Dois casos de feminicídio foram registrados em Campo Grande neste fim de semana. Uma das vítimas foi atropelada e arrastada no Nova Campo Grande, enquanto a outra foi vítima de mais de 30 facadas, no Santo Antônio.
O caso mais recente foi registrado na manhã de hoje, mas a suspeita é que o crime tenha sido cometido entre sábado e domingo, em uma casa no bairro Santo Antônio. A vítima é uma mulher que ainda não teve a identidade divulgada.
Segundo informações apuradas pelo Correio do Estado, um homem de 52 anos ligou para a irmã, na manhã desta segunda, informando que havia matado uma pessoa a facadas.
A irmã foi até a casa, constatou o crime e acionou o Corpo de Bombeiros. No local, conforme o tenente Carlos Sanches, do Corpo de Bombeiros, foi feita a constatação do óbito e a equipe se impressionou com os sinais de violência. Informações preliminares são de que a vítima morreu com mais de 30 facadas.
“Nosso trabalho foi vir até o local para verificar a situação, é infelizmente de óbito de uma mulher, por volta de 42 anos, encontrada com vários sinais de violência, várias facadas pelo corpo, e provavelmente, já há mais de um dia”, disse o tenente.
“Não dá para dizer onde foi [o crime], tem sinais de sangramento em mais de um cômodo, então ela foi encontrada em um comodo, mas tem sinais de sangramentos em outros”, acrescentou o Sanches.
O tenente da Polícia Militar, Paulo Goes, disse que a PM foi acionada por volta das 9h, inicialmente com informação de que havia ocorrido um homicídio.
"Chegando no local, a casa se encontrava fechada e, logo após, chegaram parentes e abriram e foi constatado o óbito de uma senhora jovem. Até o momento, antes da chegada da Polícia Civil, nós tratamos como homicídio, mas se trata de um feminicídio e será encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam)", explicou o policial.
O homem de 52 anos tem problemas psiquiátricos e foi preso em flagrante no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Vila Almeida. Ele teria dito à irmã que contratou a mulher para supostamente fazer um programa e, por motivos que ainda serão apurados, matou a vítima.
Uma perícia será feita no local para apurar as circunstâncias do feminicídio.
Outro caso
A outra vítima é Andressa Fernandes Teixeira, 29 anos, que foi atropelada e arrastada pelo marido, Willames Monteiro dos Santos, no sábado (20), na noite de sábado.
Os filhos do casal, sendo uma criança de 3 anos e uma de 11 anos, presenciaram o crime.
Em entrevista coletiva, a delegada da Deam, Marianne Souza, disse que o casal estava sentado em frente de casa bebendo e, quando o suspeito iria sair pela terceira vez para buscar mais bebida, a mulher tentou impedir pois ele já estaria embriagado.
Mesmo assim, Willames entrou no carro e deu ré, atropelando a esposa e a prensando contra o portão da casa. Na sequência, ele saiu com o carro e vítima foi arrastada por cerca de 10 metros.
Testemunhas divergiram, com uma dizendo que o homem parou o carro ao ser avisado que a esposa estava sendo arrastada, enquanto outros dizem que ele passou por cima dela mais de uma vez.
"Temos informações que a filha de 11 anos teria pedido ajuda em um grupo da família, familiares começaram a chegar, tiraram ela de baixo do carro, ainda em tese aparentemente com vida, mas quando o socorro chegou ela já não tinha sinais vitais", disse a delegada.
O homem estava transtornado e precisou ser contido, pois estava atrapalhando o trabalho da perícia. A polícia afirma que ele tentou resistir a prisão, mas não fugir do local.
O carro também foi retirado do local e será investigado se foi na intenção de atrapalhar as investigações e perícia técnica. Caso seja constatado essa tentativa, as pessoas que moveram o veículo poderão ser responsabilizadas.
O casal estava junto há 12 anos. Uma vizinha relatou que o relacionamento era conturbado, com brigas constantes.
A titular da Deam, delegada Eliane Benicasa, disse que não havia registro recente de boletim de ocorrência.
"É importante dizer que mão possuía nenhum boletim de ocorrência recente, mas apenas um em 2023, um boletim de vias de fato, onde, de acordo com o que nós apuramos, ela sequer pediu medida protetiva e durante o atendimento ela acabou saindo da delegacia", disse a delegada.


Ministério Público de MS recolheu malotes com documentos de empresas alvo da operação durante a manhã de sexta-feira na Capital - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado


