Familiares e amigos se despediram do pecuarista, Garon Maia Filho, 42 anos, e do menino Francisco Veronezi Maia, 11 anos, na tarde desta segunda-feira (31), no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. Ambos morreram vítimas de um acidente de avião bimotor em uma área de mata fechada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso no sábado (29).
Kiko, como era conhecido o menino, morava em Campo Grande com a mãe, mas estava passando as férias com o pai e voltaria para a capital no dia seguinte (30). O sepultamento de Garon e Francisco está previsto para acontecer às 7h desta terça-feira (1º).
Em nota de pesar, o Colégio Marista Alexandre Fleming, escola em que Kiko estudava, lamentou o ocorrido e declarou luto de três dias. “É com muita tristeza e imenso pesar que comunicamos o falecimento de nosso aluno Francisco Venozzeni Maia”, comunicou.
Nos comentários, pais e alunos prestaram condolências. “Não houve nessa terra alguém que te conhecesse e não se encantasse pela sua inteligência, sensibilidade, beleza e acima de tudo, pelo seu coração!”, comentou uma internauta. “Ele era um dos meus melhores amigos”, escreveu outro usuário.
O prefeito de Araçatuba, Dilador Borges, cidade de onde era natural a família de Garon Filho, também se pronunciou nas redes sociais. "É com profunda tristeza que recebemos a notícia sobre o trágico acidente aéreo ocorrido no estado de Rondônia, que resultou no falecimento de Garonzinho Maia e seu filho Kiko”, lamentou.
“Garonzinho era piloto experiente e tinha paixão pela aviação e pecuária. Era filho do saudoso Garon Maia e da empresária Cristina Maia, além de neto de Braulino Maia, mais conhecido como Garon Maia, uma lenda da pecuária brasileira. Neste momento de dor e pesar, prestamos nossas sinceras condolências aos familiares e amigos", finalizou Borges.
Acidente
Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado de Rondônia, o avião decolou do aeroporto de Vilhena, Rondônia por volta de 17h50 de sábado (29), e desapareceu do radar minutos depois.
Buscas foram iniciadas na região ainda na noite de sábado, inclusive com sobrevoos de um grupo de busca e salvamento da Força Aérea Brasileira (FAB) com sede em Campo Grande, mas as equipes não encontraram nenhum sinal da aeronave.
Os destroços da aeronave foram encontrados na manhã deste domingo (30). O avião era pilotado pelo próprio Garon, considerado um piloto experiente e que estava pilotando seu próprio avião, modelo Baron 58.
Garon Maia Filho era um pecuarista conhecido na região Norte. Ele era neto de Braulino Maia, mais conhecido como Garon Maia, um dos maiores pecuaristas do Brasil que fundou cerca de 50 fazendas com mais de 40 mil cabeças de gado.
O Centro de Investigação de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começou os trabalhos para identificar os motivos da queda do bimotor em Vilhena nesta segunda-feira (31).
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) disse que investigadores do Seripa 7 (Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para levantar as informações iniciais da ocorrência neste domingo.
O órgão é ligado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). As causas da queda ainda não foram confirmadas.
Bimotor Beechcraft Baron 58 caiu em área de mata em Vilhena/ Reprodução
Repercussão
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra Francisco Veronezi Maia pilotando um avião bimotor ao lado de um homem repercutiu nas redes sociais na manhã desta segunda-feira (31).
Ainda não foi confirmado pelas autoridades se o vídeo foi gravado no mesmo dia do acidente aéreo em Vilhena e nem a identidade do homem que deixou a criança conduzir a aeronave.
O bimotor que aparece sendo pilotado pelo menino seria do mesmo modelo que caiu numa área de mata fechada na divisa entre Rondônia e Mato Grosso, no fim de semana.
Pela legislação brasileira, para pilotar um avião é obrigatório ter mais de 18 anos, ensino médio completo e um cadastro junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Na mesma gravação, o homem aparece bebendo cerveja enquanto o menino manuseia sozinho o avião. "O passageiro pode tomar uma, né Kiko?", pergunta ao garoto.




