Cidades

LAMA ASFÁLTICA

Empresários e ex-deputado dividem cela com 20 presos e estão sem regalias

Edson Giroto, João Amorim e outros dois foram transferidos

RODOLFO CÉSAR E NATÁLIA YAHN

17/05/2016 - 10h43
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Os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e Flávio Henrique Scrocchio, o ex-deputado federal e ex-secretário de Obras do Estado, Edson Giroto, e o servidor da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) Wilson Roberto Mariano de Oliveira, Beto Mariano, dividem cela com outros 20 presos no Centro de Triagem, que fica ao lado da Penitenciária da Máxima, em Campo Grande.

Todos são investigados pela Polícia Federal por desvio de recursos públicos. O total a ser apurado é de R$ 2 bilhões e R$ 43,169 milhões já foram confirmados como desviados.

Os quatro foram presos durante a 2ª fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada no dia 10. A detenção deles, primeiro, atendeu a mandado de prisão temporária. Na sexta-feira (13), a Justiça Federal determinou que eles continuassem presos a partir de novos mandados, desta vez preventivos (por tempo indeterminado).

Até então, eles eram mantidos em cela da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico. A transferência para uma unidade prisional aconteceu ontem (16).

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciária (Agepen) informou que eles não possuem regalias. O que foi atendido é que todos estão reclusos em local reservado para quem tem diploma de ensino superior ou é policial e cumpre pena por algum tipo de indisciplina ou crime.

A visitação de familiares está liberada apenas para domingo e junto com os outros 20 presos, os investigados na Lama Asfáltica tem direito a três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar).

Há liberação para o banho de sol no período da manhã e da tarde. "Não há nada de diferente para eles", afirmou o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia.

DEMAIS DETIDOS

Das oito pessoas que ainda estão detidas por força de prisão preventiva (por tempo indeterminado), as outras quatro estão em regime domiciliar: a esposa do ex-deputado Edson Giroto, Raquel Giroto, a filha do servidor Wilson Mariano, Mariane Mariano de Oliveira, a secretária e sócia de João Amorim, Elza Cristina Araújo, e a filha do empresário, Ana Paula Amorim Dolzan.

OUTROS INVESTIGADOS

Seis pessoas que também haviam sido presas no dia 10 foram soltas no sábado (14) por conta do vencimento do prazo da prisão temporária – que tem validade de cinco dias. Já o ex-gerente de obras viárias da Agesul, Hélio Yudi Komiyama, havia obtido na Justiça Federal, na sexta-feira (13), revogação de sua prisão.

LAMA ASFÁLTICA

A segunda fase da Operação Lama Asfáltica teve como foco o crime de lavagem de dinheiro, pois investigados teriam ocultado patrimônio decorrente de fraudes em licitações.

O grupo fraudava certames, pagava às empreiteiras - uma delas a Proteco, de João Amorim - por serviços não executados ou feitos com qualidade inferior ao contratado.

O dinheiro arrecadado com os crimes era usado para compra de fazendas e imóveis urbanos em nome de familiares e pessoas de confiança dos envolvidos.

A força-tarefa montada pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal já identificou R$ 43,169 milhões em recursos públicos desviados.

Nesta segunda fase da operação, foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão também. Um deles foi no apartamento e em imóveis utilizados pelo ex-governador André Puccinelli (PMDB).

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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