Cidades

entrevista

David Hodge: "É importante que o Pantanal tenha mais visibilidade"

Em entrevista ao Correio do Estado, o cônsul-geral diz que o evento que começa amanhã na Capital será uma oportunidade para envolver todos os atores na conservação do bioma

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Cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo (SP) desde julho de 2021, o diplomata sênior David Hodge estará amanhã em Campo Grande para abrir o Fórum Pontes Pantaneiras, evento que vai durar três dias e que pretende discutir alternativas sustentáveis para o bioma.

O responsável pelo consulado dos EUA na capital paulista, que também abrange o interior de SP, Paraná e Mato Grosso do Sul, acredita que o evento, que tem o apoio da representação diplomática norte-americana no Brasil, dará mais visibilidade ao Pantanal. 

“Em muitos lugares do mundo, sabemos que todos já conhecem a Amazônia, mas sabemos também que o Brasil é bem mais que um único bioma”, afirma.

No evento, Hodge estará ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB) e garante que será uma excelente oportunidade para que autoridades, organizações não governamentais (ONGs), agricultores, empresários e a população pantaneira discutam o futuro do bioma.

O representante dos EUA ressalta ainda que as parcerias com as polícias de Mato Grosso do Sul para a segurança na fronteira continuam. Confira na entrevista a seguir.

Qual a expectativa para o Fórum Pontes Pantaneiras, que será promovido em Campo Grande nesta semana e que vai tratar de iniciativas para a preservação do Pantanal?

Acredito que vai ser importante para dar mais visibilidade ao Pantanal em questões como sustentabilidade, conservação, entre outras relacionadas.

Essa foi uma iniciativa que foi lançada pouco depois de um evento ocorrido há cinco anos, em 2018, organizado pelo instituto de conservação biológica Smithsonian e o SOS Pantanal. Na época, surgiu a ideia de fazer um evento maior e mais abrangente, como esperamos que deverá ser esses próximos três dias de fórum.

Como a comunidade internacional está observando o que acontece no Pantanal?

Em muitos lugares do mundo, sabemos que todos já conhecem a Amazônia, mas sabemos também que o Brasil é bem mais que um único bioma.

No passado, os incêndios estiveram nas notícias internacionais, assim como outros temas relacionados ao Pantanal, tais como uso sustentável e conservação, também trazendo mais importância para a situação dos povos indígenas e quilombolas.

No que diz respeito às mudanças climáticas, também estamos atentos a essa temática, porque em toda parte do mundo as comunidades mais pobres são as mais afetadas.

O governo Biden tem mostrado um grande comprometimento no combate às mudanças climáticas e na agenda verde. Como o bioma pantaneiro se insere neste contexto?

Eu acho que o combate à crise climática é uma coisa que os dois presidentes, Lula e Biden, têm em comum. Esse compromisso entre eles ficou claro, em grande parte, após uma conversa que os dois tiveram em fevereiro, depois da posse do presidente Lula.

Por meio dos governos e de vários ministérios, essa conversa tem seguido entre os dois países.

O governo norte-americano, por meio de seus ministérios e da Fundação Nacional de Ciência, entende que o Brasil é muito mais que a Amazônia, que todos os biomas que temos aqui são importantes para a conservação e para o uso sustentável.

Além do apoio a esse evento, de que outra forma o governo norte-americano tem se envolvido com a preservação ambiental aqui em Mato Grosso do Sul?

Há dois anos, em 2021, a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional, o Usaid, em parceria com o governo brasileiro e com o Serviço Florestal dos EUA, lançou o programa de manejo florestal e prevenção de incêndios no Brasil.

Esse programa continuará durante cinco anos e vai compartilhar componentes de prevenção e gestão contra incêndios florestais, além de governança, gestão das florestas, utilização dos recursos naturais e uso das terras públicas no Brasil.

Também doamos R$ 120 mil em equipamentos como repetidores de sinal e antenas verticais, que vão beneficiar o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis], o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e o PrevFogo.

E essa parceria com o Serviço Florestal continua. Lançamos um congresso virtual com especialistas de diferentes biomas, e também há uma troca de experiências entre o Brasil e os Estados Unidos para prevenir incêndios.

Também vivemos o mesmo drama, como a situação tão triste que está ocorrendo no Havaí e que está piorando em diversas partes do mundo. Por isso é importante a troca de experiências entre o Brasil e os Estados Unidos.

Como essa troca de experiências pode proceder? Também é possível aprender com o que acontece aqui no Brasil?

É possível trocar experiências. Eu trabalhei na embaixada de 1996 a 1999. Naquela época, assinamos um acordo quando o presidente Bill Clinton veio para cá, em uma parceria entre o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e o Parque Nacional Everglades, na Florida.

Os dois parques têm um contexto parecido, onde se tem de lidar com a população crescente, com o uso do fogo e com a agricultura, além dos interesses desse setor que também é superimportante para a Florida, assim como também é para Mato Grosso do Sul e para Mato Grosso. Então, essa cooperação é importante, porque um país aprende com o outro. 

O governo de Mato Grosso do Sul pretende anunciar uma nova Lei do Pantanal, a fim de equacionar a exploração e a ocupação do bioma. Essas experiências daqui do Estado são parecidas com as que estão acontecendo mundo afora? Ou, pelo menos, poderão servir de exemplo?

O fórum será importante, pois haverá várias mesas redondas para juntar vários atores – dos governos, das ONGs, do setor privado, dos agricultores, etc. É preciso haver essa troca de informações para que todos trabalhem juntos e queiram a mesma coisa: um uso sustentável e a conservação.

Esse evento vai ser fundamental para a troca de informações entre os brasileiros e também entre os participantes de outros lugares.

Além da atuação no meio ambiente, o Consulado-Geral dos EUA e a embaixada desenvolvem outras parcerias aqui no Estado. Quais são?

Sim. Falamos um pouco sobre o meio ambiente, mas também temos parcerias culturais e educacionais. Em todas elas, buscamos pessoas por todo o Brasil para participar de nossos programas, não só de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Brasília, etc.

Temos o Jovens Embaixadores, programas para profissionais, entre outros. Então, temos essa ligação com os profissionais e com as universidades, por meio da EducationUSA. São mais de quatro mil faculdades, que ajudam a escolher o melhor lugar.

Além da cultura, da educação e do meio ambiente, temos uma cooperação importante na área da segurança.

Eu visitei a fronteira lá em Guaíra [no Paraná, entre Mundo Novo e Salto del Guairá], e há dois anos doamos mais de R$ 4 milhões em equipamentos, como óculos de visão noturna, câmeras de calor, algemas, aparelhos de comunicação, entre outros, para as polícias Federal, Civil e Militar dos estados de Mato Grosso do Sul e do Paraná.

Sabemos que a fronteira com o Paraguai e com a Bolívia é um território enorme, superdifícil, que tem alta incidência de tráfico. E isso faz parte do desafio que o Brasil tem com as organizações criminosas.

Virá uma colega minha nessa viagem para continuar essa conversa com as polícias, para verificar como está o uso dos equipamentos doados e como poderemos colaborar no futuro.

Sei que você já conhece Mato Grosso do Sul. Além de vir aqui a trabalho, também pretende fazer turismo no Estado?

Quero sempre trazer mais turistas para o Brasil. Temos muitos turistas brasileiros que vão para os Estados Unidos.

Eu, pessoalmente, pretendo trazer alguns turistas para conhecer o Pantanal e o estado de Mato Grosso do Sul. Essa troca, do ponto de vista pessoal, é muito importante também.

Cidades

Portaria autoriza IBGE a contratar 39 mil temporários para Censo Agro e de população nas ruas

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado

18/12/2025 19h00

Agentes do IBGE em MS

Agentes do IBGE em MS FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) E O Ministério do Planejamento e Orçamento informaram a autorização de contratação temporária de 39.108 trabalhadores para atuarem no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na realização do Censo Agropecuário e do Censo da População em Situação de Rua. A Portaria Conjunta MGI/MPO Nº 90 liberando as admissões foi publicada na quarta-feira, 17.

"As contratações têm como objetivo viabilizar a operacionalização dos levantamentos censitários, que envolvem desde o planejamento técnico até a coleta, supervisão e processamento das informações em todo o território nacional. Os contratos serão firmados nos termos da Lei nº 8.745, de 1993", informou o MGI, em nota à imprensa.

A seleção e ingresso dos trabalhadores temporários ocorrerá através de processo seletivo simplificado, observando as políticas de reserva de vagas previstas em lei e assegurando que "todas as etapas do certame estejam alinhadas à efetividade das ações afirmativas".

A portaria determina que o IBGE defina a remuneração das vagas, "respeitando os critérios legais relacionados à relevância e à complexidade das funções".

O edital de abertura das inscrições para o processo seletivo simplificado será publicado em até seis meses, "contados a partir da publicação do ato normativo".

O IBGE ainda aguarda a aprovação do orçamento de R$ 700 milhões necessários aos preparativos do já atrasado Censo Agropecuário em 2026, para que possa ir à coleta de campo em 2027.

O cronograma inicial previa os preparativos em 2025 e coleta em campo em 2026, mas foi adiado por falta das verbas demandadas no orçamento da União. O levantamento censitário prevê a coleta de informações de cerca de 5 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País.

No novo cronograma, caso os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual sejam garantidos, o IBGE dará início em outubro de 2026 ao cadastro de estabelecimentos para coleta de dados online, que começaria a ser feita em janeiro de 2027. Em abril de 2027 teria início a coleta presencial.

 

Prognóstico

Verão começa neste domingo e será marcado por calor acima da média em MS

Prognóstico aponta que podem ocorrer ondas de calor no Estado, enquanto as chuvas serão irregulares e podem ficar abaixo da média para a estação

18/12/2025 18h44

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul

Calor deverá ficar acima da média durante o verão em Mato Grosso do Sul Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começa às 11h03 (horário de MS) deste sábado (21) e será marcado por chuvas irregulares e temperaturas elevadas em Mato Grosso do Sul. É o que aponta prognóstico divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec).

A estação, que vai até o dia 20 de março de 2026, é climatologicamente caracterizada pelos dias mais longos e noites mais curtas, calor, maior disponibilidade de umidade na atmosfera e aumento significativa de pancadas de chuvas.

O primeiro dia do verão é o dia mais longo do ano e a noite mais curta.

Calor acima da média

De acordo com o prognóstico, a tendência climática para este verão em Mato Grosso do Sul indica temperaturas acima da média histórica, ou seja, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal no Estado.

"Essa condição favorece a ocorrência de períodos mais quentes, sobretudo em dias com menor nebulosidade e ausência de precipitação", diz o documento.

Quanto as temperaturas, a média da estação varia entre 24°C a 26°C. A previsão para o trimestre janeiro-fevereiro-março de 2026 indica que as temperaturas ficarão ligeiramente acima da média histórica, com máximas acima de 30°C.

Segundo o Climatempo, o verão deverá ter maior influência da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) e a estação terá períodos de veranico, quando várias áreas do País terão dias mais quentes do que o normal, com menos chuva do que o normal para o período.

O Sul do Brasil e as áreas de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai devem enfrentar períodos de calor intenso, que eventualmente poderão ser considerados como onda de calor, segundo o Climatempo.

Dessa forma, a previsão aponta para um trimestre com condições mais quentes que o normal em Mato Grosso do Sul.

Chuvas irregulares

A média de chuva que é esperada para o verão, conforme os dados históricos baseados em períodos de 30 anos pelo Cemtec, indicam que as precipitações variam entre 400 a 600 mm. 

Para o verão 2025/2026, a tendência climática indica uma previsão  de irregularidade na distribuição das chuvas ao longo do trimestre.

"Os volumes de precipitação tendem a oscilar em torno da média histórica, podendo apresentar totais ligeiramente acima ou abaixo da média histórica", diz o Cemtec.

Uma característica marcante do verão é a ocorrência de rápidas e frequentes mudanças nas condições do tempo. São comuns as chuvas de curta duração e forte intensidade, conhecidas como chuvas de verão.

Segundo o Cemtec, dependendo do ambiente atmosférico atuante, esses eventos podem evoluir para tempestades intensas, acompanhadas de descargas elétricas, rajadas de vento e, ocasionalmente, granizo.

Em razão da intensidade pluviométrica concentrada em curtos intervalos de tempo, essas chuvas podem ocasionar impactos como alagamentos, enxurradas e elevação rápida do nível de córregos e rios, situações típicas do período de verão.

A maior frequência dessas tempestades ocorre, geralmente, no período da tarde, em decorrência do aquecimento diurno mais acentuado e dos mecanismos de modulação diurna da atmosfera.

Além disso, o verão é o período do ano de maior incidência de raios.

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