Rio
A carteira de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) alcançou R$ 123,2 bilhões em março. O valor equivale a 20% dos R$ 638 bilhões de investimentos previstos no programa entre 2007 e 2010. O apoio do banco até o fim de março é relativo a 323 empreendimentos de infraestrutura, cujos investimentos totais somam R$ 216,2 bilhões. Noventa por cento dos projetos estão aprovados e contratados.
Segundo o diretor de Infraestrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, os empreendimentos que chegam ao BNDES com o "carimbo do PAC" têm prioridade. "Estando no PAC, o projeto tem uma vantagem, porque tem toda uma governança que agiliza o seu andamento. Ele (o PAC) organiza todos os entes que são necessários para levar os projetos adiante, do ponto de vista ambiental, de financiamento e de regulação". O diretor garantiu, no entanto, que outros empreendimentos não são discriminados pelo banco.
Os valores divulgados pelo BNDES não incluem projetos em perspectiva, como Promef II, Belo Monte e sondas da Petrobras, que podem acrescentar mais de R$ 62 bilhões à carteira. No total, os empreendimentos futuros preveem investimentos totais de R$ 84 bilhões. De acordo com Bittencourt, a instituição está com o orçamento equilibrado e tem condições de apoiar todos os projetos.
Os desembolsos feitos pelo banco até o fim de março atingiram R$ 69 bilhões, dos quais R$ 58,3 bilhões são destinados a projetos de energia, R$ 6,5 bilhões em logística e R$ 4,2 bilhões nas áreas social e urbana e de administração pública. Para Bittencourt, o apoio do banco ao PAC garante a competitividade da economia ao desenvolver áreas que considera fundamentais para fomentar investimentos de diversos setores.
Mais de 70% da carteira são destinados ao setor de energia (R$ 89,03 bilhões). Na área de geração, 66 empreendimentos estão aprovados e contratados e devem aumentar em 13.425 MW a capacidade instalada do País. Metade virá das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, projetos que obtiveram apoio de R$ 7,2 bilhões e R$ 6,1 bilhões do banco, respectivamente.
Entre os outros empreendimentos que devem ampliar a capacidade instalada, estão mais 19 hidrelétricas, seis termelétricas, 20 Pequenas Centrais Elétricas, seis projetos de biomassa e 13 de energia eólica. No total as operações contratadas e aprovadas em geração de energia elétrica somam um financiamento de R$ 29,8 bilhões pelo banco, para investimento previsto de R$ 49,7 bilhões.
Em transmissão de energia, são R$ 10 bilhões financiados pelo banco, referentes a investimentos de R$ 18,6 bilhões. Desse total, R$ 2,4 bilhões em financiamento são referentes a 20 projetos já aprovados e contratados, que devem acrescentar 5.727 quilômetros à rede de transmissão do País.
Petrobras
Na carteira de financiamento voltada para energia, a Petrobras e suas subsidiárias concentram R$ 34,2 bilhões dos recursos, incluindo o crédito de R$ 25 bilhões liberados para o plano de investimentos da companhia. A relação inclui ainda os gasodutos Urucu Manaus (R$ 2,5 bilhões financiados pelo banco) e Gasene (R$ 4,5 bilhões), a construção e a instalação de plataforma marítima fixa no Campo de Mexilhão (R$ 870 milhões) e a Refap (R$ 1,4 bilhão).
Na área de logística, os financiamentos em carteira no banco chegaram a R$ 25,7 bilhões, destinados à segunda etapa do programa de concessão de rodovias federais, à construção das ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, à implantação do estaleiro Atlântico Sul (PE) e à construção de 23 navios-tanque para o transporte de petróleo (Promef I), entre outros projetos, que somam investimentos totais de R$ 39,6 bilhões.
Os financiamentos do BNDES a empreendimentos de saneamento ambiental, que somam um investimento total de R$ 10,2 bilhões, chegaram a R$ 5,5 bilhões. Na área social e urbana, estão também os projetos de transporte urbano, como metrôs, que terão apoio de R$ 2 bilhões. Para a implantação de ferramentas de modernização da administração pública, foram destinados R$ 185 milhões.