Cidades

CAMPO GRANDE

Falhas em transporte e armazenagem provocaram falta de vacinas básicas

Correio revelou problemas com imunização

NATALIA YAHN

27/07/2019 - 08h59
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A falta de vacinas na rede pública de saúde de Campo Grande e em municípios do interior de Mato Grosso do Sul foi provocada por falhas no processo de importação e armazenagem das doses. Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que a tetraviral – que imuniza contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela – é analisada pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). 

“A pasta distribui as vacinas mensalmente aos estados, porém, neste mês de julho, a distribuição não foi autorizada”. De acordo com o Ministério a medida visa manter o controle de segurança das vacinas que são disponibilizadas para a população. Para o mês de agosto, a previsão é de atendimento de 100% da cota mensal de Mato Grosso do Sul, com envio de 42,3 mil doses para o Estado.

Já a vacina DTP (a tríplice bacteriana, que imuniza contra difteria, tétano e coqueluche), que é adquirida via Fundo Rotatório para Aquisições de Imunobiológicos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), teve problema de variação de temperatura no transporte para o Brasil. 

“A distribuição foi reduzida em razão de um problema de excursão de temperatura nas doses. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aguarda parecer da Opas para avaliar a liberação do produto. Assim que as doses estiverem disponíveis, a distribuição será regularizada”, afirmou a pasta.

O Ministério alerta que, para a otimização das doses disponíveis, a orientação é que nos municípios com baixo estoque ocorra agendamento da vacinação ou, como esquema de substituição, a vacina tríplice viral e a vacina varicela monovalente para a falta de tetraviral. No caso da DTP, a pasta orientou que os profissionais de saúde façam o agendamento da vacinação, mas na edição de quinta-feira (25) o Correio do Estado mostrou que as doses já não estão disponíveis nas unidades. Em alguns casos, a falta já dura um mês.

Na mesma semana em que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esteve em Campo Grande para participar, ao lado do cantor Michel Teló, de ações do movimento Vacina Brasil – além de inaugurar a primeira unidade do Saúde na Hora e formalizar a liberação de R$ 167 milhões em investimentos para Mato Grosso do Sul –, a realidade de quem precisa do Sistema Único de Saúde (SUS) é de abandono e descaso. 

Vacinas obrigatórias que protegem contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (a tetra viral) e ainda difteria, tétano, coqueluche (a tríplice bacteriana – DTP) estão em falta nos postos de vacinação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). A própria pasta confirmou o problema em nota, afirmando não ter previsão de quando os estoques serão abastecidos.

Enquanto isso, a população sofre. No Centro Regional de Saúde (CRS) Tiradentes, a fila de espera para receber a DTP era grande enquanto a reportagem esteve no local. Em poucos minutos, a equipe flagrou pelo menos três mães saindo do local com seus filhos – sem imunizar as crianças. A autônoma Andressa Lins, mãe do Caio, de um ano e quatro meses, foi uma delas. “Ele já está com um mês da vacina atrasada e eu não sei se tem no particular, mas eu não posso pagar. E o poder público deveria arcar”, reclamou.

A estudante Juliana Serrouchamy, 22 anos, também flagrou mães deixando o local sem conseguir a imunização. “Estou aqui na fila e acabei de ver uma mãe indo embora porque não conseguiu vacinar. Ainda bem que vacinei meu filho no mês passado da DTP”, lembrou ela, que desta vez foi em busca da vacina contra a meningite. 

A reportagem apurou que no CRS Tiradentes, a DTP está em falta há um mês. E para quem vai até lá a informação repassada é de que não há previsão de quando os estoques serão reabastecidos.

Na Unidade de Saúde da Família do bairro Iracy Coelho – onde Mandetta participou de solenidade há três dias – a vacina também está em falta e a informação que os funcionários receberam é de que doses poderão chegar na semana que vem. A sala de vacina tinha apenas três doses disponíveis em estoque. Dez chegaram na segunda-feira (22), dia que o ministro esteve em visita oficial, porém sete já haviam sido aplicadas. A falta de vacina também é registrada na unidade desde o início do mês.

A reportagem esteve ainda na Unidade Básica de Saúde Jockey Club, no Bairro Piratininga. No local, não havia nenhuma criança na fila para vacinar contra a DTP. Mas a informação é de que a unidade também não tem doses da vacina.

EXPLICAÇÃO

A Sesau informou que as vacinas administradas são fornecidas pelo Ministério da Saúde. Entretanto, não têm sido enviadas doses da tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Quanto a DTP (difteria, tétano e coqueluche) a quantidade fornecida não é suficiente para atender a demanda. “Em ambos os casos não há previsão do órgão federal para regularização dos estoques”, disse a pasta.

Para substituir a tetra viral, é possível administrar duas vacinas: a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) e a varicela. Sendo assim, havendo indicação da tetra viral, ela é substituída pela tríplice + varicela, alcançando o mesmo efeito imunológico. “As unidades de saúde contam com estoque regular da tríplice e varicela. Quanto à DTP, não há solução alternativa”, afirmou a Sesau.

O valor da DTP em hospitais e laboratórios particulares é de aproximadamente R$ 180. A vacina tríplice bacteriana é ministrada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses de vida da criança, com reforços entre 15 e 18 meses e, depois, entre 4 a 6 anos de idade.

CAMPANHA

O cantor sertanejo Michel Teló, que é embaixador do Movimenta Vacina Brasil, em prol da campanha de vacinação contra a hepatite viral, participou da abertura das ações ao lado de Mandetta na segunda-feira (22) e falou sobre a importância da vacinação e de manter o calendário de imunização – especialmente das crianças – em dia. “Eu e minha esposa cuidamos muito disso para os nossos filhos. É muito importante”, afirmou na ocasião.

Mandetta também anunciou que, a partir do ano que vem, haverá mais facilidade na hora da vacinação porque as carteiras passarão a ser apresentadas e atualizadas por aplicativo do celular. “No ano que vem, a gente deve ter a vacina todinha nos aplicativos para que as pessoas possam ter a portabilidade e não depender mais dos cartões”.

VIAGEM

MS: 790 mil veículos devem trafegar na BR-163 no Natal e Ano Novo

No Natal, 343 mil veículos vão passar pela rodovia e 446 mil no Ano Novo

23/12/2025 12h00

BR-163, em MS

BR-163, em MS Gerson Oliveira

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O movimento será intenso neste fim de ano nas estradas que cortam Mato Grosso do Sul. Quem tem disponibilidade e oportunidade, não perde a chance de curtir o Natal e Ano Novo em outra cidade.

De acordo com a Motiva Pantanal, e estimativa é que 790.279 veículos trafeguem pela BR-163/MS entre 23 de dezembro de 2025 e 5 de janeiro de 2026.

No Natal, entre 23 e 28 de dezembro, 343.326 veículos vão passar pela rodovia. Os dias com maior pico no movimento serão 23, 26 e 27 de dezembro.

No Ano Novo, entre 29 de dezembro até 5 de janeiro, o tráfego será de 446.953 veículos. Os dias mais movimentados serão 2, 3 e 4 de janeiro.

Operação Fim de Ano, da Motiva Pantanal - antiga CCR MSVia - iniciou às 00h desta terça-feira (23) e vai até 5 de janeiro.

BR-163

A BR-163 é a rodovia que corta o sul-norte de Mato Grosso do Sul. Possui 845,4 quilômetros de extensão e cruza 21 cidades, sendo elas:

  • Mundo Novo
  • Eldorado
  • Itaquiraí
  • Naviraí
  • Juti
  • Caarapó
  • Dourados
  • Douradina
  • Rio Brilhante
  • Nova Alvorada do Sul
  • Campo Grande
  • Jaraguari
  • Bandeirantes
  • Camapuã
  • São Gabriel do Oeste
  • Rio Verde de Mato Grosso
  • Coxim
  • Sonora
  • Pedro Gomes

A BR-163 em Mato Grosso do Sul (MS) possui nove praças de pedágio, nos municípios de Sonora, Coxim, São Gabriel do Oeste, Bandeirantes, Campo Grande, Rio Brilhante, Dourados, Naviraí e Mundo Novo.

A rodovia é 100% monitorada por 477 câmeras de monitoramento, distribuídas ao longo da BR-163/MS, permitindo acompanhamento em tempo real das condições de tráfego e apoio às ações integradas com a Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso do Sul (PRF/MS).

ORIENTAÇÕES

Se for pegar estrada neste fim de ano, é necessário que o condutor:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

 

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

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