Cidades

CAMPO GRANDE

Esquecida, Cidade dos Ônibus vira ponto para depósito de entulho

Área de 20 hectares abrigaria mais de 600 ônibus

NATALIA YAHN

01/07/2019 - 09h39
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O projeto batizado de Cidade dos Ônibus, em Campo Grande, com estimativa de investimento de R$ 50 milhões e previsão de gerar mais de 1,5 mil vagas de emprego, foi anunciado em 2010 e nunca saiu do papel, deixando para trás a área destinada à construção de um condomínio que seria usado por empresas de transporte coletivo intermunicipal. Sem a implantação efetiva do “estacionamento”, o terreno de 20 hectares onde funcionaria o espaço – na BR-163, no Anel Viário da Capital, no fundo das Moreninhas – foi abandonado e agora é usado como depósito de entulhos.

A área é particular e a CGEA Ambiental, que tem outro ponto para despejo de entulho na cidade localizado na região do Inferninho, é a empresa responsável pelo serviço. A reportagem entrou em contato com a empresa, porém, as ligações não foram atendidas. O verdadeiro proprietário do terreno é o empresário Antônio Fernando Garcia, da Anfer Construções. A doação da área para a prefeitura foi negociada por ele há nove anos, com a intenção de obter autorização para um loteamento residencial em frente à Cidade dos Ônibus. Fontes ouvidas pela reportagem confirmam que o empresário tem intenção de reaver a área e desistir do projeto envolvendo as empresas de ônibus. 

Mas o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros de MS (Rodosul) afirma ter interesse na retomada do projeto. “A condição para que o terreno fosse doado era para fazer o empreendimento. Por um lado, a cidade ganharia e, pelo outro, o empresário construiria e venderia casas. Várias empresas tiveram a chance de se instalar ali, como a CCR [concessionária da BR-163]”, afirmou o presidente da entidade, Oswaldo César Possari.

PROBLEMA

Além da inviabilidade do projeto, outra situação observada é de que o local fica muito próximo de uma das áreas de captação de água da empresa de saneamento de Campo Grande, a Águas Guariroba. O despejo de entulho na área não deveria ser feito, mas a Captação Lageado teria estrutura adequada e proteção com delimitação feita por cercas e muros, para garantir a segurança. Além disso, a empresa afirma não ter recebido nenhum tipo de reclamação ou pedido para verificar alteração nos serviços.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur) confirmou que o terreno é utilizado para descarte de materiais. O titular da pasta, Luís Eduardo Costa, explicou que a empresa tem autorização e todas as licenças para atuar. “Se não tivesse licença, não estaria funcionando. Está tudo certo e regular, com alvará. Não tem nada disso [problema com a captação da água]”, garantiu.

HISTÓRICO

A previsão era de que a obra – que deveria ter ficado pronta no fim de 2012 – fosse iniciada no primeiro semestre de 2014. Um dos benefícios do empreendimento era voltado ao trânsito e ao meio ambiente, já que, nas garagens das empresas, havia mais de 1,5 mil carros e motos dos funcionários, além de mais de 600 ônibus, os quais todos os dias deixariam de circular pela cidade. 

“Muita gente acreditou no projeto, que era forte na questão ambiental. Tinha previsão de lavar 27 ônibus com a mesma água, além da energia solar. Nós estamos tentando falar com o prefeito [Marcos Trad] sobre isso, para retomar o plano, mas ainda não aconteceu”, explicou Possari.

O ex-vereador e presidente da Câmara Municipal na época da negociação, Edil Albuquerque, disse que a intenção era gerar empregos e também facilitar o trânsito na Capital. “A cidade perde muito. O objetivo do projeto era a dinâmica em relação aos ônibus. Teria um grande posto de gasolina ali também e a circulação, de modo geral, seria melhor. Especialmente para os veículos do transporte intermunicipal, pois o acesso à rodoviária seria facilitado”.

Além da doação da área, a prefeitura se comprometeu na época, ainda na gestão do ex-prefeito e atual senador Nelson Trad Filho, a abrir uma rota viária entre o “garajão” e o Terminal Rodoviário Antônio Mendes Canale. 

'GARAJÃO'

Idealizada há nove anos, a megagaragem deveria reunir dez empresas de transporte rodoviário que atuam em Mato Grosso do Sul e pelo menos outras sete com operação no Estado, para desafogar o trânsito das ruas da Capital. 

Cidades

Cadela Laika encontra corpo de idoso que desapareceu em Campo Grande

O idoso Joaquim Gonzales, que sofria de Alzheimer, foi localizado sem vida na tarde desta terça-feira (14), no Jardim Itamaracá

14/01/2025 18h00

Reprodução Redes Sociais

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O idoso Joaquim Gonzales, de 78 anos, natural da Espanha, que desapareceu no último domingo (12), foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (14), nas proximidades do pontilhão do Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

A vítima, que sofria de Alzheimer, estava desaparecida desde domingo, segundo relatos de familiares. De acordo com eles, Joaquim deixou a residência de madrugada. O corpo foi encontrado com o auxílio da cachorra Laika, do Corpo de Bombeiros.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a orientar as buscas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Joaquim foi identificado nas gravações, e a partir disso, os militares delimitaram um perímetro de buscas.

Na região, que possui mata, foram localizados próximos a uma estrada de terra o chinelo, o boné e até um cinto que pertenciam ao idoso.

O trabalho da cachorra Laika foi fundamental para encontrar o local onde o corpo de Joaquim estava. Após a localização, os militares confirmaram que se tratava do desaparecido.

Equipamentos como drones com sensor de calor também foram utilizados durante as buscas. Durante todo o processo, familiares permaneceram mobilizados, espalhando cartazes pela cidade em busca de Joaquim.

Cadela que auxiliou nos resgates

A cadela de busca Laika do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMS), que atua ao lado do sargento Thiago Kalunga, levou poucos minutos para localizar o corpo da vítima. Em outubro de 2023 recebeu a Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Laika, que é da raça pastor holandês, foi aprovada na prova de ‘busca urbana’ realizada nos dias 4 a 6 de outubro durante a 21ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), em Gramado no Rio Grande do Sul. 

Além de estar apta para atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul, após a certificação nacional, a cadela também está autorizada a atuar em ocorrências em todo o Brasil.

Posteriormente, no dia 13 de maio de 2024, Laika fez parte da  1º equipe especializada em busca e resgate juntamente com outros cães e militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para auxiliar no resgate das vítimas na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. A equipe do Estado atuou no município de Encantado.

 A equipe formada pelo sargento Thiago Kalunga e os soldados Jéssica Lopes e Humberto permaneceu em torno de  10 dias atuando nos locais com as estruturas colapsadas pela enchente e inundação.

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Transtorno

Briga na Justiça: passageiros de MS sofreram 1 atraso de voo por dia em 2024

Cenário acarretou em 435 ações judiciais contra empresas aéreas no estado

14/01/2025 17h45

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Os passageiros do setor aéreo em Mato Grosso do Sul sofreram com um número médio de 1 atraso de voo por dia em 2024. 

Conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esse cenário acarretou em um total de 435 ações judiciais contra empresas aéreas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado no estado.

Os processos foram solicitados principalmente por passageiros, em busca reparação por prejuízos causados pela alteração indevida do horário das viagens.

Apesar de alto, o número de ações judiciais em Mato Grosso do Sul apresentou uma leve queda se comparado com 2023, ano em que registrou 440 processos. Em 2022, o número foi ainda maior, com 520 ações judiciais registradas.

Serviço ineficaz

A principal insatisfação dos consumidores é com a falta de resolução eficaz por parte das companhias aéreas. As buscas dos passageiros na Justiça são de valores financeiros por danos materiais e morais.

Segundo Mayra Sampaio, advogada especializada na área, a decisão de processar está diretamente relacionada à incapacidade das companhias aéreas de resolverem essas questões de forma adequada e em tempo hábil.

"Esse alto número acaba não só impactando esses processos a terem uma rápida solução, mas também o consumidor deve ter seus direitos respeitados, e infelizmente, não é o que tem acontecido por parte das companhias aéreas. Desta forma, talvez esse alto número acabe influenciando as companhias a reverem suas políticas para evitarem esses problemas judiciais", afirma.

Já para Henrique Arzabe, advogado especialista em Direito do Consumidor, o alto número de ações evidencia que, apesar da recuperação do setor aéreo após a pandemia, as companhias aéreas ainda enfrentam desafios para oferecer um serviço eficiente.

“O crescimento de casos pode ser um indicador para que as companhias revejam suas práticas e evitem recorrências judiciais, buscando soluções mais rápidas e eficazes para os consumidores”, conclui.

Atraso vs cancelamento

Ainda confome Arzabe, a diferença entre atraso e cancelamento de voo está na execução do serviço. Nesse sentido, as situações impactam o passageiro de maneira diferente.

“O atraso ocorre quando há uma nova previsão de partida e o voo é realizado, mesmo fora do horário inicial. O cancelamento, geralmente, implica maiores prejuízos para o passageiro, como a perda de compromissos ou diárias de hospedagem, além do transtorno de ter que replanejar toda a viagem”, ressalta.

Brisa Nogueira, advogada especializada em Direito do Consumidor alerta que o tempo de espera é um fator determinante para os direitos do consumidor em casos de atraso de voo.

“Em termos de direito do consumidor em relação ao atraso no voo, nós precisamos pensar quantas horas o consumidor fica ali à disposição da companhia aérea para que seja dada, se for dada, alguma providência. Até duas horas há ali uma pendência de alimentação, especialmente despesas com água e comida. Excedendo-se quatro horas de espera e havendo a necessidade de pernoite no aeroporto, é necessário que a companhia aérea faça o custeio de hospedagem, bem como transporte de deslocamento e retorno ao aeroporto, sem prejuízo do direito do consumidor de ser alocado no próximo voo, havendo disponibilidade”, afirma.

Registre provas

Vale destacar que é importante o consumidor conhecer seus direitos e ficar preparado para buscar reparação em casos de prejuízos causados por atrasos ou cancelamento de voo.

Nesse sentido, ao sentir-se lesado, é importante que o passageiro registre o maior número de provas possível, para assim, conseguir reinvindicar reparação jurídica de maneira mais eficaz.

“É muito importante o consumidor constituir a prova. Primeiro, prova do atraso do voo e, também, dos prejuízos. Se a empresa oferecer algum voucher, é importante registrar isso. Principalmente, se a empresa não o ofereceu, é fundamental ter a prova de que, por exemplo, o atraso gerou outro tipo de prejuízo, como a perda de uma diária de hotel ou reserva de carro. Relembrando que, a partir de quatro horas de atraso injustificado, é devido dano moral ao consumidor”, destaca Brisa Nogueira.

Por fim, o advogado Henrique Arzabe o consumidor não deve pensar duas vezes quando for buscar reparação caso se sinta prejudicado.

“As companhias aéreas têm a obrigação de oferecer um serviço adequado e de prestar assistência, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento. Até porque, pequenos atrasos podem causar prejuízos significativos para o cliente, como perder uma conexão ou uma reserva. Por isso, documentar tudo é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados”, conclui.

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