Estudos feitos por médicos e pesquisadores do Brasil e do mundo, apontam que o congelamento do câncer de mama pode ser uma alternativa eficaz em mais de 90% dos casos. O tratamento seria uma opção para não recorrer à cirurgia.
A nova técnica é chamada de crioablação, ou também conhecida como crioterapia, e consiste em aplicação de ciclos alternados de congelamento e descongelamento em tecido neoplástico, utilizando criosondas, conhecidas popularmente como agulhas, que alcançam temperaturas extremamente baixas, variando de - 40°C a – 160 °C, o que resulta na destruição e morte das células cancerígenas.
Em ampla utilização no mundo, no Brasil há hospitais em São Paulo que estão testando o novo tipo de tratamento. O mastologista Dr. Afonso Nazário, do Hcor, relata que na pesquisa clínica que está em andamento, cerca de 30 mulheres já foram submetidas a crioterapia, e foi verificada uma alta eficácia no tratamento da doença, causando satisfação para a equipe médica e as pacientes.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam cerca de 704 mil novos casos de câncer para o Brasil até 2025, e o câncer de mama segue sendo o com maior incidência entre as mulheres de todo o país, com 73.610 casos estimados.
Em Mato Grosso do Sul, os dados apontam que a estimativa é de 910 novos casos de câncer de mama nos próximos dois anos, sendo essa a segunda maior taxa do Estado, ficando atrás apenas para o câncer de próstata, que deve ter 1.230 novos casos até 2025 em MS.
O novo procedimento, além de ser uma possível alternativa para a cirurgia, também é um tratamento minimamente invasivo, que oferece menos riscos e uma recuperação mais rápida aos pacientes.
No procedimento, feito em laboratório e com anestesia local, é formada uma “bola de gelo” na mama, que envolve as células do tumor e uma margem segura em torno dele. O processo de destruição do tumor leva cerca de 15 dias, e após isso as pacientes fazem uma ressonância magnética para verificar se ainda há células malignas.
Mesmo assim, o médico adverte que após a crioterapia, a paciente segue tratamento normal, podendo fazer quimioterapia e radioterapia, se for o indicado.


