Cidades

CRIME ORGANIZADO

Em um ano, PCC dobrou de tamanho em MS, aponta Gaeco de São Paulo

Facção reforçou atuação para não perder controle das fronteiras

RAFAEL RIBEIRO

12/07/2018 - 16h30
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Bastou um ano para que o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas nas fronteiras com Paraguai e Bolívia, ganhasse a marca de quase mil novos integrantes em atuação em Mato Grosso do Sul e dobrasse de tamanho no Estado.

É o que apontou o inquérito da Operação Echelon, desencandeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual de São Paulo nas últimas semanas e que prendeu 70 homens e cinco mulheres em 14 estados, incluindo Mato Grosso do Sul. Por aqui, conforme revelou o Correio do Estado, a ação desvendou a execução de Leoni de Moura Custódio, 18 anos, em setembro do ano passado, além de mostrar as primeiras versões na íntegra do novo código de conduta da facção, com punições estabelecidas, foram apreendidas em cidades como Ponta Porã, Três Lagoas e Campo Grande.

Na acusação formalizada pelo promotor Lincoln Gakiya, com mais de 600 páginas, a qual a reportagem teve acesso, é mostrado um raio-x da atuação do PCC em cada um dos estados que tiveram cumpridos mandados. Mato Grosso do Sul, considerado posição estratégica pela alta cúpula da facção e um dos pontos cruciais de conflitos com quadrilhas rivais, como o Comando Vermelho, tem cerca de 2,5 mil dos quase 20,4 mil integrantes rastreados em todos o Brasil, exceto São Paulo, local de origem do bando, com mais de 10 mil integrantes ativos.

Gakiya esclarece que os números podem sim ser maiores. Mas foram calculados com base em planilhas de pagamento da mensalidade de R$ 950 para os filiados que estão em liberdade, além de anotações sobre contatos em todos os presídios onde as autoridades rastrearam movimentações em grampos telefônicos e cartas onde o PCC é citado.

CRESCIMENTO

Os dados do MPE paulista evidenciam o reforço na estrutura do PCC no Estado após a guerra de facções no início de 2017 e as trocas de lideranças na cúpula no início deste ano. Segundo os dados vindos de São Paulo, em maio do último ano a inteligência trabalhava com um número de 1,1 mil integrantes ativos da facção em Mato Grosso do Sul, a maioria nas fronteiras e principais presídios, como a Máxima de Campo Grande e a Estadual de Dourados.

"Parece evidente que a estrutura precisou ser reforçada em meio ao cenário de crise financeira e institucional pela qual passou a organização criminosa no decorrer do período desde 2016", escreveu Gakiya. 

O mesmo reflexo de aumento é visto em outros estados cruciais para o tráfico, como o Paraná e o Nordeste, onde o PCC enfrenta a resistência de adeptos dos rivais como os comandos vermelhos regionais e a Família do Norte (FDN). O novo código de conduta evidencia a necessidade de mudança do bando paulista para se tornar mais atraente aos criminosos desses locais, como o fim de execuções sumárias em presídios por motivos poucos concretos.

ATRATIVO

Em Mato Grosso do Sul, o PCC nunca enfrentou resistência para se impor. Oficialmente, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pùblica (Sejusp) não divulga dados de suas investigações sobre o rastreamento do número de filiados. Mas no início do ano passado, em meio à crise causada pela guerra de facções (com chacinas registradas em cadeias de Amazonas, Roraima e Maranhão, ao menos), o então diretor-presidente da Agência Estadual de Administração Penitenciária (Agepen), Airton Stropa Júnior, revelou levantamento que indicava um número de até 6 mil detentos do sistema sul-mato-grossense como filiados, simpatizantes ou funcionários da facção. Ou seja, 40% do total da massa carcerária do Estado.

A quantidade é expressiva, considerando o surgimento da facção no Estado, no final dos anos 1990, com a transferência pelo governo de São Paulo de alguns dos líderes na época, em um acordo entre as administrações. Em 2001, ano da primeira grande rebelião de ordem nacional instaurada pelo PCC, eram cerca de 200 integrantes, meros negociantes de drogas e armas. O tempo passou e a hegemonia foi consolidada com a execução de Jorge Rafaat Toumani, em 2016, no desfecho de um clima hostil e guerra velada que vinham há oito anos, desde o racha com o Comando Vermelho e o início do tráfico de armas sem a autorização do comerciante turco, então chefão da fronteira. 

Professor da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, ex-subsecretário Nacional de Segurança Pública e pesquisador de crime organizado, Guaracy Mingardi estudou a forma como quadros importantes da facção paulista implantaram a cultura e o modo de atuação do PCC de forma ampla e irrestrita.

“Diferente de outros estados, em Mato Grosso do Sul era benéfico uma aliança com o PCC, afinal suas regras disciplinaram as relações nos presídios, com o fim do estupro, por exemplo, além dos benefícios às famílias e as justificativas e aprovações prévias para os assassinatos. Acabou a pistolagem”, disse o especialista.

Cidades

Ana Castela vai processar influenciadoras que questionaram sua sexualidade

O Grupo AgroPlay, que administra a carreira da artista, afirma que avalia medidas jurídicas cabíveis e reforça que a sexualidade de uma mulher não pode ser usada como forma de ataque, humilhação ou estratégia para engajamento nas redes sociais

18/12/2025 15h30

Ana Castela

Ana Castela Foto: Divulgação

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A equipe jurídica da cantora sertaneja Ana Castela, natural do município de Amambai (MS), divulgou, na última quarta-feira (17) uma nota de repúdio após a repercussão de comentários feitos por influenciadoras digitais sobre a sexualidade da cantora.

No comunicado, o Grupo AgroPlay, que administra a carreira da artista, afirma que avalia medidas jurídicas cabíveis e reforça que a sexualidade de uma mulher não pode ser usada como forma de ataque, humilhação ou estratégia para engajamento nas redes sociais.

Segundo a nota, embora a orientação sexual não seja uma ofensa, o contexto em que o tema foi tratado - de forma pública, sem intimidade e associado a críticas à aparência física - ultrapassa os limites da liberdade de expressão e configura agressão e body shaming (ataque ao corpo).

"A internet não é terra sem lei. As medidas judiciais cabíveis estão sendo analisadas, visando não necessariamente uma reparação, mas a responsabilização pedagógica", diz o texto.

A equipe jurídica informou ainda que, até o momento, nenhuma ação judicial foi protocolada, mas que o caso segue em análise. "Respeito é inegociável", reforçou a nota.

Entenda

A polêmica teve início após a circulação de um vídeo em que as influenciadoras Vivi Wanderley, Isadora Raymundi, Duda Wilken e Gabi Medina fazem especulações sobre a sexualidade de terceiros.

Durante a gravação, Ana Castela é mencionada e rotulada pelo grupo como lésbica, apesar de a cantora já ter se declarado heterossexual. Ela teve um relacionamento com o cantor Gustavo Mioto e, atualmente, namora Zé Felipe.

No vídeo, Duda Wilken afirma ter "certeza" sobre a sexualidade da artista e associa a declaração à aparência física de Ana: "A estrutura óssea dela é de sapatão", disse.

O comentário rendeu risadas e concordância das demais influenciadoras presentes. "É verdade. O meu 'gaydar' apita também", declarou Vivi Wanderley.

A fala gerou críticas nas redes sociais, levando Vivi a se pronunciar publicamente no dia seguinte. Em vídeo publicado nas redes, ela afirmou que se arrependeu de ter participado do conteúdo e reconheceu o erro. A influenciadora ainda disse que se desculpou diretamente com Ana Castela.

"Não tenho problemas em reconhecer falhas, e apesar de ser uma pessoa brincalhona, acho muito importante entender quando erramos. A partir do apontamento de vocês, pude repensar tudo isso e perceber que tem brincadeiras que não são de bom tom. Peço desculpas pelo ocorrido a todos os envolvidos", declarou Vivi.

Momentos depois, Zé Felipe se manifestou sobre o episódio ao publicar uma foto ao lado de Ana Castela no Story do Instagram. Na legenda, escreveu de forma direta que a cantora "não é sapatão".

Duda Wilken também reconheceu o erro e afirmou ter pedido desculpas diretamente a cantora. A influenciadora disse ainda lamentar a quantidade de ataques que passou a receber após a repercussão do caso. "Estou recebendo uma quantidade de ataques absurda, desejando até a minha morte", afirmou.

IBGE

MS contabiliza mais de 9 mil fundações sem fins lucrativos em funcionamento

O número foi apresentado pelo IBGE e indica um crescimento de 4,8% no ano de 2023 com relação ao ano de 2022

18/12/2025 15h15

Associação dos Amigos das Crianças com Câncer

Associação dos Amigos das Crianças com Câncer FOTO: Álvaro Rezende/Arquivo Correio do Estado

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (18) que, em 2023, foram contabilizadas 9.136 mil unidades de Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos (FASFIL) em Mato Grosso do Sul. 

O número foi apresentado pelo estudo sobre as FASFIL, que constituem uma importante referência de dados e análises para o conhecimento da sociedade civil organizada no Brasil. 

Segundo os dados, os números de Fundações sem fins lucrativos em 2023 cresceram 4,8% com relação a 2022, ou seja, 418 unidades a mais. 

Isso mostra um crescimento exponencial ao longo das décadas do estudo. Segundo o IBGE, entre 1971 e 2010, foram criadas 5.010 unidades locais de FASFIL em Mato Grosso do Sul. 

Associação dos Amigos das Crianças com CâncerFeito por Denis Felipe com IA

Entre 2001 e 2010, foram criadas 2.222 unidades locais. A partir de 2011, o número anual de fundações de FASFIL criadas vem oscilando entre 236 e 457, sendo que, em 2023 foram fundadas 444 unidades locais. 

Campo Grande concentra um terço de todas as FASFIL do Estado. Ao todo, foram contabilizadas 3.074 unidades locais. Em seguida, Dourados tinha 698 e Três Lagoas, 415. 

Associação dos Amigos das Crianças com CâncerEscreva a legenda aqui

PREDOMINANTES

São consideradas FASFIL as organizações existentes no Cadastro Central de Empresas - CEMPRE, como entidades de fins lucrativos e que tenham todos os requisitos abaixo: 

  • Sejam privadas;
  • Sem fins lucrativos;
  • Legalmente constituídas;
  • Capazes de gerenciar suas próprias atividades; e
  • Voluntárias.

Em Mato Grosso do Sul, entre os 10 grupos de FASFIL, o grupo com maior número de entidades era Religião. 

Das 9.136, 3.795 eram classificadas como entidades religiosas, que correspondem a 41,5%. Em seguida, o segundo grupo com maior número veio de entidades de cultura e recreação, com 1.478 (16,2%). Veja os demais grupos na tabela abaixo. 

Associação dos Amigos das Crianças com Câncer

OCUPAÇÕES

De 2022 para 2023, houve aumento no pessoal ocupado nas fundações. Eram 35.016 pessoas ocupadas em 2022 e em 2023, o número passou para 37.137, um aumento de aproximadamente 6,1%. 

O grupo com maior crescimento no pessoal ocupado foi das entidades de saúde, que saiu de 18.573 para 19.930, um crescimento de 1.357 pessoas. 

Do total de todos os ocupados no Estado em 2023, mais da metade eram mulheres. Ao todo, 24.646 pessoas ocupadas nas Fundações eram mulheres (66,4%) e 12.491 eram homens (33,6%). 

A maior parte das pessoas assalariadas (70,5%) não possuíam nível superior, correspondente a 26.184 pessoas, um crescimento de 5,56% com relação a 2022. As que possuíam nível superior passaram de 10.212 em 2022 para 10.953 em 2023. 

SALÁRIOS

De acordo com o estudo, o salário médio mensal nas FASFIL de MS foi de R$ 2.933,44 em 2023. 

Mesmo as mulheres representando a maior parte do pessoal ocupado nas fundações, ainda recebiam um salário inferior aos homens. 

Os homens recebiam um salário médio de R$ 3.065,76, e as mulheres, R$ 2.866,65. Em média, as mulheres recebiam 93,5% do valor pago aos homens. 

De acordo com o nível de escolaridade, as pessoas com nível superior ganhavam um salário médio de R$ 5.085,11, enquanto os trabalhadores sem o nível superior recebiam, em média, R$ 2.019,09. 

NACIONAL

Em 2023, o Cadastro Central das Empresas (CEMPRE) registrou 11,3 milhões de unidades locais das organizações ativas no Brasil. Desse total, 1,2 milhão correspondia a Entidades sem fins lucrativos, que incluem as FASFIL e outras entidades sem fins lucrativos. 

Entre elas, 596.259 unidades (51,6%) eram de FASFIL, representando um aumento de 4% em relação ao ano anterior, de 2022, ou seja, 22,9 mil unidades a mais. 

Esse aumento refletiu também no crescimento de 3,3% no pessoal ocupado assalariado, chegando a 2,7 milhões de assalariados e no aumento de 5,4% no salário médio mensal, que passou de R$ 3.444,21 em 2022 para R$ 3.630,71 em 2023. 

A região sudeste é a com maior presença de FASFIL, com 43,2% de todas as unidades brasileiras. Em seguida, aparece a região Nordeste, com 22%, o Sul, com 19,5%, Centro-Oeste, com 8,6% e a região Norte, com 6,69%. 

Em números absolutos, São Paulo (128,2 mil), Minas Gerais (66,5 mil), Rio de Janeiro (49,2 mil), Rio Grande do Sul (44,5 mil) e Bahia (39,9 mil) são os cinco Estados com as maiores quantidades de FASFIL.
 

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