Filho biológico de Christian Campoçano Leitheim, acusado de agredir, violentar e assassinar, sua enteada Sophia de dois anos, está sendo vítima de violência familiar praticada pelo avô paterno, que possuia a guarda provisória da criança. O menino foi levado ao abrigo no dia 15 de setembro, onde segue até hoje aguardando decisão da justiça.
No dia 15 de setembro a criança chegou na escola com o olho roxo. A diretora da unidade escolar também notou hematomas na parte superior e inferior no corpo da criança e comunicou o fato ao Conselho Tutelar da Região Norte, de Campo Grande.
O menino foi encaminhado a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca) onde passou por escuta especializada e confirmou que era agredido pelo avô na presença da avó. Depois da realização de exames no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), a criança foi levada para a Unidade de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescente (UAICA II) onde segue acolhida até hoje.
Uma audiência está marcada para sexta-feira (27), às 16h10, com a presença da mãe da criança, Andressa Victória Fernandes Canhete, de 23 anos e dos avós paternos, Luciana dos Santos Campoçano Leitheim e Adailton Cristiano Leitheim, para decidir se há condições de reintegração familiar do menor.
Mãe luta na justiça pela guarda da criança
A mãe da criança de apenas cinco anos, Andressa Victória Fernandes Canhete, de 23 anos, disse ao Correio do Estado que soube que o filho estava num abrigo, somente na tarde de ontem (21). Sem poder ver o filho há mais de nove meses, a mãe relata que luta na justiça pela guarda da criança, que foi dada provisóriamente aos pais de Christian.
"Recebi uma mensagem, ontem na hora do meu almoço, sobre uma audiência marcada pro dia 27. De início pensei que era da guarda do meu filho, que estou lutando pra conseguir na justiça. Mas, como a mensagem era da Casa Peniel e não do Fórum, eu assustei e questionei eles. Foi então que me disseram que meu filho estava num abrigo há duas semanas porque o avô teria agredido ele", relata a mãe da criança.
Andressa conta que ficou desesperada e foi atrás da justiça para ter seu filho de volta e tirá-lo do abrigo. Ao ter acesso ao processo, a mãe descobriu que na verdade a criança já está no abrigo há mais de 35 dias.
"Eu nenhum momento eu fui informada. Colocaram meu filho num abrigo sem meu consentimento, sem irem atrás de mim. O conselho tutelar tem meu telefone, meu endereço. Tem também da minha mãe e da minha avó, que também não sabiam de nada", diz a mãe indignada.
A mãe do menino afirma que está há nove meses sendo impedida de ver o filho e que denunciou a justiça que era vítima de ameaças do Christian, e que o avô paterno da criança, também é uma pessoa violenta. Segundo Andressa, os avós teriam mentindo sobre ela, alegando falta de condições psicológicas para criar a criança.
"Eu entrei com um pedido de revogação de guarda provisória quando eu soube que tinham dado a guarda para os pais do Christian. Eu já tinha noção de que o avô era uma pessoa extremamente perigosa, violenta e que tinha surtos do nada, batendo em quem estivesse por perto. Todo mundo falava que isso era uma hipótese, que não tinha provas e então me negaram a guarda provisória do meu filho", explica a mãe da criança.
Por fim, Andressa reintera que irá lutar até o fim para ter seu filho de volta e principalmente para que não ocorra com ele, o mesmo fim trágico que teve Sophia.
Irmã de Sophia também vive com os avós paternos
Cabe destacar que os pais de Christian, também possuem a guarda provisória da irmã de Sophia. A bebê de apenas um ano é fruto do relacionamento de Christian Campoçano Leitheim com Stephanie de Jesus Da Silva, a mãe de Sophia.
O Conselho Tutelar da Região Norte sugeriu ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul o acolhimento provisório também da menina, que está sob a tutela dos avós paternos, temendo por sua integridade física.
Caso Sophia
Sophia de Jesus Ocampo morreu no dia 26 de janeiro, após ser espancada pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim e pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva. A menina chegou a ser levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, mas chegou ao local morta.
Conforme noticiado pelo Correio do Estado, em dois anos e sete meses de vida a criança já havia passado por pelo menos 30 atendimentos na unidade de saúde. De acordo com o laudo de necropsia, Sophia morreu por traumatismo na coluna causado por agressão física.
De acordo com análise do Instituto de Medicina e Odontologia (Imol) também foi comprovado o crime de estupro.


