Exatos 32 meses depois do início da primeira etapa das obras do chamado novo acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas, o Governo do Estado lançou nesta sexta-feira (29) edital de licitação para investimento de quase R$ 21 milhões na região, mas o projeto da nova avenida segue engavetado.
Conforme a publicação, 16 ruas e avenidas do Bairro Itamaracá receberão recapeamento ou asfalto novo, num investimento máximo de R$ 20.981.386,66. Estas ruas, entre as quais a Padre Mussa Tuma, principal via do Itamaracá, estão nas imediações da Rua Salomão Abdalla, que precisa ser alargada para servir de nova via de acesso às Moreninhas. Esta avenida, porém, não faz parte dos investimentos previstos neste edital.
Nesta sexta-feira a Agesul divulgou o edital de licitação do chamado lote 01, prevendo o recapeamento de cerca de seis quilômetros de asfalto e implantação de cerca de 5 quilômetros de asfalto novo no Itamaracá. As obras devem se estender por pelo menos dois anos, conforme o edital.
A licitação para pavimentação da Salomão Abdalla e das outras vias que serão abertas no meio de pastagens para dar continuidade às obras de novo acesso às Moreninhas ainda não tem previsão de data, segundo a Agesul.
A primeira etapa deste projeto que prevê a construção de uma nova avenida de acesso às Moreninhas começou ainda em dezembro de 2022. A primeira fase está pronta há quase um ano. Nesta etapa o Governo do Estado já investiu R$ 53,24 milhões.
O problema é que sem a segunda etapa, o asfalto novo da primeira etapa (Avenida Alto da Serra) está ligando as Moreninhas a uma pastagem.
Trechos do asfalto, a drenagem, a ciclovia e até boa parte do paisagismo estão sendo utilizados pelos moradores da região. Mas, a obra tem o objetivo principal desafogar o trânsito de avenidas como, Guaicurus, Costa e Silva e Guri Marques, o que será possível depois da conclusão da segunda etapa.
DESAPROPRIAÇÕES
Uma das explicações para a demora em tirar do papel esta segunda fase é o impasse sobre a desapropriação de 52 imóveis para alargar a Salomão Abdalla. O custo das indenizações, inicialmente orçado em R$ 10,5 milhões, está sendo bancado pelo Governo do Estado.
A parte burocrática, porém, ficou a cargo da administração municipal e uma parte dos proprietários contestou os valores e por conta disso existem pendências até hoje. E justamente por conta destas pendências é que esta segunda parte do projeto foi dividida em dois lotes.
Inicialmente a primeira etapa foi licitada por R$ 41,3 milhões e os trabalhos foram executados pela empreiteira Anfer, que é proprietária de parte dos imóveis que precisam ser desapropriados. Porém, depois de uma série de aditivos e acréscimos no projeto original, o custo da obra aumentou em 29%, chegando a R$ 53,24 milhões.
Conforme a previsão, a nova avenida servirá para desafogar o tráfego da Avenida Guri Marques, hoje a principal via de acesso da região central de Campo Grande às Moreninhas e bairros próximos.
A continuidade do projeto foi prometida pelo governador Eduardo Riedel no dia 4 de agosto, durante anúncio da programação das festividades relativas aos 126 anos de Campo Grande. Naquela, data, Riedel previu que as obras do novo acesso começariam ainda neste ano.


