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obra multimilionária

Empreiteiras paralisam obra da Rota Bioceânica e exigem reajuste

Consórcio liderado pela Caiapó interrompeu os trabalhos de terraplanagem nos 13 quilômetros da alça de acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, em Porto Murtinho

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Bancada com recursos da Itaipu Binacional, faz quase três anos que está concluída a ponte em Foz do Iguaçu ligando o Brasil ao Paraguai. Até agora, porém, nenhuma veículo fez a travessia. A previsão é de que isso ocorra agora em dezembro. 

E, assim como lá, na ponte que a Itaipu está bancando em Porto Murtinho tende a ocorrer algo parecido. Indicativo disso é que faltam apenas 166 metros para concluir a parte estrutural da obra, mas os trabalhos de construção da alça de acesso estão longe de acabar e agora estão parcialmente parados. 

O custo inicial dos 13 quilômetros interligando a BR-267 à cabeceira da ponte doi definido R$ 472,4 milhões. A obra está sendo tocada pelo consórcio PDC Fronteira, formado pelas empreiteiras Caiapó, Paulitec e DP Barros, empresas de Goiás e São Paulo.

Inicialmente, elas haviam exigido de R$ 665 milhões para executar a obras, mas acabaram aceitando valor próximo ao máximo estipulado pelo DNIT. 

Dos R$ 472,4 milhões, somente a terraplanagem ao longo dos 13 quilômetros foi orçada em impressionantes R$ 145,9 milhões. É que milhãres de toneladas de terra e cascalho estão sendo utilizadas para erguer uma espécie de barragem para evitar que em períodos de grandes cheias a estrada fique sumersa, já que a obra está sendo feita em área pantaneira. 

E é exatamente este valor da terraplanagem que as empreiteiras estão contestando agora. Elas alegam que o valor é insuficiente e por conta disso suspenderam os trabalhos desta parte, segundo o jornalista Toninho Ruiz, que acompanha o andamento dos trabalhos e que na última quinta-feira constatou que faltam somente 166 metros para interligar os lados brasileiro e paraguaio da ponte.

Além do aterro para receber a pista de rolamento, o contrato prevê que toda a aduana seja construída sobre um gigantesco aterro, que terá em torno de 11 metros de altura. 

A construção desta estrutura aduaneira foi orçada em R$ 126,6 milhões, mas está longe de começar e não tem previsão para isso, já que os trabalhos de terraplanagem estão suspensos à espera de um acordo de reequilìbrio financeiro do contrado.

Por enquanto, estão em andamento somente os trabalhos das chamadas obras de arte especiais, que é a construção de pontes menores e instalação de estacas de concreto nos locais mais baixos, por onde será escoada a agua em períodos de enchente. 

Trabalhos como construção de pontes e instalação de estacas para vazantes da água seguem do lado brasileiro (Foto Toninho Ruiz)

Esta parte do contrato foi orçada em em R$ 101,5 milhões e os trabalhos devem se estender normalmente até 19 de dezembro, quando as empreiteiras devem entrar em recesso de fim de ano

Os trabalhos para construção do acesso à ponte começaram em setembro de 2024 e o contrato estipulava prazo de 26 meses. Se este cronograma fosse cumprido, a rodovia e a aduana estariam prontos no final de 2026, alguns meses após a conclusão da ponte.

Agora, porém, os empreiteiros já admitem que este acesso do lado brasileiro somente ficará pronto em 2028. Isso, porém, se o Governo Federal concordar em elevar o valor do item terraplanagem, que já era o mais caro do contrato (R$ 145,9 mihões).

Além disso, ainda falta a construção de um acesso de cerca de cinco quilômetros do lado paraguai, que nem mesmo foi iniciada. 

ROTA BIOCEÂNICA

Tanto a ponte, orçada em cerca de R$ 500 milhões, quando as alças de acesso, fazem parte das obras da chamada Rota Bioceânica, um corredor rodoviário com 2,4 mil quilômetros ligando os oceanos Atlântico ao Pacífico, passando pelo Brasil, Paraguai, Argentina e Chiele.

A ponte terá 1,3 quilômetro de extensão e 21 metros de largura. Ela está sendo instalada a 35 metros acima da calha do Rio Paraguai, contando com um trecho estaiado de 632 metros, sustentado por torres de 130 metros de altura. Para concluir esta parte estaciada faltam apenas 166 metros. 

A expectativa é que a junção das duas frentes de obra ocorra no fim de abril de 2026. A obra começou em janeiro de 2022 e integra um projeto que soma US$ 1,1 bilhão de investimentos do governo paraguaio, no trecho total de 580 km, entre Carmelo Peralta e Pozo Hondo.

LICITAÇÃO ESTRANHA

O consórcio que venceu a licitação para as obras da rodovia de acesso à ponte apresentou lance inicial 125,6% maior que uma das concorrentes, mas mesmo assim acabou sendo escolhida.

Conforme ata disponibilizada à época, no segundo semestre de 2023, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), a pedida inicial do consórcio PDC Fronteira foi de R$ 665 milhões. 

A empresa Entec Empreendimentos, com sede no Maranhão, por sua vez, se ofereceu para executar o projeto por R$ 300 milhões. Da disputa participavam outras duas empresas, que pediram R$ 650 milhões (Construtora Sanches Tripolon) e a outra, R$ 650,9 milhões (Santa Luzia Engenharia e Construções).  

Logo após receber as propostas por meio eletrônico, o leiloeiro alertou que “os lances estão muito acima do  estimado pela Administração”, apesar de um deles estar muito abaixo daquilo que o poder público estava disposto a pagar.

Até então, pelo menos em tese, nenhum dos interessados sabia o valor que o poder público estava disposto a desembolsar. Diante disso, a Entec, reduziu sua pedida para R$ 279 milhões. O consórcio  PDF Frontreira, por sua vez, enviou mais quatro propostas, reduzindo sua exigência para R$ 590 milhões. Os outros dois “interessados”, mantiveram seus pedidos originais. 

Depois disso, o leiloeiro passou a falar diretamente com a Entec, perguntando, entre outras questões, se era possível reduzir ainda mais sua proposta. O representante da empresa, porém, informou que não poderia melhorar o valor, que depois disso foi tornado público para os demais participantes do leilão.

Somente então é que as outras empresas tomaram conhecimento da menor proposta. Nos minutos seguintes, a empreiteira recebeu uma série de orientações para envio de alguns documentos e foi informado que a reunião seria retomada no dia seguinte. 

Conforme recomendado, os documentos foram enviados, mas para surpresa de todos, a Entec misteriosamente desistiu da disputa. “Srs. fornecedores, a licitante ENTEC EMPREENDIMENTOS LTDA encaminhou carta informando da sua desistência no presente certame”, resumiu-se a informar a pessoa que estava presidindo o pregão. 

Diante disso, nova reunião foi marcada. Neste nova reunião, o leiloeiro abriu o pregão dizendo que “com a desistência da licitante ENTEC,  informo que os demais valores ofertados encontram-se muito acima do estimado pela Administração. Considerando que o orçamento estimado é sigiloso, invoco o estabelecido no Acórdão 306/2013 - TCU Plenário: Nas licitações regidas pelo RDC é possível a abertura do sigilo do orçamento na fase de negociação de preços com o primeiro colocado, desde que em ato público e devidamente justificado. Informo que o valor estimado é de R$ 472.426.011,93. Portanto, negociarei com a licitante CONSTRUTORA CAIAPO LTDA, cujo lance apresentado foi de R$ 590.000.000,00”. 

A empresa Caiapó estava encabeçando o consórcio PDC Fronteira e em meio a essa negociação acabou reduzindo sua pedida para R$ 472.410.911,22, fechando o contrato em cerca de R$ 15 mil abaixo do teto estipulado pelo DNIT.

Isso representa redução de 28,9% em comparação com a exigência inicial, que fora de R$ 665 milhões. Porém, é 69,3% acima dos R$ 279 milhões pelos quais a Entec estava disposta a executar o projeto.  

Ponte estaiada está sendo instalada 35 metros acima da calha do Rio Paraguai, em Porto Murtinho (foto Toninho Ruiz)

Cidades

Consórcio paga parte dos atrasados, mas motoristas confirmam greve a partir de segunda

Sem acordo com o Consórcio Guaicurus, a greve está prevista para segunda-feira (15), segundo informou o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande

13/12/2025 11h23

Crédito: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Com o Consórcio Guaicurus tendo atendido “em partes” à reivindicação definida em assembleia, a greve dos motoristas de ônibus deve iniciar nesta segunda-feira (15), em Campo Grande.

Em conversa com o Correio do Estado, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano da Capital (STTCU-CG), Demétrios Feiras, informou que os trabalhadores receberam, na sexta-feira (15), somente 50% do salário referente ao mês de novembro.

“O Consórcio Guaicurus, no final da tarde, depositou 50% do valor dos salários, referente ao mês de novembro, que era para ser pago no quinto dia útil do mês de dezembro. Foi a única coisa que o Consórcio pagou”, informou Demétrios.

Durante assembleia, a categoria reivindicou o pagamento do salário integral, do adiantamento, da segunda parcela do décimo terceiro e do vale (adiantamento salarial). No entanto, houve apenas o depósito de 50%, e a paralisação segue confirmada.

Segundo o presidente do STTCU-CG, não está prevista, para este fim de semana, qualquer tentativa de negociação com a empresa responsável pelo transporte coletivo na Cidade Morena.

Com isso, Demétrios reforçou que os ônibus só retornarão às ruas quando o Consórcio efetuar o pagamento do que ficou definido pela classe.

“E a gente só volta a trabalhar com o pagamento desses três vencimentos. Caso contrário, continua parado na terça, na quarta, até que o Consórcio efetue esses pagamentos”, pontuou Demétrios.

A justificativa para não realizar o pagamento, conforme explicou Demétrios, é a falta de dinheiro em caixa. Como adiantou o Correio do Estado, o Consórcio Guaicurus alega um “rombo” em dívidas de R$ 15,2 milhões, sendo que desse valor R$ 8,2 milhões são referentes aos salários dos funcionários.

Por conta disso, a concessionária pediu que o valor do subsídio pago pelo poder público seja ainda maior.

Entenda

No dia 5, o Consórcio Guaicurus, responsável pela administração do transporte coletivo de Campo Grande, anunciou que a situação financeira estaria insustentável para a continuidade da operação, motivada por supostos atrasos nos repasses por parte do poder público.

Além das dificuldades relacionadas a questões operacionais, como combustíveis, manutenção da frota e encargos, o consórcio também enfrenta negociações com a classe de funcionários, principalmente os motoristas.

Motoristas do Consórcio Guaicurus realizaram assembleia geral, na madrugada desta quinta-feira (11) e optaram pela paralisação. Eles reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – efetuaram o depósito de 50%
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

** Colaborou Felipe Machado e Naiara Camargo

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EXAME UFMS

PASSE UFMS: triênio 2023-2025 tem terceira e última etapa amanhã

Oportunidade de ingressar na Universidade Federal para quem vem do ensino médio tem mais de 18 mil inscritos em prova que acontece nesse domingo (14)

13/12/2025 11h10

Sede da UFMS em Campo Grande

Sede da UFMS em Campo Grande Marcelo Victor / Correio do Estado

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Programa de Avaliação Seriada Seletiva, o Passe, acontece no próximo domingo (14). Neste ano, a prova para ingressar na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul tem aproximadamente 18 mil inscritos em todo o Estado.

Com característica específica voltada para alunos que estão no Ensino Médio (EM), o "Passe UFMS" é um modelo de prova que avalia o estudante desde o seu primeiro ano da última etapa da escola.

De forma cumulativa, o aluno deve se inscrever e realizar a prova durante o triênio que encerrará sua fase escolar. Então, no último ano do ensino médio, durante a inscrição da avaliação, é possível escolher o curso que deseja ingressar.

Com a soma dos pontos ao longo das três etapas, a classificação para entrar na Universidade Federal do Estado é baseada na média adquirida. A pontuação de cada uma das tapas tem pesos diferentes na somatória para formar a média geral, sendo a 3ª com maior peso.

  • Neste ano, alunos que completaram o 1º ano do ensino médio irão realizar a primeira etapa do triênio 2025-2027.
     
  • Alunos que no ano de 2025 terminaram o 2º ano do ensino médio irão realizar a segunda etapa do triênio 2024-2026.
     
  • Por fim, os que encerraram o ensino médio e saíram do 3º ano, irão realizar a terceira e última etapa do triênio 2023-2025, para no ano que vem ingressar na universidade.

As provas acontecem das 08h às 13h, no horário de Mato Grosso do Sul nas cidades de Aquidauana, Chapadão do Sul, Campo Grande, Corumbá, Coxim, Dourados, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

Com 60 questões contemplando as quatro áreas de conhecimento, a pontuação máxima total é de 120 pontos. Cada pergunta equivale a 2 pontos, o que totaliza 30 pontos em cada área, sendo elas:

  • 15 de Ciências da Natureza e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Ciências Humanas e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias - 30 pontos;
  • 15 de Matemática e suas Tecnologias - 30 pontos;

Cada fase aborda conteúdos que seguem a proposta curricular do respectivo ano. Além disso, as três etapas incluem uma redação dissertativo-argumentativa que soma a pontuação de cada fase e à média final ao terceiro ano.

Recomendações

A Fapec, banca responsável pela organização e realização da prova, divulgou o edital com horário e ensalamento de cada aluno, e recomenda que o candidato chegue com 30 minutos de antecedência do horário de fechamento dos portões.

Para fazer o exame é necessário ter em mãos um documento original de identificação com foto, além de o ensalamento anotado para facilitar. 

Confira o ensalamento de cada etapa nos links abaixo:

1ª etapa triênio 2025-2027: https://ingresso.ufms.br/files/2025/11/Edital_prograd_480.pdf;
2ª etapa triênio 2024-2026: https://ingresso.ufms.br/files/2025/11/Edital_prograd_483.pdf;
3ª etapa triênio 2023-2025: https://ingresso.ufms.br/files/2025/11/edital_prograd_486.pdf.

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