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Comprova Explica

Entenda o que é a mpox, doença que levou OMS a declarar emergência global

Mpox voltou a ser considerada emergência de saúde pública internacional; publicações nas redes sociais disseminam desinformação sobre o tema, por isso, o Comprova esclarece

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Comprova Explica

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou novamente a mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), após ter rebaixado seu status em maio de 2023 devido à queda no número de casos. A doença, também conhecida como varíola dos macacos, já havia alcançado o mais alto nível de alerta em julho de 2022.

Conteúdo analisado: Mpox volta a ser considerada emergência de saúde pública internacional e publicações nas redes sociais disseminam desinformação sobre o tema.

Comprova Explica: Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). O status já havia sido dado em julho de 2022, mas fora rebaixado em maio de 2023, após queda no número de casos.

A mpox é uma doença zoonótica viral, ou seja, que pode ser transmitida entre animais e pessoas. No Brasil, apenas neste ano, já foram registrados 709 casos; e 16 pessoas morreram desde 2022. Como o assunto está no noticiário, posts de desinformação começaram a circular e, contra isso, a seção Comprova Explica traz detalhes sobre o que é a doença e como ela é transmitida, entre outros pontos.

Quais são os sintomas mais comuns da mpox?

De acordo com o Instituto Butatan, a mpox se inicia com uma fase que se assemelha a uma gripe, em que a pessoa apresenta febre, dor de cabeça e dor no corpo, calafrios, exaustão, que podem durar em média três dias. Na etapa seguinte, surgem lesões na pele que progridem por cinco estágios: mácula, pápula, vesícula, pústula e, finalmente, crosta, que é o estágio final, quando as lesões caem.

Como é transmitida a mpox?

Por ser uma doença viral, ela pode ser transmitida por meio do contato com pessoas, animais e objetos infectados ou contaminados.

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão é mais propensa entre pessoas e animais quando há contato direto com a pele e secreções (pus, sangue), ou exposição próxima e prolongada com gotículas e demais secreções respiratórias. Vale reforçar que, em caso de lesões na boca, a saliva também pode ser infectante.

Quanto aos objetos, eles se tornam um risco após o contato recente com pessoas contaminadas, exigindo atenção principalmente quanto a roupas, toalhas, roupas de cama, pratos e talheres, e itens de higiene pessoal.

A pessoa doente pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.

Risco de morte

Segundo o infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda, no continente africano o cenário é mais crítico porque lá a doença também acomete crianças, quadro que não é tão visto nos demais países.

“Em termos de mortalidade, [ocorrem] principalmente na África. A taxa de mortalidade é maior porque acomete também crianças, diferente do acometimento que ocorre no Brasil, na Europa e em outros países”, pontuou.

Segundo a Save the Children, cerca de dois terços das infecções por mpox na República Democrática do Congo (RDC), que atualmente registra cerca de 90% dos casos notificados, ocorrem em pessoas com menos de 15 anos.

Ainda de acordo com a organização, a taxa de mortalidade entre crianças é quase quatro vezes superior à de adultos. O surto, que já causou mais de 500 mortes no país, tem sobrecarregado o sistema de saúde e levado à perda de milhares de crianças.

Os especialistas do CDC África acreditam que o maior número de casos e mortes entre crianças provavelmente se deve à falta de proteção da vacina contra a varíola, que não é aplicada desde 1980 na região, e porque cerca de 40% das crianças estão desnutridas, o que atrapalha o combate ao vírus.

No Brasil, o infectologista aponta que a transmissão é mais comum através de relações sexuais, pois há maior troca de fluídos; e as mortes acontecem com mais frequência em pacientes imunossuprimidos, considerados o grupo de risco.

“A transmissão ocorre nesse grupo, mas o óbito acontece principalmente no paciente que vive com o HIV e está imunossuprimido”, disse Croda.

Esse quadro também é visto no resto do mundo. Já na África, segundo o especialista, a mortalidade é maior, justamente por causa ds variante que acomete também as crianças.

“No caso da África existe uma mortalidade maior, porque [a mpox] acomete também crianças, e tem uma transmissão domiciliar que não é vista no resto do mundo”, esclareceu o infectologista.

Há vacina para mpox?

A vacina pré-exposição existe e é priorizada para pessoas do grupo de risco, que são mais propensas a evoluir para quadros graves da doença. São elas:

  • Pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA); com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses. Linfócitos T CD4, também conhecidos como células T auxiliares, são um tipo de glóbulo branco essencial para o sistema imunológico, que ajuda a coordenar a resposta imune do corpo contra infecções ao ativar outras células imunológicas.
  • Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2), de 18 a 49 anos de idade.

A vacina pós-exposição é aplicada em pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas com suspeitas ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da OMS, mediante avaliação da vigilância local.

Como se prevenir

A melhor forma de prevenção é evitar o contato direto com pessoas contaminadas.

Outras medidas, como o uso de máscara cobrindo boca e nariz, evitar ambientes fechados e aglomerações, além de higienizar as mãos frequentemente, também são recomendadas.

O que significa a emergência sanitária declarada pela OMS? 

A declaração de uma ESPII da OMS indica que uma situação de saúde pode constituir um risco de saúde pública para outros países, devido à disseminação de uma doença, o que requer uma resposta internacional coordenada e imediata.

A Emergência de Saúde foi decretada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, devido ao aumento dos casos de mpox na República Democrática do Congo e em um número crescente de países na África.

Esta é a segunda vez que foi declarada ESPII nos últimos dois anos para a mpox.

Em resposta à medida da OMS, o governo brasileiro estabeleceu o Centro de Operações de Emergências (COE Mpox), que tem como objetivo fiscalizar, centralizar e coordenar as ações de monitoramento e resposta à situação epidemiológica em todo o território nacional.

Histórico da doença

A primeira declaração de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) para mpox feita pela OMS ocorreu em julho de 2022.

Qual é a diferença entre a declaração atual e uma pandemia?

De acordo com a OMS, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é o mais alto nível de alerta da Organização.

A ESPII é considerada, nos termos do Regulamento Sanitário Internacional (RSI), “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido à disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”.

Já uma pandemia, ainda segundo a OMS, é a disseminação mundial de uma nova doença e o termo passa a ser usado quando uma epidemia, surto que afeta uma região, se espalha por diferentes continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

O infectologista Julio Croda também esclarece:

“O decreto de emergência está muito associado a uma resposta mais robusta, principalmente no continente africano”, explicou o especialista.

Segundo Croda, existe um surto relacionado à nova variante da doença, chamada clado 1B, que parece ser mais grave se comparada com o clado 2, que circulou anteriormente.

Além disso, defende que existe uma dificuldade financeira de fazer o vacinamento de contato e contenção do surto, e também de disponibilizar vacinas suficientes para esse grupo populacional, principalmente na África, continente mais atingido pela doença atualmente.

O especialista ainda ajuda a diferenciar a pandemia de declaração de emergência: “A pandemia se configura por uma transmissão de uma doença em forma de surto em diversas regiões do globo. O que, por enquanto, não é o caso da mpox associada ao clado 1B”.

Quantos casos da doença há no Brasil? Onde estão localizados?

Dados do governo federal apontam que de 1º de janeiro a 14 de agosto de 2024 foram registrados 709 casos confirmados ou prováveis da doença no Brasil.

Os números deste ano são bem menores do que os registrados no ano passado, quando foram notificados mais de 10 mil casos confirmados ou prováveis da mpox.

Desde 2022, ano em que a doença teve pico no Brasil, 16 pessoas morreram, sendo o óbito mais recente registrado em abril de 2023.

Procurado, o Ministério da Saúde informou que agora, com a criação do COE Mpox, serão realizadas reuniões semanais para debater o assunto, que resultarão também em boletins mais precisos e transparentes para informar a população sobre o cenário da doença no Brasil.

Fontes consultadas: Para esclarecer o assunto, o Comprova consultou o Ministério da Saúde e o infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda.

Por que o Comprova explicou este assunto: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições. Quando detecta nesse monitoramento um tema que está gerando muitas dúvidas e desinformação, o Comprova Explica. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.

Para se aprofundar mais: Outras iniciativas como o g1, também explicaram sobre o que é mpox e sobre a emergência sanitária causada pela doença. Além disso, o UOLTerra e Agência Brasil também produziram reportagens acerca do assunto e a Organização Pan-Americana da Saúde criou uma seção de perguntas e respostas sobre a mpox.

Transporte Público

Greve dos motoristas é suspensa e negociações sobre salários são retomadas

A paralisação dos motoristas seria nesta segunda-feira, mas o sindicato recuou após receber contatos da Hemosul que poderiam atrapalhar na doação de sangue. As conversas serão retomadas no início da próxima semana

22/11/2024 15h15

Paralisação do transporte público desta segunda-feira foi cancelada.

Paralisação do transporte público desta segunda-feira foi cancelada. Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A paralisação dos motoristas de transporte coletivo do Consórcio Guaicurus, que ocorreria na próxima segunda-feira (25), foi cancelada. A interrupção dos serviços havia sido agendada após os condutores não chegarem a um acordo com a empresa sobre o reajuste salarial.

Ao Correio do Estado, o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira, informou que receberam um ofício do Consórcio Guaicurus na tarde desta sexta-feira (22) solicitando a retomada das negociações. Outra razão que levou o Sindicato a recuar foi o recebimento de um ofício do Hemosul, que pediu o adiamento da paralisação devido à Campanha Nacional de Doação de Sangue, pois a greve dificultaria o acesso dos campo-grandenses ao Hemocentro.

"A paralisação, por enquanto, está cancelada. Recebemos um ofício do Hemosul sobre a campanha nacional de doação de sangue, informando que a paralisação poderia atrapalhar muito a coleta. Outra mudança de postura ocorreu na tarde de hoje, quando recebemos um ofício do Consórcio Guaicurus marcando para segunda-feira, às 16 horas, uma nova rodada de negociações", relatou.

O anúncio da paralisação pegou a população e quem necessita dos serviços de surpresa, já que a paralisação do transporte público de Campo Grande estaria alinhada ao pedido de um possível reajuste salarial. 

Buscando entender o que está acontecendo, o Correio do Estado conversou na tarde de ontem com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Willian Alves, que afirmou que, desde o dia 25 de outubro, está encerrada a data-base da categoria e não houve indicativo de aumento.

“As empresas não sentam para negociar ou dizem que não tem proposta de reajuste. A gente está pedindo 8% de reajuste, mais os benefícios, e as empresas falam que não tem como oferecer nada enquanto a prefeitura não definir nada. Já fizemos quatro rodadas de negociações e não sai disso.

Então, já que a empresa não tem proposta e já está vencida a data base, nós decidimos fazer uma paralisação na segunda-feira”, explica Alves.

Ainda de acordo com o diretor do sindicato, na segunda-feira, dia da paralisação, haverá uma assembleia da categoria para deliberar sobre uma possível greve a partir de terça-feira.

Essa é a terceira ameaça de greve da categoria em menos de dois anos. Só no ano passado foram duas: uma em janeiro, quando os ônibus chegaram a ficarem parados dois um dia, e outra em dezembro, que não se concretizou, pois houve pagamento do vale salarial por parte do grupo de empresas.

Dessa vez, assim como nas outras, o Consórcio Guaicurus informou que não consegue indicar um porcentual de reajuste sem que haja o aumento do valor da tarifa de ônibus.

Em nota, o grupo de empresas responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande afirmou que aguarda uma posição da prefeitura sobre o aumento salarial dos seus funcionários.

“O Consórcio Guaicurus informa que está em negociação com o sindicato dos motoristas, por meio da intermediação da Agereg [Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos], uma vez que, por força de lei, é necessário expressa anuência do poder público. A empresa esclarece que foi surpreendida com a notícia de possível paralisação”, diz a nota.

O que está acontecendo? 

Como acontece todos os anos, a disputa entre o sindicato e o Consórcio Guaicurus ganha novos capítulos devido aos reajustes salariais.

Atualmente, o salário dos 1.100 motoristas é de R$ 2.749,00, com ticket de R$ 250,00, PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) de 9%, além de plano médico e odontológico.

Neste ano, a categoria solicita 8% de aumento e a elevação do ticket para R$ 350,00. Nas últimas negociações, o presidente do STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano), Demétrio Ferreira, informou que o Consórcio ofereceu 4% de reposição da inflação.

Não aceitando a proposta oferecida, o sindicato sinalizou uma possível greve, o que surpreendeu o Consórcio Guaicurus em relação à mobilização.

Uma nova conversa deve acontecer na próxima segunda-feira (25), às 16h, quando novas propostas serão discutidas até que ambos os lados cheguem a um consenso.

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Modernização

Polícia Civil de MS usará WhatsApp para intimações

O uso da tecnologia tem como objetivo agilizar as investigações e reduzir os custos com deslocamentos. A mensagem será padronizada e incluirá o brasão da Polícia Civil de MS.

22/11/2024 14h30

Foto ilustração de um boletim de ocorrência

Foto ilustração de um boletim de ocorrência Fotos: PCPR/ Divulgação

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Com o objetivo de reduzir custos com deslocamentos e agilizar investigações, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul passará a enviar notificações via WhatsApp. A medida, que promete mudar a forma de abordagem da instituição, foi publicada nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial do Estado.

De acordo com o texto, a mensagem de notificação deverá conter endereços eletrônicos e números de telefone celular que comprovem o funcionamento do aplicativo.

Para garantir maior credibilidade às notificações, as delegacias deverão informar o número oficial utilizado e adotar uma foto padronizada da unidade policial, contendo o brasão oficial da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.

As mensagens enviadas deverão incluir no texto o nome, cargo e matrícula do policial responsável, além do número do Boletim de Ocorrência, a unidade policial, o teor da comunicação e, em caso de necessidade de comparecimento, o endereço, data e horário.

O site oficial da Polícia Civil manterá uma lista das delegacias do estado e seus números de telefone para comunicação via WhatsApp, além de alertar que a PCMS não solicita dados pessoais, bancários ou sigilosos por meio de correio eletrônico, redes sociais ou aplicativos de mensagens.

O cumprimento do ato realizado por WhatsApp será documentado por meio de certidão, que detalhará a data e o meio utilizado para informar o destinatário sobre o teor da intimação.

A norma que entrará em vigor segue o que foi estabelecido no termo de cooperação mútua assinado em 2022 entre o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).

A intimação pelo WhatsApp será considerada realizada no momento em que o aplicativo indicar que a mensagem foi lida, ou quando, por qualquer outro meio idôneo, for possível confirmar que a parte tomou ciência da notificação.

Caso o intimado, após ser cientificado do ato, deixe de comparecer à Delegacia de Polícia sem justificativa, será realizada uma nova tentativa de intimação.

 

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