Ainda que há tempos o Pantanal sul-mato-grossense lute contra os incêndios florestais, a vegetação consumida atualmente é verde e úmida, sendo que o Estado se prepara daqui em diante para enfrentar o período mais seco, tradicionalmente conhecido como "estiagem".
Conforme balanço mais recente da Operação Pantanal do Corpo de Bombeiros, ainda que o trabalho seja incessante, uma vez que novos focos surgem a qualquer momento, há pontos em que o fogo já foi de fato extinto, como exemplo do ponto que queimava próximo ao Forte Coimbra.
Próximo desse ponto surgiu outro foco, que concentrou o deslocamento da equipe nesta terça-feira (11) até o momento da extinção e controle do foco, sendo que a área queimada é de 4.475 hectares.
Onde também houve o rescaldo do incêndio foi no foco que queimava na propriedade Porto Laranjeira, no chamado Paraguai Mirim, onde aproximadamente 6.155 hectares de vegetação foram consumidas pelas chamas dos incêndios florestais.
Nova etapa de trabalho
Após mais de 70 dias de combate aos incêndios florestais no Pantanal, os focos não param de surgir nos mais diversos pontos desse bioma, como um mais recente ao sul de outro foco que já tinha sido controlado na região do Caimasul.
Vale lembrar que o Governo do Estado de MS "abraçou" a causa do combate aos incêndios florestais, e consequente apoio ao Corpo de Bombeiros Militar, ainda em 14 de maio, quando bases avançadas começaram a ser instaladas no Pantanal.
Agora, o Governo de MS sinaliza a preocupação com a queda no volume das chuvas, que deve aumentar o índice de tempo seca e risco de incêndios florestais, com base em evidências levantadas pelo
doutor em Ciências e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal, Carlos Padovani.
Padovani faz questão de ressaltar que o último ano foi atípico, por justamente ser mais chuvoso e quebrar longos ciclos de estiagens que vinham sendo registrados desde 2018, porém, "esse ano vai ser bem acentuado, extremo de seca".
"Estamos em um ano de potencial muito grande de queimadas acontecerem. Tivemos 30% menos chuvas na bacia no período chuvoso (de outubro de 2023 a março de 2024). E agora, no período seco, estamos com níveis dos rios muito baixos. O Rio Paraguai não conseguiu chegar a uma cheia, nem perto da média histórica", afirma o pesquisador.
Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até 02 de junho deste ano, se comparado com mesmo período de 2023, com 751 casos a mais Mato Grosso do Sul registra um aumento de 133% dos focos.
Análise sobre o período no bioma indica ainda uma "temporada de fogo 29% maior que o recorde de 2020", que em menos de 15 dias de junho daquele ano registrou 26.725 hectares queimados e, neste 2024, já passa de 61 mil hectares destruídos.