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Falta de demarcação de terras expõe indígenas à violência no Estado

Falta de demarcação de terras expõe indígenas à violência no Estado

AGÊNCIA BRASIL

15/11/2011 - 13h20
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A demora no processo de demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul (MS) é a principal causa da violência contra os indígenas no estado, apontam os índios das etnias Kaiowá, Guarani e Terena que hoje encerraram em Douradina o 1º Encontro dos Acampamentos Indígenas, com a presença de cerca de 300 pessoas.

Em documento que será encaminhado ao governo federal, eles denunciam a presença de pistoleiros que ameaçam os índios do Acampamento Guaivyri, em Amambai, apontam casos de morte, tortura e coação já levados ao Ministério Público Federal (MPF) e reclamam da “omissão” das autoridades.

De acordo com dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, de 2003 a 2010 foram assassinados 250 índios no MS, nas outras 26 unidades da Federação foram 202 mortes. Além das mortes, no mesmo período ocorreram 190 tentativas de assassinatos (79 a mais do que no restante do Brasil).

Muitas mortes violentas ocorrem em acampamentos dos indígenas que aguardam a demarcação em áreas próximas a fazendas, à beira da estrada. Atualmente há no estado 31 acampamentos com cerca de 2,5 mil índios no total, média de 80 indígenas por acampamento conforme estimativa do Cimi.

O processo de demarcação começou em junho de 2008, quando o governo federal instituiu seis grupos de trabalho para delimitar terras indígenas em 25 municípios. Conforme a chefe regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Dourados, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, o trabalho de demarcação ficou suspenso por decisão judicial nas diversas áreas durante todo o ano de 2009 e nos oito primeiros meses de 2010.

A chefe da Funai explicou à Agência Brasil que “os advogados dos fazendeiros acionaram a Justiça com vários recursos impedindo a entrada de antropólogos para efetuar qualquer trabalho de identificação”. Ela ressalta que há proprietários que têm posse de “títulos de boa-fé”, fornecidos à época do Estado Novo (anos 1940), em função da política de “Marcha para o Oeste”.

O governo federal promete concluir as demarcações ainda este ano. No dia 20 do mês passado, o secretário nacional de Articulação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, Paulo Maldos, esteve no MS e declarou que “a demarcação de terras indígenas é estruturante para a pacificação da região”. Ele disse que o governo também levará assistência médica e educação para a população indígena no estado (cerca de 44 mil pessoas). “Essa é uma forma de sinalizar que o Estado está presente, e que os índios têm direito a acessar as políticas públicas do governo federal”.

Maldos visitou a aldeia Y’Poi, da etnia Guarani-Kaiowá, na fronteira com o Paraguai. Segundo decisão judicial, os índios da localidade só podiam receber assistência da Funai e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) a cada 15 dias. A liminar concedida por uma juíza federal que restringiu o trânsito de veículos na fazenda que dá acesso à aldeia impediu que 53 crianças indígenas frequentassem escola este ano. “Esse caso é muito emblemático”, assinala Maria Aparecida de Oliveira.

Apesar das promessas de Maldos, o conselheiro regional do Cimi, Egon Heck, mantém duras críticas ao governo Dilma Rousseff. Segundo ele, nota-se “um recuo em direitos conquistados”, e “existe uma postura clara de ceder as pressões contra os movimentos populares”. A página do Cimi publica manifesto contra a “perversidade e autoritarismo” em medidas administrativas e políticas do governo relativas aos povos indígenas, aos quilombolas e ao meio ambiente.

A Agência Brasil tentou entrar em contato com a direção da Funai em Brasília. Hoje, no entanto, é ponto facultativo por causa da passagem do Dia do Servidor Público Federal (28/10) transferido para esta segunda-feira.
 

Cidades

Em meio a greve, vereador sugere regulamentação de vans como transporte coletivo

Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a proposta que prevê as vans como uma alternativa para a população

17/12/2025 18h55

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

Beto Avelar (PP), vereador de Campo Grande

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Diante do paralisação dos ônibus que Campo Grande vive nos últimos dias, o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul determinou a intervenção da Prefeitura Municipal na gestão do Consórcio Guaicurus. Com esse cenário, o vereador Beto Avelar (PP) prepara um pedido para que o Executivo autorize, de forma emergencial e provisória, a regulamentação do uso de vans como alternativa de transporte. 

"Campo Grande não pode parar. Uma capital desse porte não pode ficar sem transporte coletivo nem por um único dia. O transporte de vans é uma alternativa que é sugerida com recorrência. E, agora, diante da emergência da greve, uma solução provisória para milhares de passageiros que dependem do ônibus, mas que não contam com o serviço neste momento", destacou o parlamentar.

Para o vereador, a medida judicial confirma que a crise no sistema não é pontual, mas resultado de falhas graves e recorrentes. 

"O que foi decidido mostra que o problema é estrutural e exige providências imediatas. A população não pode continuar sendo penalizada. Quando não é pelo alto preço da passagem ou pela má qualidade dos ônibus, o Consórcio provoca situações como uma greve. Além disso, de maneira recorrente, acusa a Prefeitura pelo não pagamento de repasses, mesmo quando a Prefeitura promove a isenção de impostos ou efetua o repasse. Sem falar no descaso com os próprios trabalhadores do Consórcio que alegam estar sem pagamento", afirmou.

Decisão da Justiça

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juiz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado e ex-candidato a prefeito Luso Queiroz (PT) em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Outra alternativa

O vereador Ronilço Guerreiro (Podemos) reforçou que, para melhorar o serviço, é necessário pensar em novos modelos de transporte público, além de novas formas de gestão que possam garantir um sistema mais ágil e eficiente.

Para ele, a implementação do VLT (veículo leve sobre trilho) poderia aliviar o trânsito, diminuir a poluição e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. 

Além disso, Ronilço sugeriu que o município busque novos recursos e parcerias para financiar melhorias no transporte coletivo, como a captação de investimentos por meio de instituições financeiras internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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