Cidades

ULTIMA RATIO

Fazenda "tomada" por sobrinho de Jeronymo foi pivô de investigação

Dona de propriedade localizada em Maracaju fez empréstimos com terceiros e deu o local como garantia, mas depois, quando ela tentou pagar, familiares do conselheiro do TCE-MS não aceitaram

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Disputa judicial pela titularidade de um imóvel rural localizado em Maracaju entre a proprietária e o sobrinho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) Osmar Domingues Jeronymo foi o pivô da investigação que apura supostas vendas de sentenças feitas por desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Segundo a investigação da Polícia Federal (PF), em trecho encaminhado ao Supremo Tribunal de Justiça (STF), os indícios dos crimes praticados pelos desembargadores do Estado foram coletados por meio de análises do telefone de Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJMS que também é sobrinho do conselheiro do TCE-MS.

Após a quebra do sigilo telefônico de Danillo, chamou atenção das autoridades uma disputa judicial por posse de terra de uma fazenda localizada no município de Maracaju, que tramita na Justiça desde 2017 e discute se os empréstimos financeiros realizados pela proprietária da terra com outros envolvidos, entre eles Diego Moya Jeronymo, parente de Danillo, com garantia de uma parte da fazenda, tratava-se ou não de uma transferência de titularidade do imóvel.

Os investigadores identificaram por meio de conversas mantidas pelo aplicativo WhatsApp, extraídas do telefone apreendido de Danillo, indícios que apontam atuações ilícitas dos investigados, conselheiro Osmar Domingues Jeronymo e advogado Felix Jayme Nunes da Cunha, para a obtenção de decisão judicial favorável aos interesses de Diego Moya Jeronymo, que não consta como parte do processo e aparentemente foi um “laranja” no esquema.

TROCA DE MENSAGENS

A operação identificou troca de mensagens entre Danillo e Felix Jayme, em 2021, nas quais haveria suposta referência à compra de decisões judiciais envolvendo o processo movido por Marta Martins de Albuquerque, que alegava ser a dona da fazenda reivindicada por Diego e por Percival Henrique de Souza Fernandes.

Os dois teriam feito empréstimo para a pecuarista entre 2013 e 2015. No ano seguinte, Marta os procurou para quitar suas dívidas, mas os mesmos se recuraram a receber, alegando que o valor emprestado havia sido, na verdade, pela compra de 592 hectares da Fazenda Pauliceia, motivo do início da ação para anular essa posse.

Em conversas entre Felix e Danillo, o advogado o atualizou sobre o processo, que não estava em seu nome, mas no de Diego Jeronymo, acrescentando logo em seguida a possibilidade de “trabalhar na inépcia” para que uma das partes do processo possa “contribuir também”.

“As expressões utilizadas pelo advogado ao se referir à suposta ‘estratégia’ a ser adotada para a solução do litígio não são usuais no meio jurídico, visto que denotam uma possível negociação para a resolução do processo, mas sem envolver a parte contrária”, disse a PF com base na investigação.

Para conseguir o que queriam, documentos falsos que incumbia a titularidade da fazenda para outro dono teriam sido apresentados e aceitos no processo, no qual os investigados mantinham contato com o juiz de primeira instância e os desembargadores que julgaram o recurso, Vladmir Abreu da Silva, Júlio Roberto Siqueira Cardoso e Alexandre Aguiar Bastos.

“Há veementes indícios, conforme laudo pericial elaborado pela PF, de falsificação de escrituras públicas relativas à transferência de propriedade do imóvel em questão, lavradas em 2014 e 2015, pelo Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas do São Pedro do Paraná-PR”, informa a PF no relatório.

O desembargador Sideni Soncini Pimentel também foi envolvido nesse processo, após decidir que um recurso especial apresentado pela defesa da dona do imóvel rural era inadmissível.

Conforme informações iniciais, Sideni, Vladmir e Alexandre são três dos cinco desembargadores que foram afastados pelo TJMS ontem, após a deflagração da Operação Ultima Ratio.

Em decorrência das investigações que prosseguiram, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) também afastou o conselheiro do TCE-MS Osmar Domingues Jeronymo.

VENDA DE SENTENÇAS

No relatório do STF que aponta os indícios dos crimes envolvendo a venda de decisões judiciais no TJMS, consta diversos casos em que os advogados conversam com os seus clientes sobre o trâmite das decisões dos desembargadores que estão acordadas a serem favoráveis a eles.

Segundo consta no processo, em 2016, Jun Iti Hada, então prefeito de Bodoquena, negociou decisão envolvendo um julgamento de revisão criminal por meio de seu advogado Felix Jayme, processo no qual ele havia sido condenado anos antes, quando era médico legista, pela prática de dois crimes de falsa perícia.

Em dos casos ele atestou morte natural mesmo a vítima tendo perfurações no corpo, enquanto em outro ele afirmou haver lesão corporal, mas não havia.

Em um print, datado de 25 de agosto de 2016, o advogado afirma ao cliente que “está barato”. Na sequência, o então prefeito questiona se pode parcelar em duas vezes, mas é respondido que não havia como, “pois é muita gente envolvida para dar certo”.

“No diálogo, há fortes indícios de negociação de decisão judicial, visto que o advogado, nas conversas, aparentemente se refere ao valor da decisão a ser comprada e ao fato de diversos magistrados estarem envolvidos no julgamento”, diz a corporação policial.

OUTRO CASO

Segundo a PF, o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues também atuou para livrar um amigo – que se tratava de um procurador de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) – de arcar com até R$ 5 milhões em dívidas na compra de uma fazenda.

A pessoa em questão seria Marcos Antônio Martins Sottoriva, que pediu intervenção de Rodrigues em um processo em que ele pretendia desistir da compra de uma fazenda em condições vantajosas. 

No inquérito, consta a apuração de que a decisão de Rodrigues foi tomada sem ele nem sequer ter acesso aos autos, ou seja, sem ele ler o processo. Ainda assim, foi assinada por seu assessor.

Ao fim da decisão favorável, Sottoriva, que enquanto servidor no MPMS atuava perante órgãos judiciais de segunda instância, foi bastante cordial em retribuição ao favor.

“Graças a Deus e ao seu trabalho... Acabamos por fechar um acordo... Consegui alongar a dívida em mais uma parcela. Obrigado de coração. Boa Páscoa, na bênção de Deus e de seu filho, Jesus Cristo”, disse o procurador de Justiça.

Sottoriva, além de sua função no MPMS, também é conhecido por ser um grande pecuarista. Porém, ele estava em uma situação complicada: buscava a resolução de um contrato de compra de uma fazenda em 2020, em que alegava “onerosidade excessiva”.

A compra da fazenda foi indexada ao valor da arroba do boi, a qual disparou naquele ano, levando o procurador a querer desfazer o negócio. O valor da causa era de R$ 5 milhões.

Em primeira instância, o procurador de Justiça já não tinha tido sucesso em seu pleito. A outra parte alegava que Sottoriva é pecuarista e tinha pleno conhecimento do negócio e da movimentação do mercado e ainda cobrava segurança jurídica por parte do TJMS.

Derrotado em primeira instância, restou ao procurador interpor um agravo de instrumento distribuído ao amigo Rodrigues. Foi então que Sottoriva procurou o desembargador.

“Sem ter acessado os autos, Marcos José de Brito Rodrigues pede a Marcelo, seu assessor, para providenciar a elaboração de decisão liminar – concedendo os efeitos pretendidos sem entrar no mérito –, a fim de ele assinar a decisão”, informa a PF em seu relato. (Colaborou Eduardo Miranda)

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Eleições 2024

Intervenção policial e emergência médica marcam a manhã eleitoral da Capital

Para garanrir a segurança do pleito a Sejusp realiza um operação envolvendo agentes e recursos estratégicos

27/10/2024 11h05

Local de votação em Campo Grande, nas eleições

Local de votação em Campo Grande, nas eleições Marcelo Victor

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Segundo o relatório parcial da  Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul  (Sejusp-MS) divulgado na manhã deste domingo (27), foi registrado no início da manhã a primeira ocorrência neste 2º turno de eleições municipais em Campo Grande. O caso envolveu a intervenção da Polícia Civil e da Polícia Federal e aina uma emergência clínica.

No caso da intervenção policial, a situação que se passou às 7h45, envolveu o crime de desordem relacionada ao Artigo 296 do Código Eleitoral Brasileiro, onde uma diretora de escola participava de fóruns que prejudicavam os trabalhos eleitorais.

A segunda ocorrência, às 08h38, foi uma emergência clínica atendida pelo Corpo de Bombeiros, envolvendo um paciente cardiopata de 54 anos, que apresentava confusão e dificuldades para se manter em pé, porém estava consciente.

OPERAÇÃO

A Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS destaca ainda que neste  2º turno das eleições de 2024 na Capital, está sendo realizada uma operação com recursos estratégicos para garantir a ordem e a segurança no processo eleitoral.

Entre os recursos empregados está a disponibilização de agentes da força de segurança pública, sendo um efetivo de tropa de contingência com 100 policiais militares e 100 policiais civis e, ainda o efetivo de tropa de contingência que totaliza 782 agentes divididos da seguinte forma: 

  • Sejusp: 15
  • Polícia Militar : 410
  • Polícia Civil : 34
  • Corpo de Bombeiros : 42 agentes
  • Perícia : 10
  • Comando Geral de Polícia Aérea (CGPA) : 8
  • Guarda Civil Metropolitana (GCM) : 255
  • Detran: 8

Além do efetivo humano, também foram utilizadas 255 viaturas distribuídas entre as forças de segurança: Sejpusp com 2 viaturas, Polícia Militar com 28, Polícia Civil com 25, Bombeiros com 16, Perícia com 2, CGPA com uma aeronave, GCM com 34 viaturas e ainda o Detran com 4 veículos disponibilizados. 

URNAS

De acordo com balanço parcial divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS), duas urnas eletrônicas foram substituídas e outras quatro foram detectadas com defeito, nas primeiras horas de votação, entre 7h e 9h, neste domingo de eleições, em Campo Grande.

O balanço total do TRE-MS será divulgado no fim do dia após o encerramento da disputa eleitoral.

EDUCAÇÃO

Enem 2024: falta uma semana para o primeiro dia de provas

Agência Brasil dá dicas de como se preparar na reta final

27/10/2024 10h30

Foto: JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 ocorrerá em sete dias, no próximo domingo (3), para 4,3 milhões de inscritos confirmados. Ao todo, são cerca de 10 mil salas de aplicação em 1.753 municípios de todos os estados e o Distrito Federal.

Nesta reta final, a Agência Brasil preparou uma lista de orientações que podem ajudar os candidatos a evitar transtornos ou até mesmo a própria eliminação do exame.

Confira o cartão de confirmação do Enem 2024

O cartão de confirmação de inscrição está disponível na Página do Participante do Enem 2024. Entre outras informações, o documento contém número de inscrição, data, hora e local de prova e opção de língua estrangeira escolhida no ato de inscrição, além de registrar que a pessoa deverá contar com determinado atendimento especializado ou tratamento pelo nome social, se for o caso. Para acessá-lo, é preciso utilizar o login único da plataforma Gov.br.

Apesar de o cartão de confirmação de inscrição não ser obrigatório, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) recomenda levá-lo nos dias de exame (3 e 10 de novembro), pois facilita a conferência de informações, como o número de sala de aula, e dispensa o uso do celular para acessá-lo.

Conhecer o local de prova

Ao confirmar o local de prova, caso não conheça o trajeto, o candidato deve procurar fazê-lo antes do dia da prova para se habituar com o caminho e calcular o tempo necessário para chegar com tranquilidade.

O candidato ainda deve conferir, com antecedência, linhas, horários e itinerários de ônibus e outros transportes que atendem a região, e, ainda, se haverá extensão do horário de funcionamento, linhas extras ou a gratuidade dos transportes públicos, conforme solicitado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

Calcule o tempo de deslocamento necessário para chegar ao local da prova com antecedência. Apesar disso, a chegada ao destino deve considerar possíveis atrasos devido a congestionamentos, horários de pico ou condições climáticas adversas, para que o participante consiga cruzar o portão de acesso aos locais de aplicação de provas com margem de segurança no tempo. Os portões serão abertos ao meio-dia (12h) e serão fechados pontualmente às 13h, no horário de Brasília. Atenção aos fusos-horários diferentes, dependendo da unidade da federação onde será realizada a prova.

Revise o edital do Enem 2024

O edital possui todas as informações pertinentes ao Enem 2024, desde a fase das inscrições até a divulgação do resultado. Inclusive é nesse documento que se encontram as informações sobre atendimento especializado, caso você se enquadre nos grupos com direito.

Este documento diz quais são seus direitos e deveres enquanto inscrito no Enem, então é bom ler por completo, a fim de evitar erros que podem causar prejuízos.

O edital também informa quais materiais e documentos de identificação são aceitos para acesso ao local da prova sem problemas.

Estude assuntos mais cobrados e tire dúvidas
Com base nas edições anteriores do Enem, o candidato pode revisar as matérias mais cobradas de cada prova antiga.

Os interessados ainda devem focar nos temas mais debatidos neste ano para se manterem atualizados.

Identificados as principais fraquezas, o candidato deve buscar sanar suas dúvidas finais relacionadas às provas do primeiro dia para tentar resolvê-las, a partir do material de estudo ou orientação de professores. Diversas prefeituras e cursos preparatórios privados e gratuitos oferecem reforço e aulões presenciais e online nos dias finais antes das provas.

Descansar

Um dia antes do Enem, é melhor não se dedicar a novos estudos ou, no máximo, revisar alguns tópicos. Cuidar da alimentação e da hidratação e ter uma boa noite de sono antes da prova é fundamental para garantir um bom desempenho.

Opte por uma dieta leve e saudável na véspera do Enem. Evitar frituras e alimentos pesados, que podem prejudicar seu sono. A hidratação também é crucial. Evite café, refrigerantes e energéticos à noite, pois essas bebidas estimulantes podem atrapalhar seu descanso.

Outra dica é praticar atividades relaxantes para reduzir a ansiedade na véspera da prova, fazer exercícios respiratórios para melhor oxigenar o cérebro e que podem ser feitos em poucos minutos. A meditação também é uma opção que pode trazer vários benefícios para a saúde mental e física, como controle da ansiedade, promoção do bem-estar emocional e, ainda, melhorar o foco e a concentração.

Um dia antes, organizar todo o material no dia que levar

Checar no edital quais materiais podem ser levados e quais documentos de identificação são aceitos, conforme a figura abaixo.

Provas

Nos dois dias de provas, os participantes do Enem responderam a perguntas de quatro áreas de conhecimento, que, ao todo, somam 180 questões objetivas.

Em 3 de novembro, as provas são compostas por: 45 questões de linguagens (língua portuguesa, literatura, língua estrangeira – inglês ou espanhol, artes, educação física e tecnologias da informação e comunicação); mais 45 questões de ciências humanas (história, geografia, filosofia e sociologia). Os participantes também devem redigir uma redação de 30 linhas.

Em 10 de novembro, as 90 questões objetivas estão divididas em 45 itens de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática.

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