Família de Matheus Coutinho Xavier, morto por engano em 2019 a mando de Jamil Name e Jamil Name Filho (Jamilzinho), pediu na Justiça indenização de R$ 6 milhões pela morte do estudante de 20 anos.
Os disparos de fuzil eram para o pai da vítima, Paulo Roberto Teixeira Xavier, ex-policial militar. O pedido foi encaminhado ontem (3), para 3ª Vara Cível de Campo Grande.
Os Name foram denunciados na "Operação Omertà", como as cabeças do crime. Os dois, junto a mais quatro pessoas, foram mandados a júri popular pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, mas a ação aguarda julgamento de recurso e está parada.
"Além da vida prematuramente perdida, doloroso sofrimento da sua família, o jovem perdeu a chance de realizar todos os seus sonhos e trazer alegria para sua família com esta perda inestimável", relata o pedido enviado para Justiça.
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A família disse ainda que foi desmantelada com a morte de Matheus. Além dos danos morais, a defesa pede danos materiais, já que a família teve que arcar com aluguel de nova residência, tratamento psicológico e empréstimos bancários para custeio das novas despesas.
Destacam ainda que Name e Jamilzinho possuem boas condições financeiras, já que Jamil disse que pagaria até R$ 600 milhões por sua liberdade. O pedido ainda não foi avaliado pela Justiça.
Jamil Name foi preso em 27 de setembro de 2019, na Operação Omertà, sendo chefe de milícia e responsável por uma série de assassinatos no Estado. No dia 30 de outubro, foi transferido para o Presídio Federal de Mossoró.
No dia 31 de maio deste ano, foi intubado em estado crítico de Covid-19. Ele teve sete prisões preventivas suspensas pelo juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, que recebeu o pedido da defesa de prisão domiciliar após o empresário ser diagnosticado com a doença.
Com a concessão do juiz, Name não está mais escoltado no hospital e não tem mais vinculação com a Penitenciária Federal de Mossoró.
Esbalqueiro Júnior alegou que não nega a grande periculosidade do preso, que é suspeito de liderar organização criminosa violenta, mas que os princípios de dignidade humana cobram postura responsável da Justiça.
A família agora aguarda estabilização de Name e disponibilização de uma vaga em UTI de Mato Grosso do Sul para que seja feita a transferência, que deverá ser autorizada antecipadamente pela Justiça.

Ontem Campo Grande teve períodos de nebulosidade e de sol forte durante toda a manhã e à tarde - Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado


