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Efeitos do La Ninã podem impactar em incêndios florestais no Pantanal

Fenômeno que se intensifica a partir de julho em Mato Grosso do Sul foi um dos causadores do recorde de áreas queimadas no bioma em 2020; previsão é de que próximos 3 meses sejam secos

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As baixas temperaturas e a garoa fina do fim de semana não foram o suficientes para diminuir a preocupação com o avanço dos focos de incêndios no Pantanal.Neste mês de julho a atuação do fenômeno La Ninã começa a se manifestar com mais intensidade, podendo manter o regime de seca até setembro, o que preocupa brigadistas do Prevfogo. 

Em entrevista para o Correio do Estado, o coordenador do Prevfogo em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, explicou a preocupação com a interferência do fenômeno La Ninã nas  condições climáticas no Pantanal.

“Neste mês de julho vai pegar com mais força o fenômeno La Ninã, e foi na época do La Ninã que teve aquele grande incêndio de 2020. Então a gente está preocupado que o La Ninã pegue força em julho, agosto e setembro, e nestes três meses normalmente chove pouco no Pantanal, então isto interfere no comportamento do fogo”, disse Yule.

Neste ano o período de grande possibilidade de incêndios no bioma aconteceu antes do previsto, devido a seca no Estado no mês de junho, portanto esta estiagem de julho, agosto e setembro já vem ocorrendo de forma antecipada.

“Diversos fatores interferem no comportamento do fogo, o tipo de combustível, o relevo onde está ocorrendo o incêndio florestal e as condições climáticas. Sobre o clima já estamos enfrentando um longo período de estiagem, aqui em Corumbá vamos chegar em 80 dias sem chuvas expressivas”, disse.

Em 2020 a totalidade de área queimada no Pantanal foi de 3.909.075 hectares (26% do bioma) queimados, os incêndios começaram a se intensificar no Pantanal a partir do mês de julho. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), até o úlitmo sábado (29) foram consumidos pelo fogo 700 mil hectares no Pantanal, registro que preocupa já que os índices de incêndios florestais deste ano já estão no mesmo patamar do que ocorreu em agosto de 2020.

Dados do Lasa/UFRJ mostram que no ano do recorde de queimadas, esse patamar foi alcançado apenas no dia 5 de agosto, quando mais de 717 mil hectares haviam sido queimados.

SECA DEVE SEGUIR

Conforme informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS) o período de seca no Estado vem se estabelecendo desde o fim do ano passado.

Esta seca influenciou para que a área queimada no Pantanal neste ano, comparado com os registros de 2020, esteja mais elevada. Já que em 2020, até o mês de junho, 266 mil hectares foram queimados no Pantanal, e neste ano, já passaram dos 700 mil ha.

Do sábado (29) até este início de semana as temperaturas diminuíram em Corumbá e em algumas regiões do Estado com chuva fraca, porém a quantidade de milímetros não deve impedir o progresso da seca no Mato Grosso do Sul. 

Segundo o Cemtec, entre hoje e quinta-feira (4) a previsão indica a volta do tempo estável, com sol e poucas nuvens. Estão previstas temperaturas mínimas entre 12-17°C e máximas entre 29-32°C para as regiões sul e sudeste. Nas regiões pantaneira e sudoeste esperam-se mínimas entre 16-21°C e máximas entre 32-34°C. 

Nos próximos três meses (julho, agosto e setembro) é esperado em Mato Grosso do Sul que a precipitação fique abaixo da média histórica e as temperaturas acima da média, demonstrando que a expectativa é que o período de seca se estenda no decorrer do segundo semestre do ano.

Referente a La Ninã, de acordo com o Cemtec, o fenômeno deve prevalecer no mês de setembro, trazendo para o Estado frentes frias mais curtas e secas.

EFETIVO PREVFOGO

Atualmente no Pantanal sul-mato-grossense 183 pessoas do Ibama/Prevfogo atuam na operação de combate as chamas, além de equipes do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e da Força Nacional, além de brigadistas de outras instituições Segundo o coordenador do Prevfogo no Estado, por causa da previsão de continuidade da seca, o contingente vai aumentar nesta semana, ficando com 232 pessoas na operação.

O Ibama/Prevfogo possui no combate aos incêndios florestais seis aeronaves, sendo  quatro aviões Air Tractor e dois helicópteros.

No solo o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais possui seis caminhonetes 4x4, um caminhão preparado para o combate aos incêndios, dois veículos que transportam brigadistas, e ontem um Posto de Comando Móvel foi instalado em Corumbá para o Prevfogo.

Saiba

De acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Mato Grosso do Sul, no mês de junho, teve 2.737 focos ativos de incêndios florestais registrados, sendo este o maior número de focos de fogo de toda a série histórica da pesquisa.

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Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

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Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

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