Cidades

Trabalho Análogo a Escravidão

Empresa abandonou indígenas de MS que foram trabalhar no Paraná

Os trabalhadores deixados no alojamento estavam, desde julho, sem receber salário e se alimentavam quando conseguiam doações

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O Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT), por meio de fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 46 indígenas da etnia Guarani Kaiowá que saíram de Mato Grosso do Sul com promessa de trabalho e, após concluírem suas atividades, foram abandonados no alojamento pela empresa.

Os auditores do MPT localizaram 57 trabalhadores, entre eles, 46 indígenas, que foram até Itambé (PR) para trabalhar na Usina Renuka, com corte de cana-de-açúcar.

Contratados por uma empresa terceirizada, os indígenas deixaram o Estado com promessa de emprego no município localizado na região noroeste do Paraná, mas acabaram sendo resgatados em um alojamento situado a aproximadamente 30 quilômetros da usina.

A ação ocorreu no dia 16 de outubro, mas só foi divulgada nesta quarta-feira (22), um dia após a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que inclui, entre outras coisas, a falta de pagamento que impossibilitou o retorno dos indígenas para casa.

Além disso, eles não possuíam registro em carteira de trabalho.

Situação análoga à escravidão

A fiscalização ocorreu após uma denúncia anônima. No local, os fiscais se depararam com quartos sem espaço adequado, ausência de armários e acúmulo de lixo. Assim como não havia refeitório para que os trabalhadores pudessem se alimentar adequadamente. 

O trabalho começou em julho. Os trabalhadores ficaram sem receber por três meses, tendo sido deixados no alojamento sem qualquer item básico de higiene, alimentação ou transporte. Eles só conseguiam se alimentar quando recebiam doações.

Após a fiscalização, alguns trabalhadores precisaram de atendimento médico.

“Esses trabalhadores estavam lá desde 13 de julho, boa parte deles, e tinham recebido zero de salário. Eram indígenas, eles não tinham para onde ir, não tinham como voltar, não tinham salário e estavam com fome. Isso foi muito grave, e eles estão desnorteados e sem rumo. Então, é muito difícil, depois de 20 anos de trabalho, ver uma situação dessas de penúria. É difícil, é difícil entender”, disse o auditor-fiscal do trabalho do Paraná, Edvaldo dos Santos Rocha, em entrevista à RPC, afiliada da Globo no estado.

A situação era crítica, a ponto de um dos trabalhadores relatar, conforme informou o G1, ter sido picado por uma aranha no alojamento, o que o levou a ser hospitalizado.

Acordo

O TAC firmado com a empresa estabelece que os trabalhadores recebam, em até 48 horas, as verbas rescisórias e demais valores devidos.

O documento determina ainda que a usina arque com o custo de retorno dos indígenas aos municípios de origem, com passagens de ônibus ou transporte fornecido pela própria empresa.

Caso a Usina Renuka deixe de cumprir o acordo, ficará sujeita a multa equivalente a 100% dos valores previstos no Termo de Ajuste de Conduta.

Cabe ressaltar que a multa não substitui eventuais indenizações por danos individuais ou coletivos. O MTE e o MPT vão fiscalizar o cumprimento do acordo.

O termo de ajuste tem caráter emergencial e se limita às providências de pagamento e retorno, sem prejuízo da continuidade das apurações no inquérito civil e da adoção de outras medidas judiciais que se mostrarem necessárias.

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FIM DA PARALISAÇÃO

Campo Grande fecha acordo para pagamento do 13° da Santa Casa

Medida define um aporte de mais de R$54 milhões em investimentos públicos que o hospital deve receber nos próximos meses

30/12/2025 10h10

Santa Casa de Campo Grande

Santa Casa de Campo Grande FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Após reunião envolvendo o Executivo da Capital, o Governo do Estado, a Santa Casa e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), no Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor) ontem (29), a Prefeita usou das redes sociais ainda no período noturno para anunciar o acordo que deve garantir o 13° para os trabalhadores do hospital. 

"Passa das 23 horas, acabou recentemente a reunião para solucionarmos um problema pontual que estamos vivenciando em Campo Grande, com a paralisação desse hospital que é tão importante. A gestão da Santa Casa não é do município, mas recentemente passou por crises e falta de recursos. E a greve dos médicos afeta diretamente, e dos funcionários, a população de Campo Grande", disse Adriane Lopes através das redes. 

Essa medida define um aporte de mais de R$54 milhões em investimentos públicos que o hospital deve receber nos próximos meses, como confirmado pela prefeita de Campo Grande. 

Desses R$54 milhões, cerca de R$16 milhões são aporte do município, além do emprego direto de R$5,2 milhões, que devem ser pagos mensalmente até abril de 2026, mais dez milhões de reais, aproximadamente, referentes a recursos recuperados em acordos empresariais. 

Além disso, esse acordo prevê regras para uma maior transparência e prestação de contas. 

Quase greve

Essa paralisação dos trabalhadores que acabou afetando o funcionamento da Santa Casa de Campo Grande, como bem acompanha o Correio do Estado, começou antes mesmo do Natal, em 22 de dezembro, quando a presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa  na manhã do dia 22 para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade. 

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Já na manhã do dia 23, os trabalhadores "engrossaram" a paralisação na Santa Casa com "efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores" que, em outras palavras, representa uma manifestação que começou envolvendo 1,2 mil funcionários e terminou mobilizando dois dos quatro mil trabalhadores em busca de 13°.

Cabe destacar que uma coletiva de imprensa foi convocada para a manhã desta terça-feira (30), na sede da Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), onde o MPMS e o Procurador-Geral de Justiça, Romão Ávila Milhan Junior, devem detalhar o acordo firmado para garantir o pagamento das equipes médicas e viabilizar a retomada dos atendimentos na Santa Casa.

Isso porque, vale lembrar, inicialmente, um acordo que chegou a ser firmado com sindicatos garantiu 13° salário para profissionais da enfermagem, limpeza, radiologia e farmácia, encerrando parcialmente a paralisação que afetou os serviços na semana do Natal. 

Justamente na véspera de Natal, conforme a Santa Casa,  o hospital anunciou que chegou a um consenso com os seguintes sindicatos: 

  • dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), 
  • Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), 
  • dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e
  • dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).

Pelo acordo, 50% do 13º salário foi pago ainda nesta quarta-feira, e o restante deverá ser quitado até o dia 10 de janeiro do próximo ano.

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TRAGÉDIA

Jovem recém-casada morre atropelada após capotamento na BR-376

Casal douradense sofreu acidente no trecho entre Curitiba e Ponta Grossa; marido permanece internado em estado gravíssimo

30/12/2025 09h15

O marido dela, com quem havia se casado há menos de dois meses, ficou gravemente ferido e segue internado em estado gravíssimo

O marido dela, com quem havia se casado há menos de dois meses, ficou gravemente ferido e segue internado em estado gravíssimo Divulgação/ PRF

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Uma viagem que deveria marcar o início de uma nova fase terminou em tragédia para um casal douradense na manhã de segunda-feira (29), na BR-376, no Paraná. Samara Prado Martins, de 24 anos, morreu após ser atropelada por um caminhão, depois que o carro em que estava capotou às margens da rodovia, no trecho que liga Curitiba a Ponta Grossa.

O marido dela, com quem havia se casado há menos de dois meses, ficou gravemente ferido e segue internado em estado gravíssimo no Hospital Regional de Ponta Grossa.

Segundo informações do Portal Tarobá, o casal seguia viagem em um Volkswagen Gol quando, por motivos que ainda não foram oficialmente divulgados, o veículo saiu da pista e capotou às margens da estrada. Após o acidente, os dois conseguiram sair do automóvel e permaneceram sobre a pista de rolamento.

Enquanto aguardavam socorro, um caminhão que trafegava pela rodovia acabou atingindo o casal. Com o impacto, Samara sofreu ferimentos graves.

Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionadas e prestaram os primeiros atendimentos no local. A jovem chegou a ser colocada na ambulância, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante o socorro. O esposo foi encaminhado em estado gravíssimo ao Hospital Regional de Ponta Grossa, onde permanece internado.

Os ocupantes do caminhão não se feriram.

Conforme informações do portal Dourados News, o corpo da jovem tem previsão de chegada a Campo Grande por volta das 16h desta terça-feira (30), de onde será encaminhado para Dourados, onde ocorrerão o velório e o sepultamento. Familiares aguardam a liberação do corpo.

As circunstâncias que levaram à saída do veículo da pista e ao atropelamento ainda serão apuradas pelos órgãos competentes.

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