Cidades

Tiros coloridos

Dos tiros de cores ao combate planejado, Paintball é esporte para qualquer idade

Jogos acontecem todos os domingos no campo da avenida Gury Marques

Danielle Valentim

27/02/2016 - 12h00
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Para alguns uma brincadeira de disparos coloridos, para outros um esporte de combate que exige boa mira, concentração e planejamento para se esquivar e atingir o alvo. Pode até parecer agressivo, mas o paintball também é praticado por crianças. No Brasil, o esporte ganha cada vez mais adeptos e em Campo Grande, o grupo Corvus Paintball R.A é uma das 17  equipes existentes no Estado.

Os integrantes da Corvus jogam por hobbie há aproximadamente 1 ano e mesmo sem o calor de uma disputa real, os integrantes se reúnem todo os domingos para missões entre si. Líder da equipe, o autônomo Dvandressu Santos, de 24 anos, o "Didão", como é conhecido pelos amigos, conta que a paixão pelo esporte cresce a cada novo jogo e garante que antes de serem um time, os jogadores formam uma família.

"Eu sempre achei legal ver os amigos fardados e bem equipados parecendo "Militares". Logo em seguida um amigo me fez um convite e fui conhecer. Fui me apaixonando a cada jogo e daí em diante não parei mais", conta Didão.

Mesmo sem competições reconhecidas pelo Ministério do Esporte no Mato Grosso do Sul, as equipes de Campo Grande e demais regiões do Brasil, participam de um grande evento denominado Cavalo de Aço, que acontece no campo do Assault Paintball, em Campo Grande. 

O encontro atrai mais de 300 jogadores de várias regiões do Brasil e o jogo dura 24 horas. Durante o combate, são executadas diversas missões e disputas de melhor sniper, ou atirador, e melhor equipe do Brasil. Segundo o Didão, o Cavalo de Aço já entrou no calendário dos jogadores do Brasil e é muito aguardado por todos.

Para o integrante da Corvus e empresário Diogo Goldiano, de 27 anos, o paintball foi uma válvula de escape e possibilidade de prática de esporte. O jogador garante que além do exercício, desenvolve nos jogos o lado social e coletivo.

"Estou no paintball há seis meses e o que mais me motivou a começar a praticar foi a forma de jogo regrada, o FairPlay, a camaradagem, a organização. Para mim serviu como uma válvula de escape, pois aos domingos de manhã eu dormia, atualmente vou pro campo às 8:00 da manhã e fico até às 11:30. É uma forma alternativa de praticar atividade física, além de podermos compartilhar problemas e soluções como uma família, o que nos ajuda a crescer como jogador e como pessoa", relata Diogo.

CRIANÇAS EM CAMPO

A inclusão das crianças acontece como a de qualquer jogador. Os interessados a começar a jogar o paintball são submetidos a um briefing de instrução de como agir, como se proteger e usar todos os equipamentos de segurança. As regras são simples e de fácil compreensão como, por exemplo, nunca retire a máscara dentro do campo.

Além dos fiscais do campo, todos os jogadores ajudam os novos praticantes, pois o intuito é fazer com que o esporte cresça, sem assustar ou afastar ninguém.

Diogo ressalta, que acidentes acontecem em qualquer esporte e no paintball não é diferente. Porém, o uso correto de todos os equipamentos de segurança impedem que os jogadores se machuquem. 

As "munições", são bolas de tinta, a base de água e não tóxica, facilmente destrutivas e as "armas" chamadas de marcadores, são equipamentos regularizados, que não levam perigo, pois existem travas de proteção para dispararem somente depois do acionamento do gatilho.

ORIGEM

A origem do Paintball é meio incerta: tanto cidadãos do Canadá quanto dos Estados Unidos reivindicam a criação da brincadeira. O certo é que o paintball surgiu há cerca de 30 anos, e se originou de uma brincadeira praticada por trabalhadores de madeireiras. 

Para marcar as árvores que seriam posteriormente derrubadas, os trabalhadores usavam um marcador que se assemelhava a uma arma, e que atirava bolinhas de tinta coloridas nas árvores.

No final do expediente, para relaxar e se divertir um pouco, os trabalhadores usavam os marcadores com tinta como armas e jogavam um jogo semelhante a “roube a bandeira”, em que eles usavam a arma para marcar os outros trabalhadores, eliminando-os da brincadeira.

RECONHECIMENTO NO BRASIL

Segundo a Federação de Paintball do Estado de São Paulo (FPESP), em vários países o Paintball é reconhecido como esporte e mantém circuitos e competições regulares. No Brasil, a Lei Pelé de 1998 deixou livre a atividade esportiva, em duas modalidades: paintball de Competição e o paintball recreativo, sendo a primeira regulada por normas nacionais e internacionais, enquanto a segunda é caracterizada pela atividade que visa apenas divertimento e distração.

Na modalidade recreativa todos os públicos podem jogar, já no paintball de competição, somente atletas preparados fisicamente e com equipamentos específicos podem entrar em campo.

Os locais para a prática de paintball geralmente são grandes campos abertos com diversos cenários e diferentes obstáculos, o que tornam os jogos ainda mais interessantes. 

O objetivo dos jogos é basicamente atingir o adversário usando um marcador de ar comprimido ou CO2 que atira bolas de tinta colorida.

Cada modalidade tem sua particularidade, regras e formas de disputas independentes e definidas:

- Speed-Ball: é marcado pela agilidade e performance de seus jogadores que disputam partidas entre equipes formadas por 3, 5 ou 7 homens cada, disputadas com um tempo limitado (normalmente 5 min), vence quem conseguir capturar a bandeira e a levar ao ponto previamente determinado pela organização, eliminando o maior número possível de adversários, mediante disparos em qualquer lugar do corpo;

- Cenário: se define pela prática e pela encenação de conflitos entre grupos opostos com missões a serem cumpridas, muitas vezes têm por inspiração batalhas famosas que ocorreram no século 20 e 21. Nesta modalidade os jogadores se dividem em exércitos cujo sucesso dependerá da capacidade de comunicação, estratégia e habilidades de cada equipe. Pela própria dinâmica, as partidas costumam ter duração que varia de 30 min há algumas horas;

- Cenário Real-Action: como o próprio nome sugeri “Real-Action” ou “Ação Real” possui as mesmas características da modalidade “Cenário”, mas busca o maior realismo possível, de forma que cada jogador assume uma função específica dentro do batalhão (especialista), tais como: engenheiro, armeiro, médico entre outros.

Além disso, há controle de munição e a eliminação do jogador dependerá do local em que a bolinha venha a estourar, por exemplo: na cabeça e colete elimina na hora, nas pernas e braços o jogador anula a utilização do membro atingindo até a chegada do médico que vai limpar a tinta e fazer uma tala no local, já no marcador o jogador fica impossibilitado de atirar até a chegada do E-tec (Armeiro).

EM CAMPO GRANDE

Os jogos na modalidade Real Action acontecem todos os domingos das 8:00 às 11h30min, no campo Assault Paintball , na Avenida Gury Marques, 7034, em Campo Grande.

No último natal, a direção do Campo localizado em Campo Grande arrecadou presentes durante o evento Cavalo de Aço para doar à uma instituição de caridade. Para a Páscoa, os integrantes do Corvus programam nova ação solidária.

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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