Cidades

ROTA DA CELULOSE

Estado mantém assinatura com XP mesmo com judicialização

Após K-Infra entrar na Justiça alegando erros na decisão que a eliminou do certame, governo afirma que o processo legal foi cumprido integralmente

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A K-Infra, empresa que faz parte do Consórcio K&G (que apresentou a melhor proposta para a Rota da Celulose, mas foi desclassificado), ingressou na Justiça com mandado de segurança para impedir que o contrato com a segunda colocada seja assinado. Apesar da judicialização da questão, o governo do Estado afirmou que mantém a previsão de fechamento do acordo para este ano.

No mandado de segurança impetrado pela empresa, o grupo alega que houve “ilegalidade clara na condução do processo licitatório, violação de princípios fundamentais do Direito Administrativo, descumprimento da lei de licitações” e pede que o processo fique suspenso até que haja uma decisão final sobre o certame.

Isso significa dizer que a empresa quer impedir que a segunda colocada, o Consórcio Caminhos da Celulose, tome posse da rodovia.

A empresa acusa, ainda, o governo do Estado de direcionamento do certame e alega que não houve fundamentação na desclassificação do consórcio da disputa.

“A conduta revela, somada aos demais elementos, a clara intenção de direcionar certame público, porque cria regras não previstas no edital”, diz trecho do mandado de segurança.

Apesar de ter feito parte de um consórcio, com a Galapagos Participações, a K-Infra ingressou sozinha na Justiça para pedir que a decisão sobre a concorrência seja revista.

No pedido, em sua argumentação judicial, os advogados da K-Infra utilizam termos nada lisonjeiros quando se referem à comissão de licitação.

“A conduta é mendaz, ímproba e em desrespeito ao disposto no art. 168, da Lei Federal nº 14.133/2021, cuja eloquente redação é a seguinte: O recurso e o pedido de reconsideração terão efeito suspensivo do ato ou da decisão recorrida até que sobrevenha decisão final da autoridade competente”.

Ao utilizarem o adjetivo mendaz, os advogados disseram que a conduta da comissão de licitação foi “desleal, enganosa, pérfida e traiçoeira”, conforme os sinônimo para o adjetivo nada comum.

No entanto, o governo do Estado não vê desta forma. Em nota ao Correio do Estado, o Executivo afirma que cumpriu todo o rito legal da licitação e que respeitou todos os prazos dos recursos.

“O devido processo legal foi respeitado com ampla publicidade e fundamentação das decisões. Todos os recursos foram recebidos, em seu efeito suspensivo, analisados e julgados dentro do prazo da Lei de Licitações”, alega o governo estadual.

Por entender que fez tudo dentro do que determinava a legislação, o governo também afirmou que mantém para este ano ainda a assinatura com o Consórcio Caminhos da Celulose, formado pelas empresas XP Infra V Fundo de Investimento em Participações, CLD Construtora, Laços Detentores e Eletrônica Ltda., Construtora Caiapó Ltda., Ética Construtora Ltda., Distribuidora Brasileira de Asfalto Ltda., Conter Construções e Comércio S.A. e Conster Construções e Terraplanagem Ltda.

DESCLASSIFICAÇÃO

O Consórcio K&G foi desclassificado depois que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) expulsaram a empresa da BR-393, chamada de Rodovia do Aço, no Rio de Janeiro. A experiência que ela tinha na administração daquela rodovia foi utilizada para que fosse habilitada a participar da licitação.

A K-Infra perdeu a concessão cerca de um mês depois de vencer o leilão para administrar trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 (de Campo Grande a Bataguassu). Além disso, ficaria com parte das rodovias federais BR-262 (de Campo Grande a Três Lagoas) e da BR-267 (de Nova Alvorada do Sul à divisa com São Paulo), onde serão instalados 12 pedágios.

Ao se defender da desclassificação, a K-Infra alega que, “em relação à caducidade, trazida à baila como fato superveniente, é importante destacar que não há qualquer previsão em nosso ordenamento jurídico de que a decretação da caducidade produza efeitos retroativos, a fim de desconstituir situação plenamente constituída”. 

“O mandado de segurança deve ser procedente porque houve ilegalidade clara na condução do processo licitatório, violação de princípios fundamentais do direito administrativo, descumprimento da lei de licitações e risco de dano irreparável. Todos os argumentos estão amparados em dispositivos legais, jurisprudência e princípios constitucionais”, conclui a defesa da K-Infra.

PEDIDOS

Além da suspensão da assinatura do contrato com a XP Infra, a K-Infra também pede que seja reconsiderada a decisão que a desclassificou, o que a tornaria, novamente, vencedora do certame.

Caso não seja reconhecido isso, a empresa pede ainda que “o presente recurso [seja] remetido imediatamente à autoridade superior” e que ela possa recorrer da decisão que a desabilitou.

A K-Infra protocolou a ação judicial na 3ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos no dia 7 deste mês, e até agora o juiz não se manifestou sobre a concessão ou não de liminar.

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É DE MS!

Cidade de MS é nomeada como a melhor do Brasil para se viver

Entre os estados, MS ocupa a 6ª posição entre os melhores do Brasil

31/12/2025 11h00

Jateí é o 2º município com menos habitantes de MS e com maior nota do Brasil

Jateí é o 2º município com menos habitantes de MS e com maior nota do Brasil Divulgação

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O pequeno município de Jateí, com uma população estimada de 3.596 habitantes foi considerada a melhor cidade do Brasil para se viver, segundo uma pesquisa realizada pelo veículo Gazeta do Povo. 

O município é o segundo menos populoso de Mato Grosso do Sul, ficando atrás apenas de Figueirão, que tem 3.539 moradores de acordo com o último censo. 

De acordo com o jornal paranaense, o ranking foi elaborado com base em 27 indicadores, como segurança, economia, boas escolas, população, arborização e cultura, aplicados a todos os 5.570 municípios do País. 

Este foi o segundo ano em que a pesquisa foi realizada e a versão de 2025 utilizou seis indicadores a mais que a do ano passado, mostrando uma complexidade maior de avaliação dos dados coletados. 

Na categoria “melhores cidades para morar”, todas as 10 cidades que estão no topo do ranking são do interior e têm uma população menor, sendo apenas uma com mais de 10 mil habitantes. 

Para o jornal, o tamanho reduzido da população geralmente vem acompanhado de baixos índices de violência, o que resulta em boas notas. 

“Nenhuma das dez melhores cidades registrou homicídios ou suicídios nos bancos de dados consultados, apenas uma tem moradores de rua. Além disso, essas cidades têm em comum boas notas nos índices de educação, infraestrutura e saúde fiscal das gestões municipais. No entanto, todas apresentam opções modestas de lazer. Nenhuma delas possui sala de cinema, por exemplo”, ressaltou o Gazeta. 

Confira abaixo as líderes do ranking e suas notas: 

  1. Jateí (MS) - 8,72
  2. Montauri (RS) - 8,53
  3. Paraí (RS) - 8,45
  4. Nova Bréscia (RS) - 8,24 
  5. Coqueiro Baixo (RS) - 8,24
  6. São Bento do Sapucaí (SP) - 8,21
  7. Cruzália (SP) - 8,21
  8. Santa Salete (SP)  - 8,19
  9. Barra Funda (RS)  - 8,18
  10. Guabiju (RS) - 8,18

A líder sul-mato-grossense

Localizada a 250 quilômetros da Capital, Jateí pode não ser famosa, mas possui indicadores “excelentes”. Segundo o jornal, as ruas bem arborizadas e calçadas limpas da cidade são “sinais externos de outros indicadores menos visíveis”. 

No período analisado para o cálculo da nota, de 2019 a 2023, Jateí não registrou nenhum homicídio. Também não haviam moradores de rua, nem moradores internados por uso de drogas, mortes em acidente de trânsito e suicídios no ano de 2024. Não foram encontradas moradias com características de favela na cidade. 

A média salarial entre todos os municípios brasileiros foi de R$ 2.635 e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita médio foi de R$ 33,871. Em Jateí, o salário médio superou a média brasileira, de R$ 3.679 e o PIB per capita foi de R$ 119.162,85. 

Com relação à infraestrutura, 99,72% das residências contam com coleta de lixo domiciliar, 97,61% das vias são pavimentadas e 98,87 possuem iluminação pública. 

A economia jataiense gira em torno da suinocultura, tem o 9º maior PIB per capita e o 6º maior salário médio do Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Ranking entre os estados

Entre as 27 Unidades Federativas brasileiras, Mato Grosso do Sul ocupa a 6ª colocação entre as melhores notas. 

Confira a lista em ordem abaixo: 

  1. Rio Grande do Sul - 6,18
  2. Santa Catarina - 6,17
  3. São Paulo - 6,16
  4. Paraná - 5,76
  5. Minas Gerais - 5,65
  6. Mato Grosso do Sul - 5,62
  7. Mato Grosso - 5,43
  8. Goiás - 5,26
  9. Rondônia - 5,22
  10. Rio de Janeiro - 5,17
  11. Piauí - 5,05
  12. Espírito Santo - 5,03
  13. Rio Grande do Norte - 4,76
  14. Tocantins - 4,68
  15. Paraíba - 4,64
  16. Maranhão - 4,51
  17. Bahia - 4,48
  18. Ceará - 4,43
  19. Alagoas - 4,29
  20. Acre - 4,29
  21. Pernambuco - 4,25
  22. Sergipe - 4,21
  23. Pará - 4,18
  24. Amapá - 4,15
  25. Amazonas - 4,08
  26. Roraima - 4,04

  27.  

RELATÓRIO

MS lidera ranking de indígenas presos e terá de adaptar presídios

Estado tem a maior população carcerária indígena do País, superando o Amazonas, e deverá seguir novas diretrizes que garantem intérpretes e alimentação tradicional

31/12/2025 09h00

Estado teve 510 indígenas presos no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais

Estado teve 510 indígenas presos no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com o maior número de indígenas sob custódia do sistema penal, segundo dados revelados pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A secretaria emitiu nota técnica revelando os dados, que integra o novo Plano Pena Justa e que estabelece uma série de mudanças obrigatórias para garantir os direitos da população indígena, pressionando a administração penitenciária sul-mato-grossense a adaptar suas rotinas de segurança e acolhimento.

“Ao relacionar as 10 unidades federativas com o maior número de pessoas indígenas custodiadas no Brasil, nota-se que há diferença se comparados com os estados que têm a maior quantidade de população indígena no País”, revela o documento.

De acordo com o levantamento federal, Mato Grosso do Sul tem 510 indígenas presos, no primeiro semestre de 2025.

O número coloca o Estado na liderança do ranking nacional, muito à frente de Roraima (2º lugar, com 304 detentos) e Rio Grande do Sul (3º lugar, com 234 detentos).

O dado chama atenção pela desproporcionalidade quando comparado à população total. Embora o Amazonas tenha a maior população indígena do País (quase 491 mil pessoas), ele ocupa apenas a 6ª posição no ranking carcerário, com 126 presos indígenas.

Já Mato Grosso do Sul, que tem a 3ª maior população indígena (cerca de 116 mil), encarcera quatro vezes mais indígenas que o estado do Norte.

A nota técnica da Senappen impõe “desafios logísticos e culturais” para a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).

O governo federal determinou que a identidade cultural dos detentos não pode ser apagada pela máquina prisional.

O levantamento do Ministério da Justiça alerta ainda para um problema crônico que mostra que os números de MS podem ser ainda maiores: a classificação errônea de indígenas como pardos no momento da prisão.

A Senappen critica a prática de definir a raça/cor pela percepção do policial ou do agente penitenciário. A nova regra exige a pergunta direta: “Você se considera indígena?” Se a resposta for sim, deve-se perguntar o povo e a aldeia de origem, acionando imediatamente a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) da região.

Saúde e rituais

A nota técnica cita especificamente a estrutura de saúde de Mato Grosso do Sul como um ponto de atenção e potencial.

O documento destaca que a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) no Estado conta com profissionais capacitados, mas exige que o atendimento médico dentro dos presídios seja intercultural.

Isso inclui permitir a entrada de pajés e rezadores para assistência religiosa e espiritual, equiparando-a à assistência dada a padres e pastores.

As determinações da nota visam, de acordo com o Ministério da Justica, que o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul cumpra o Plano Pena Justa, visando retirar o Brasil do que o STF classificou como estado de coisas inconstitucional (ECI) nas prisões.

>> Mudanças nos presídios

Proibição do Corte de Cabelo > A administração não pode mais invocar higiene para cortar o cabelo de indígenas compulsoriamente. O corte é considerado uma violação da personalidade e identidade cultural.

Intérpretes Obrigatórios > Se o preso tiver dificuldade com o português, o Estado deve garantir um intérprete da sua etnia para todos os atos processuais e administrativos.

Alimentação Tradicional > Os presídios deverão permitir a entrada de alimentos tradicionais levados por familiares ou adequar o cardápio, respeitando hábitos alimentares da etnia.
 
Respeito aos Nomes >
O registro de entrada deve respeitar a autodeclaração, incluindo o nome indígena e a etnia, e não apenas o nome de registro civil aportuguesado.

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