Cidades

GRANDES GERADORES

Empresas resistem a pagar por coleta de lixo

Secretaria aplicou mais de mil notificações a empresas com irregularidades em Campo Grande

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Desde maio de 2019, empresas consideradas grandes geradoras de lixo em Campo Grande estão obrigadas a dar a destinação adequada para os resíduos. Mas, dos 680 geradores, apenas 126 estão descartando corretamente o lixo, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) – 81,5% continuam irregulares. 

Até agora, a pasta aplicou 1.079 notificações. O valor total não foi informado, mas a multa pode chegar a R$ 9,3 mil. Cerca de 60 prestadores de serviço estão credenciados para fazer a coleta dos resíduos produzidos por essas empresas, incluindo o Consórcio CG Solurb, concessionária responsável pela gestão de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Com a mudança, a usina de reciclagem do empresário Fabrício Berton se adaptou para esse novo nicho de mercado. “Nós recolhíamos materiais recicláveis, mas mudamos nosso perfil. Hoje atendemos 210 clientes, a maioria grandes geradores”, disse o diretor-proprietário da Berpram Reciclagem e Preservação Ambiental.

O caminhão da empresa é equipado com balança para pesar os resíduos, a fim de determinar o preço pago pelos grandes geradores. Além disso, Berton conta que incentiva a separação do lixo. “Se separam o material reciclável, oferecemos desconto no valor do serviço de coleta”, ressalta. As empresas também pagam pelo descarte no aterro sanitário da Capital, administrado pela Solurb.

No caso dos resíduos da construção civil, a Semadur informou que os critérios de coleta e descarte são diferentes, cabendo aos geradores contratarem transportadores para levar os resíduos ao aterro da cidade.

INQUÉRITO

Após questionamentos do Ministério Público do Estado (MPMS), a prefeitura publicou decreto para se adaptar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionado em setembro de 2018. A previsão era a de interromper o serviço em janeiro do ano seguinte. No entanto, após reunião entre o prefeito Marcos Trad (PSD) e secretários, o prazo foi prorrogado até o fim de abril de 2019.

Como noticiou o Correio do Estado na época, a medida foi adotada por questões administrativas e de gestão, levando em conta as considerações técnicas e tempo hábil para os grandes geradores se adequarem, uma vez que os proprietários dos locais foram notificados pela Semadur.

A intenção da administração municipal é economizar R$ 5 milhões por ano dos cofres do município com a coleta de resíduos sólidos. A CG Solurb recebe cerca de R$ 85 milhões, cuja maior parte é custeada pelos contribuintes com o pagamento anual da taxa de lixo. A pasta abriu o cadastro para os grandes geradores, mas a maioria não cumpriu o prazo. 
Os que não se cadastraram na prefeitura não tiveram o serviço interrompido. A Solurb realizou a coleta com caminhão e equipes próprias para atender este segmento, mas notificou via ofício e cobrou pelo serviço.

A regulamentação só foi feita no ano passado depois de interferência do MPMS. Um inquérito foi aberto para apurar a omissão da prefeitura na responsabilização das empresas, obrigadas a arcar com os gastos da manutenção do próprio lixo.
De acordo com a investigação da 26ª Promotoria de Justiça de Campo Grande de maio de 2018, o custo para o município com os resíduos produzidos por esses estabelecimentos perfazia o valor de R$ 435,3 mil por mês, totalizando R$ 5,2 milhões por ano.

LEGISLAÇÃO

Conforme estabelece a Lei Federal n° 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, são caracterizados como grandes geradores os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviço que gerem resíduos que não sejam equiparados aos resíduos domiciliares.

Estas empresas são responsáveis pela implementação e operacionalização integral do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), que deve ser aprovado pela Semadur, contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos.

Em Campo Grande, conforme a Lei Complementar nº 209/2012, que instituiu o Código Municipal de Resíduos Sólidos, definiu-se como grandes geradores aqueles locais que produzem mais do que 200 litros ou 50 quilos de resíduos sólidos por dia.

Com a publicação do Decreto n° 13.653/2018, foi regulamentada a obrigatoriedade de coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos sólidos e disposição final dos rejeitos provenientes dos grandes geradores.

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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