Cidades

Novo morador da Capital

"Ela perdeu o medo de ver o homem como um predador", afirma professor sobre onça que atacou Jorge

O animal chegou ao CRAS na manhã desta quinta-feira e passará por bateria de exames.

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O professor e pesquisador Gediendson Araújo afirmou nesta manhã (24) que a onça responsável pelo ataque a Jorge Ávalo no Pantanal “perdeu o medo de ver o homem como um predador maior que ele, inclusive, e acabou tendo essa situação como desfecho. É um caso muito atípico, mas está muito relacionado à aceitação de um animal silvestre à presença de humanos”. 

A onça chegou ao CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (24). O animal é um macho de 94 quilos e foi capturado durante a madrugada, por volta das 4h da manhã na região onde ocorreu o ataque, próximo ao pesqueiro Touro Morto, em Aquidauana. 

Segundo o secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Educação), Artur Falcette, “o animal deve ficar no CRAS durante os exames que serão realizados, sua estabilização e recuperação. A partir daí passa a integrar o programa federal e vai ser direcionado pelo ICMBio”. 

A equipe da PMA realizou a captura do felino com o uso de armadilhas, montadas na mesma área onde o animal esteve na noite de terça-feira (23), quando invadiu o local onde Jorginho trabalhava, para ter maior certeza. 

“Não é normal uma onça pintada ficar tão próxima de um local que tenha pessoas. A gente viu que com todo o barulho que estava no dia anterior, de chalana, o animal voltou e a gente viu pelo padrão das pegadas e tem umas câmeras que a gente viu que é um animal que tem o costume de andar lá, por isso a gente acha que é o animal que estava tentando entrar na casa”, explica Araújo.  

O animal está abaixo do peso, deveria ser por volta de 120 quilos, o que leva a investigações sobre o estado de saúde do animal pela Polícia Civil, além de confirmar se estes fatos têm relação com a motivação do ataque que causou a morte do caseiro. 

O CRAS irá realizar todos os procedimentos de saúde no animal, com coleta de materiais para análise e realização de exame de imagens,“toda a parte de check-up e de saúde. Como é um caso muito atípico, a partir da avaliação clínica e de sanidade, vamos ver qual doença que ele tem, porque não é normal o animal desse porte estar tão magro e, assim, podemos tentar relacionar ao caso”, explicou o professor Araújo. 

Questionado sobre a prática da ceva, que é o ato de alimentar animais selvagens, na região do pantanal, o professor afirma que “infelizmente, a gente vê alguns casos em locais onde acaba tendo a ceva, pessoas que fazem isso para ver o animal mais de perto, mas isso acaba gerando um conflito, até porque o animal vai ver a pessoa que está dando o peixe, por exemplo, como alguém que não é perigoso pra ele e pode gerar alguma lesão e até incidentes mais graves” e complementa que “é uma prática que acontece, isso tem tudo para dar errado”. 

Ceva proposital e ceva involuntária

A ceva proposital é o ato consciente para atrair um animal para perto. Já a involuntária, se dá através de restos deixados após pescarias, por exemplo. O comandante do pelotão de Porto Murtinho da PMA explica que as duas práticas configuram crime ambiental.

“A ceva é uma ação proibida tanto na legislação federal quanto na estadual, existe a previsão de aplicação de pena, é proibido. A ceva geralmente se faz em área de preservação permanente, que são áreas protegidas por mananciais, margens de rios e outras áreas. Então, a pessoa que faz o seu acampamento irregular na margem de rio para a prática de pesca, já está cometendo algo ilícito ambiental. E se deixar resto de lixo, como sacola plástica, ele está cometendo crime ambiental”, afirma. 
 

CONFLITOS AGRÁRIOS

Queda do marco temporal preocupa produtores de MS

Em julgamento no STF, os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino já votaram pela inconstitucionalidade da tese que limita as demarcações de terras indígenas

16/12/2025 08h40

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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A retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade da tese do marco temporal, ferramenta que determina que terras só podem ser demarcadas se indígenas as estivessem ocupando quando a Constituição Federal foi promulgada, em outubro de 1988, tem causado preocupação aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul, estado com a terceira maior população indígena do País.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a conciliação realizada ao longo de 10 meses no STF entre produtores rurais e representantes dos indígenas foi produtiva e rendeu alguns apontamentos, entretanto, a possibilidade de derrubar a tese do marco temporal, que foi aprovado pelo Congresso Nacional mesmo após a Corte o ter entendido como inconstitucional, preocupa o setor.

Ao Correio do Estado, Bertoni afirmou que a discussão no STF rendeu “pontos positivos”, como a indenização aos donos das propriedades demarcadas, a possibilidade de o produtor ficar com a posse da área até ela ser paga, o acompanhamento de todo o processo de levantamento de dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a reintegração de posse.

“O que nos deixa preocupado é a queda do marco temporal. Discutimos muito isso, dizendo que o marco temporal não limita os direitos dos povos originários, ele simplesmente mostra a trava que tem naquele período em que os indígenas ocupam as suas terras e as próximas áreas eles teriam que comprar e desapropriar. Isso está no Estatuto do Índio, onde diz que a qualquer tempo eu posso criar novas reservas, então, a preocupação nossa é só com o marco, para fazer com que isso seja travado e dali para a frente começar a fazer indenização justa e prévia, e que a União não quer indenizar. Então, não adianta eu resolver uma injustiça com os indígenas criando outra com os produtores rurais”, declarou o presidente da Famasul.

Até este momento, dois ministros já votaram no julgamento, Gilmar Mendes, que foi o relator da matéria no STF, e Flávio Dino. Ambos votaram pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Os votos foram proferidos ontem, durante sessão do plenário virtual da Corte, que julga quatro processos sobre a questão.

Em sua manifestação, o ministro Gilmar Mendes considerou o marco temporal inconstitucional. No entendimento dele, o Legislativo não pode reduzir direitos assegurados aos povos indígenas.

“A imposição do marco temporal implicaria restrição indevida ao princípio da vedação ao retrocesso e à proteção insuficiente dos direitos fundamentais”, afirmou.

O ministro também determinou que todas as demarcações de terras indígenas devem ser concluídas no prazo de 10 anos.

Flávio Dino acompanhou o relator e disse que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de um marco temporal.

“Qualquer tentativa de condicionar a demarcação de terras indígenas à data da promulgação da Constituição de 1988 afronta o texto constitucional e a jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Flávio Dino.

A votação ficará aberta até o fim da noite de quinta-feira. Ainda faltam oito ministros proferirem seus votos.

BRIGA

O julgamento é necessário porque em 2023 o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo volta a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

*SAIBA

Em meio à votação da constitucionalidade do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF), indígenas ontem bloquearam parcialmente a rodovia MS-156, em Dourados. O grupo protestava contra a tese do marco temporal para demarcações de terras.

(Com agências)

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trágico

Mulher de 27 anos e rapaz de 28 morrem em acidente no interior de MS

A mulher conduzia um carro que atingiu o motociclista próximo ao Hospital Regional de Três Lagoas

16/12/2025 08h39

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva

Na colisão que ocorreu na madrugada desta terça-feira morreram Fernando Ramos e Fernanda da Silva (foto 24hnewsms)

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Duas pessoas morreram e três sofreram ferimentos em uma acidente que ocorreu no começo da madrugada desta terça-feira (16) próximo ao Hospital Regional, na BR-158, em Três Lagoas (MS), na região leste de Mato Grosso do Sul.

Morreram Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, que conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, que trabalhava como moto-entregador. A colisão ocorreu pouto antes da uma hora da madrugada em um trecho urbano da BR-158, conhecido também como anel viário Samir Tomé. 

As circunstâncias do acidente ainda não haviam sido divulgadas até o começo da manhã. No Palio conduzido por Fernanda estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas. 

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora, o que ajuda a explicar por que ela teve morte instantânea, apesar de estar no interior do veículo. 

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

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