Cidades

LEILÃO

Empresa pivô de escândalo de corrupção quer assumir o Regional por 30 anos

Health Brasil, alvo de uma série de investigações, faz parte de um dos consórcios criados para participar do leilão na B3

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Alvo de uma série de investigações do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por supostos esquemas de superfaturamento e fraudes em licitações para prestação de serviços ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em Campo Grande, a empresa Health Brasil Inteligência em Saúde tenta agora se apossar do hospital por um período de 30 anos e faturar até R$ 13 milhões por mês para administrar o hospital.

A empresa faz parte de um dos cinco consórcios que nesta segunda-feira entregaram as propostas oficiais para participar do leilão marcado na Bolsa de Valores (B3), amanhã.

A Health Brasil montou consórcio com as empresas Engenharia de Materiais, de Maceió; com a Zetta Infraestrutura e Participações, de São Paulo; e com a M4 Investimentos  e Participações, um conglomerado de empresas com sede em Barueri (SP).

Dos cinco interessados, três são consórcios e os outros dois concorrentes estão sozinhos na disputa. Uma das empresas solitárias é a Construcap CCPS Engenharia e Comércio, responsável, entre outras obras, pela reforma do Estádio Mineirão para a Copa de 2014, construção de dois trechos do metrô de São Paulo e construção do Templo de Salomão, o maior templo religioso do Brasil. A empresa já opera três hospitais estaduais no estado de São Paulo.

Outra concorrente solitária é a OPY Healthcare Gestão de Ativos e Investimentos, que já administra, pelo menos, quatro hospitais em grandes cidades brasileiras.

TURN OFF

A empresa Health Brasil presta serviços ao governo do Estado desde 2015, prestando serviços à Secretaria de Estado de Saúde (SES). Mesmo sem contrato formal, ela recebe mensalmente R$ 2.695.015,06 por conta de seguidos reconhecimentos de dívidas.

A 31ª Promotoria de Justiça de Campo Grande apura possível fraude, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro no contrato entre a SES e a Health Brasil.

O procedimento contribuiu para a deflagração da Operação Turn Off, que na primeira fase cumpriu 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, no dia 29 de novembro de 2023.

Naquela data, empresários e servidores públicos estaduais de primeiro e do segundo escalão chegaram a ser presos.

Segundo o MPMS, uma organização criminosa atuava fraudando licitações públicas que tinham como objeto a aquisição de bens e serviços em geral, destacando-se a aquisição de aparelhos de ares-condicionados pela Secretaria de Estado de Educação (SED), a locação de equipamentos médicos hospitalares e a elaboração de laudos pela SES.

Outro foco da investigação mirou a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Campo Grande. Desvios milionários foram constatados na Apae, principalmente na compra de materiais para pessoas ostomizadas.

Em 6 junho de 2024, o MPMS desencadeou a segunda fase da Turno Off, na qual foram cumpridos sete mandados de busca e dois mandados de prisão.

Naquela data, a promotoria informou que alvos da primeira fase da operação haviam sido denunciados por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público na contratação de empresa pela SES para emissão de laudos médicos, no valor de R$ 12.330.625,08.

Conforme as investigações, a Health foi beneficiada por fraude cometida pela ex-pregoeira da Secretaria de Estado de Administração (SAD) Simone de Oliveira Ramires Castro, que recebeu propina dos empresários Lucas Coutinho e Sérgio Andrade Coutinho Júnior para beneficiar a Health em um pregão cuja vencedora tinha sido outra empresa, a Chrome Tecnologia.

Os principais alvos da Operação Turn Off foram os irmãos Coutinho. Eles são proprietários das empresas Isomed (a Isomed está em nome da esposa de Sérgio Andrade) e Isototal, que têm contratos com comprovação de pagamento de propina, conforme os documentos apresentados pelo MPMS.

Além disso, informou o MPMS, a Isomed tem atuação casada com a Health nos serviços prestados ao Estado, pois é esta empresa que emite e interpreta os laudos da Health.

A corrupção na SES levou outra empresa, a Siemens, multinacional que está entre as maiores fabricantes do mundo de equipamentos médicos, a desistir da concorrência. A Health, vitoriosa no pregão, usa os equipamentos fabricados pela Siemens.

“Ora, uma das maiores empresas de diagnóstico médico do mundo – Siemens – afirma que está havendo direcionamento da licitação para a empresa Health Brasil. Agora se sabe o motivo: corrupção”, afirmaram os promotores, na primeira fase da Turn Off.

CONCESSÃO

A concessão do HRMS será para setores como limpeza, lavanderia, cozinha, jardinagem, portaria, segurança e parte administrativa. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e demais profissionais da área de saúde continuarão sob responsabilidade do Estado.

O local permanecerá como hospital público, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 100% gratuito e com gestão assistencial estadual.

Ao longo dos 30 anos de concessão, estão previstos investimentos da ordem de R$ 5,6 bilhões. Boa parcela deste recurso será destinada à ampliação da capacidade de atendimento do HRMS, com a construção de novo prédio no mesmo local em que o hospital funciona atualmente.

Hoje, o hospital tem área de 37.000 metros quadrados, com estrutura de 10 andares, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas.

Em até dois anos, serão construídos dois novos blocos, que incluem a oferta de Centro de Imagem e Diagnóstico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Unidade Coronariana (UCO) com 70 leitos, hemodinâmica, centro cirúrgico, Central de Material Esterilizado (CME) e internações com 180 leitos. Em até quatro anos, será concluída a reforma do prédio atual.

A partir de então, serão 71.000 metros quadrados de construção. Estão previstos dois novos blocos que devem ampliar a capacidade de atendimento de 362 para 577 leitos, totalizando 59% de aumento no número de leitos. Haverá, ainda, a ampliação do estacionamento.

*SAIBA

Entregaram proposta para a PPP do HRMS as seguintes empresas e consórcios: Construcap CCPS Engenharia e Comércio S.A; Opy Healthcare Gestão de Ativos e Investimentos S.A; Consórcio Zhem MS, formado pelas empresas Engenharia de Materiais Ltda, Health Brasil Inteligência em Saúde, Zetta Infraestrutura e Participações S.A, e M4 Investimentos e Participações Ltda; Consórcio Sonda Saúde MS, formado pelas empresas Sonda Procwork Informática Ltda, Telsinc Comércio de Equipamentos de Informática Ltda, Sonda Cidades Inteligentes e Mobilidade Ltda, Sonda do Brasil Ltda e Ativas Data Center Ltda; e Consórcio Saúde MS, formado pelas empresas Enleva Participações em Saúde Sa, Sian Engenharia Ltda e Hangar Empresarial Empreendimento Imobiliário Ltda.

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Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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