Cidades

OFENDEU GAYS, NEGROS E INDÍGENAS

Enquadrado por racismo, militante do PSL também poderá responder por calúnia

Ofendido na internet procurou polícia para fazer BO

EDUARDO MIRANDA

03/09/2019 - 08h42
Continue lendo...

Acusado de racismo pelo Ministério Público Estadual, Rafael Brandão Scaqueti Tavares, 34 anos, poderá ter de responder por mais um crime, o de calúnia.

O representante comercial Carlos Alexandro da Conceição Oliveira não deixou barato as ofensas que alega ter recebido de Rafael por meio de redes sociais e aplicativos de mensagem, e procurou a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência.

“Vou interpelá-lo, porque ele não pode achar que pode sair ofendendo as pessoas”, afirmou Alex, que presta serviços de sonorização, e também é conhecido como Alex do Som. 

Alex procurou a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) no último dia 31 de agosto, mesmo dia em que a notícia de que Rafael Tavares havia sido denunciado pelo Ministério Público Estadual, por ter praticado crime de racismo na internet, ganhou proporções nacionais. “Alex do Som, João do Caminhão, Zé não sei da Onde (...) estão com medo de perder as tetas na Prefeitura e na Câmara”, escreveu Rafael Tavares em seu perfil do Facebook. 

“Eu não trabalho para nenhum poder público. Sou da iniciativa privada, e presto serviços a muita gente, inclusive para alguns políticos, mas sou um pai de família, faço tudo legalmente, e fui covardemente caluniado por um militante raivoso”, reclamou Alex do Som, que já prestou serviços para o deputado federal Fábio Trad, mas que alega não ser funcionário dele, ou de algum outro político. “Na verdade, teta não existe, porque está muito difícil conseguir trabalho, com a lei do silêncio, quase ninguém contrata mais serviço de som”, acrescenta.  

TIRAR SATISFAÇÃO

O representante comercial, inclusive, pretende ir à Assembleia Legislativa nesta terça-feira (3), para perguntar ao deputado estadual Capitão Contar, se Rafael Tavares trabalha para ele.

“Ele está em todas as postagens do Capitão Contar, tenho a solidariedade de muitos deputados, uma pessoa não pode sair ofendendo outra desta forma impunemente”, disse Alex. “Como ele está em todos os eventos do PSL, e sempre ao lado do deputado, ele tem de saber o que o rapaz anda fazendo”, complementa. 

NEGROS, GAYS e ÍNDIOS

Pelo Ministério Público Estadual, Rafael Tavares foi denunciado em 28 de maio deste ano, pelo crime de racismo. “Consta do incluso caderno investigatório, no dia 30/09/2018, Rafael Brandão Scaquetti Tavares, por meio de seu perfil junto ao Facebook teria comentado em uma publicação um texto de cunho discriminatório, o qual incitava a prática de atos violentos contra gays, negros, japoneses e índios”, alega o promotor na denúncia. 

Na investigação policial, Rafael não manteve a mesma postura bélica das redes sociais, e alegou tratar-se de uma ironia.

O promotor não viu a alegada figura de linguagem no comentário, e manteve a acusação. “No texto publicado pelo denunciado não há nenhum indício de ironia, qual seja uma risada ou emoticon ou qualquer elemento que pudesse identificar tal intenção. Pelo contrário, o texto segue bem elaborado e na medida em que é lido percebe-se seriedade nos fatos redigidos, com frases um tanto quanto carregadas de convicção”, afirmou Cândia. 

O promotor também informou, em sua peça, que os comentários de Tavares atingiram “extensa coletividade”, e chegou a citar casos que chegaram à ouvidoria do Ministério Público Estadual. 

Tavares foi enquadrado no artigo 20 da Lei 7716/89 (Lei dos Crimes Resultantes de Preconceito de Raça ou Cor):

“Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, com o seguinte agravante: “Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza”. A pena para tal crime é de dois a cinco anos de prisão, e multa. 

NÃO ENCONTRADO

Nas redes sociais, Rafael Tavares já se manifestou sobre a denúncia do Ministério Público Estadual, em uma postagem no Twiter (que depois ele apagou), chegou a sugerir que o promotor de Justiça que o denunciou fosse um “analfabeto funcional”, por não entender seu argumento de defesa: a ironia. 

No processo, porém, Tavares ainda não se defendeu e, ao que tudo indica, os oficiais de Justiça estão enfrentando dificuldades em encontrá-lo. Ele ainda não foi citado, apesar de o mandado de citação já ter sido expedido em dois endereços diferentes. 

No processo, Rafael Tavares é qualificado como “empresário”. A empresa ativa que está em seu nome é um site de compras coletivas: “Jacaré Online”. Aparentemente, a empresa de Tavares está ativa somente nos órgãos governamentais. Na internet, não há uma oferta de compra coletiva sequer.

Na internet, Tavares voltou a zombar de quem o acusa de crimes de ódio e intolerância (Reprodução)
 

 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

Continue Lendo...

A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

Assine o Correio do Estado

Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

Continue Lendo...

Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).