Cidades

INVESTIGAÇÃO

Esquema para fraudar camionete de prefeito "mais louco" expõe Detran-MS

Gaeco descobriu que Dodge RAM foi transferida de homem para PM em transação que envolveu selo e assinatura falsificados

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O chefe do Executivo de Ivinhema, Juliano Ferro (PSDB) – conhecido também como o prefeito “mais louco do Brasil” – está envolvido em mais uma polêmica. Dessa vez, o foco da investigação do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) é referente a uma caminhonete Dodge RAM que foi do gestor, mas que tinha um homem morto como proprietário.
O esquema pode envolver, inclusive, a participação de uma funcionária do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), o que expõe a fragilidade do sistema do órgão estadual.

Esses elementos levaram o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) a deflagrar ontem a Operação Contrafação, 

“em apoio à investigação que tramita perante a 1ª Promotoria de Justiça de Ivinhema”.A ação cumpriu oito mandados de busca e apreensão domiciliar, um mandado de busca e apreensão de veículo e intimações sobre imposição de medidas cautelares diversas da prisão – e um dos alvos foi Ferro.

De acordo com informações apuradas pelo Correio do Estado, em junho do ano passado, um homem que já estava morto há três anos teria “transferido” a posse da caminhonete para um policial militar (PM). Isso aconteceu na agência do Detran-MS localizada em Maracaju.

“Proprietário do bem junto ao órgão de trânsito já havia falecido há mais de três anos, o que demonstra a falsificação”, diz trecho de nota do Gaeco.

A transferência entre o morto e o PM envolveu o uso de documentos falsificados, segundo o Gaeco, braço do MPMS.Entre esses documentos, o Correio do Estado apurou que estava o selo de um cartório de registros localizado em Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul, e a assinatura do dito proprietário da Dodge RAM, que já estava morto.

Por causa de todos esses elementos, o Gaeco investiga também a possibilidade do envolvimento de uma servidora do Detran-MS no esquema.

Durante o cumprimento das ordens judiciais na operação de ontem, as quais tiveram como alvo o prefeito de Ivinhema, dois PMs, entre outras pessoas, foram apreendidos R$ 79 mil em dinheiro, além de armas, carregadores e munições.

Duas pessoas foram encaminhadas para delegacia de Polícia Civil pelo flagrante de posse de arma. Uma delas, conforme apuração do Correio do Estado, seria um vereador recém-eleito que trabalhava como uma espécie de segurança de Ferro.

Além da casa do prefeito, os promotores do Gaeco fizeram buscas em um supermercado (Alvorada) e em uma loja de revenda de veículos pertencente à mesma família.

Dessa loja, os agentes levaram uma caminhonete semelhante à que teve a documentação adulterada, mas o Gaeco não confirmou se é o veículo que estava sendo utilizado pelo prefeito até meados deste ano.

INVESTIGAÇÕES

Conforme o Gaeco, as investigações revelaram que a Dodge RAM que pertenceu a Ferro também foi de um empresário local, entretanto, eles não chegaram a registrar a posse – e nisso “acabou tendo a sua transferência efetivada, em sequência, para o nome de policiais militares do Estado, 

[a qual foi] baseada em documentação falsificada”.A caminhonete também aparece em uma outra investigação. Em setembro deste ano, a Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar por qual motivo o prefeito de Ivinhema não havia declarado à Justiça Eleitoral a posse de uma Dodge RAM e de uma Silverado – avaliadas em R$ 800 mil – que ele ostentava em suas redes sociais, ou seja, as quais ainda estavam em sua posse.

Ao prestar depoimento, no dia 3 de setembro, Ferro disse que já havia vendido a RAM recentemente e que a Silverado não estava em seu nome e que, por isso, não declarou à Justiça Eleitoral.

Essa Silverado acabou sendo apreendida pela PF no dia 15, em meio a uma investigação relativa a uma quadrilha de narcotraficantes.

O prefeito admitiu que havia comprado a Silverado de Luiz Carlos Honório, que foi preso em 8 de agosto acusado de ser um dos chefes de uma quadrilha do narcotráfico baseada em Ivinhema.

Na investigação também apareceu a informação de que a casa do prefeito havia sido adquirida do mesmo comerciante, que segue preso.

HISTÓRICO

No dia 23, agentes da PF recolheram uma série de documentos e tomaram depoimento de servidores da prefeitura de Ivinhema em meio a uma investigação que apura suposto superfaturamento da ordem de R$ 225 mil na compra de merenda escolar.

Dias antes, em 15/10, uma operação da PF contra uma quadrilha de narcotráfico apreendeu uma caminhonete Silverado de R$ 519 mil que também havia sido do prefeito. Ele comprou o veículo no começo deste ano de Honório, que foi preso por tráfico.
O prefeito “mais louco do Brasil” ainda devia R$ 380 mil dessa Silverado. Depois que o veículo entrou na mira da PF, ele afirmou que vendeu a caminhonete, a qual mesmo assim foi tomada do novo proprietário.

Saiba

Reeleito com folga para prefeito de Ivinhema

Juliano Ferro (PSDB) foi reeleito no dia 6 com pouco mais de 81% dos votos em Ivinhema. Foi a votação mais expressiva de um candidato a prefeito na história de 70 anos do município, conforme ele mesmo faz questão de informar em diversas publicações em seu perfil no Instagram, no qual tem 767 mil seguidores. Além da promoção pessoal, Ferro utiliza as redes sociais para uma série de rifas, geralmente de veículos. 

Nas últimas semanas, oferecia um Landau e uma F-1000 antigos. Seria com o dinheiro da venda dessas rifas que ele conseguiria o dinheiro para pagar a Silverado que havia comprado de um suposto narcotraficante.

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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