque Ibirapuera, na zona sul da capital paulista.
Na sequência, ele viajou para fazer gravações sobre seu trabalho com um grupo de cineastas. Ele voltava de Campo Grande quando ocorreu o acidente. O arquiteto estava no Brasil desde o início de setembro, quando participou de uma conferência internacional.
ACIDENTE AÉREO
Avião de pequeno porte caiu e explodiu, na noite desta terça-feira (23), na região da Fazenda Barra Mansa - Pantanal Sul-mato-grossense, área rural de Aquidauana, município localizado a 141 quilômetros de Campo Grande.
A novela "Pantanal", da Rede Globo, foi gravada neste local. Esta é a segunda queda de avião de pequeno porte em menos de uma semana em Mato Grosso do Sul.
Quatro pessoas estavam a bordo e todas morreram na hora. Os corpos foram carbonizados devido à explosão.
As vítimas são Marcelo Pereira de Barros (piloto), Kongjian Yu (arquiteto renomado mundialmente), Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz (cineasta/documentarista) e Rubens Crispim Junior (diretor/fotógrafo).
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o avião Cessna, prefixo PT-BAN, fabricado em 1958, não estava habilitado para fazer o serviço de táxi aéreo e nem voo noturno.




