Cidades

VACINAÇÃO

Fim das piadas: Zé Gotinha de Maracaju tem nova fantasia

Arrependido da zoeira cumpre promessa e doa nova fantasia à cidade

RAFAEL RIBEIRO

10/09/2018 - 16h35
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Acabaram-se de vez as piadas envolvendo o Zé Gotinha de Maracaju. Na tarde desta segunda-feira (10), um dos moradores locais que se mostrou arrependido pelas piadas que mexeram com a internet por quase todo o mês de agosto cumpriu a promessa e entregou ao Posto Central de Saúde da cidade a nova fantasia, que deve forçar de vez a aposentadoria da antiga.

A roupa, bem mais bonita e agradável, diga-se de passagem, custou R$ 440, valor pago sozinho pelo contador, de 45 anos, que prefere manter o anonimato.  

"Apesar da brincadeira inicial fiquei comovido pelo ato de tentarem colocar o mascote da campanha e que infelizmente virou meme como acontece na internet... Por isso a doação, que com certeza vem apenas coroar o trabalho brilhante que foi a campanha de vacinação em Maracaju", disse ao Correio do Estado, logo após mandar entregar a nova roupa do folclórico personagem infantil ao posto.

A reportagem tentou conversar com funcionários do posto durante esta tarde, mas não obteve resposta. Por mensagem, uma delas mandou apenas agradecer o doador. É senso comum no local que o assunto rendeu o que tinha de render. E que a nova roupa será devidamente estreada na campanha de vacinação do ano que vem.

A imensa repercusão gerada na internet com a fantasia pouco convencional usada pelo Zé Gotinha em Maracaju no 'Dia D' da vacinação contra sarampo e poliomelite, no dia 18 de agosto, deixou o jovem que usou a roupa abalado com as piadas até certo ponto exagerada de alguns dos internautas, pouco preocupados com o gesto nobre por trás do ato, e estava com medo de ter a identidade revelada.

Horas depois, uma pessoas responsável pelo posto de saúde escreveu que se chegou a fazer o orçamento para uma nova fantasia, mas o custo de R$ 2 mil, considerado alto, inviabilizou o sonho do Zé Gotinha de Maracaju virar uma história que jamais viria a se tornar realidade. 

Foram os ingredientes suficientes para comover alguns dos próprios internautas de Maracaju, que se sentiram com a consciência pesada diante do drama vivido pelo Zé Gotinha local. Além da doação do novo uniforme nesta segunda, empresários locais continuam arrecadando dinheiro para uma vaquinha afim de comprar outras fantasias novas para as demais unidades de sáude da cidade.

O Zé Gotinha original: motivo de piada na internet acabou (Foto: Reprodução)

HISTÓRICO

Personagem criado pelo Ministério da Saúde em 1989, na então gestão José Sarney, Zé Gotinha foi desenvolvido para ter apelo junto ao público infantil, incentivar a vacinação no País e também enaltecer o fim da imunização apenas por seringa e agulha nos postos de saúde, fato que causava verdadeiro pânico nas crianças até aquele ano.

Com traços leves e delicados, a versão oficial teve os primeiros esboços feitos pelo estúdio do quadrinista Maurício de Sousa, pai da imortal Turma da Mônica das histórias em quadrinhos e desenhos. A campanha publicitária inaugural na televisão contou com a participação da apresentadora Xuxa, a então proclamada 'Rainha dos Baixinhos.'

Mas, com o passar do tempo e com a responsabilidade de divulgação das campanhas de vacinação repassadas às prefeituras, não demoraram a aparecer as versões, digamos, menos atrativas do icônico personagem, parte importante da infância de muitos brasileiros.

E neste ano coube a Maracaju figurar em sites e páginas de redes sociais pela internet afora como a responsável pelo pior 'cosplay' - como são chamadas pessoas fantasiadas com roupas de personagens da ficção - de Zé Gotinha.

As postagens feitas pela prefeitura em uma rede social, com fotos do Zé Gotinha no  renderam compartilhamentos de todo o Brasil. E, lógico, muitas piadas.

"Isso parece fantasia de filme de terror", exclamavam alguns dos internautas, mantendo a fama de que a internet, óbvio, não perdoa nada. Integrante da Ku Klux Klan (organização norte-americana de cunho racista), fantasma, camisinha usada... A imaginação no mundo virtual é fértil.

Se fama repentina foi aprovada pelas autoridades maracajuenses, até agora não sabemos. Procurada, a prefeitura não respondeu o Correio do Estado até a publicação desta reportagem. A postagem acabou excluída, mas as fotos permaneciam ilustrando a nota oficial sobre o assunto. Os próprios funcionários, aliás, contaram que a roupa é velha e estava guardada há anos, "por ser muito feia", apesar de ressaltarem que "ninguém se assustou como foi falado." "As crianças estavam felizes e alegres", garantiu um deles.

Afinal de contas, como a funcionária do posto de saúde destacou, por bem ou por mal, o Zé Gotinha de Maracaju cumpriu seu objetivo. A meta da Secretaria Municipal da Saúde local é vacinar ao menos 95% das mais de 2.478 crianças do município até o fim de agosto. Entretanto, segundo dados da próprioa prefeitura, 100% das crianças fora vacinada até o início de setembro, sendo um dos primeiros (e únicos) municípios sul-mato-grossenses a atingir a marca.

TRAGÉDIA

Dois motociclistas morrem na semana do Natal em Campo Grande

Ambos foram socorridos e encaminhados a Santa Casa, mas, não resistiram aos ferimentos e faleceram

23/12/2025 08h15

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS

Santa Casa de Campo Grande, maior hospital de MS Gerson Oliveira

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João Vitor Moraes Romeiro, de 27 anos e Tiago Duarte de Lima, de 38 anos morreram em acidente de moto, na tarde desta segunda-feira (22), em duas avenidas movimentadas de Campo Grande.

João Vitor faleceu na avenida Guaicurus, Jardim Nashville, na Capital.

De acordo com o boletim de ocorrência, o rapaz trafegava pela avenida em uma Yamaha Fazer, quando perdeu o controle da direção, bateu na traseira de uma Ford Ranger e caiu no asfalto. Em seguida, foi atropelado por um caminhão-tanque.

Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado a Santa Casa, mas, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Tiago faleceu na avenida Bandeirantes, bairro Guanandi, próximo ao Terminal Bandeirantes, na Capital.

Segundo o boletim de ocorrência, Tiago trafegava em uma Honda CG Fan, pela avenida Bandeirantes, sentido bairro-centro, quando colidiu na traseira de uma Ford F-350. Após a colisão, a moto colidiu em outra moto, quando Tiago foi arremessado ao solo.

Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros (CBMMS) e encaminhado a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no centro cirúrgico.

Os acidentes fatais ocorreram dois dias antes do Natal.

ACIDENTES FATAIS

Acidente de trânsito é uma das principais causas de morte em todo o mundo.

Acidente de carro, moto, bicicleta ou atropelamento, em ruas, avenidas ou rodovias, são tragédias que acontecem toda semana em Mato Grosso do Sul.

As principais causas são excesso de velocidade, falha em ceder a passagem, dirigir sob efeito de álcool, distrações, sonolência e condições climáticas adversas, como chuva forte.

Dados divulgados pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) apontam que 58 pessoas morreram no trânsito, entre 1º de janeiro e 28 de novembro de 2025, em Campo Grande. Desse número, 43 são motociclistas, 12 são pedestres, 2 são condutores e 1 passageiro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz algumas orientações ao condutor no trânsito. Confira:

  • Não dirija caso consuma bebida alcoólica
  • Não dirija cansado ou com sono
  • Use cinto de segurança
  • Respeite a sinalização
  • Respeite o limite de velocidade da via
  • Porte documentos oficiais com fotos, os quais devem estar quitados
  • Realize revisão do carro: pneus, limpadores de para-brisa, freios, nível de óleo, bateria, lâmpadas, lanterna e extintor

 

CRISE FINANCEIRA

Enquanto atrasa salários, Santa Casa de Campo Grande paga juros milionários

Ao todo, o hospital gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado

23/12/2025 08h00

Greve santa casa

Greve santa casa Marcelo Victor/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande deve solicitar novo empréstimo milionário nos próximos dias para quitar o 13º salário atrasado dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa que iniciaram paralisação de 30% do efetivo por alegarem que a “enfermagem não é trabalho escravo”.

Em meio a uma crise e prejuízo ao atendimento, o hospital já enfrenta dívida altíssima com bancos e só de juros paga mais de R$ 6 milhões ao mês.

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Alir Terra, presidente do hospital, confirmou que a instituição está há três meses tentando contrair um novo empréstimo com os bancos. “Nós estamos em tratativa há mais de três meses para conseguir um empréstimo para fazer esse pagamento”, afirma a presidente.

Caso se confirme, este seria o segundo empréstimo milionário da Santa Casa este ano, mais especificamente nos últimos 60 dias.

Na primeira semana de novembro, o hospital disse ao Correio do Estado que precisou ir ao banco pegar R$ 5 milhões para ajudar a quitar uma das cinco folhas salariais que estava em atraso, com os 400 médicos da categoria pessoa jurídica (PJ), dívida que ainda soma cerca de R$ 30 milhões.

Somando este último empréstimo com o apresentado no balanço financeiro do exercício do ano passado, a instituição ainda teria que pagar R$ 261.916.856,00 por causa de empréstimos e financiamentos. Além disso, os juros também preocupam, já que foram responsáveis por R$ 45.342.425,00 com bancos e fornecedores somente em 2024.

De acordo com o fluxo de caixa do hospital, divulgado publicamente pela Santa Casa, a instituição pagou R$ 15.158.396,70 em salários e ordenados aos funcionários celetistas em novembro. Logo, o novo empréstimo deve girar em torno deste valor, para que o 13º atrasado seja pago e, assim, voltar com os atendimentos de maneira normal.

Greve santa casa

HISTÓRICO

Nos últimos seis anos, os empréstimos da Santa Casa totalizaram R$ 321,2 milhões, sem considerar os R$ 5 milhões contraídos este ano. O maior deles foi feito em janeiro de 2024, quando a entidade pegou R$ 248 milhões na Caixa Econômica Federal (com taxa de juros mensal de 1,36%), quantia que foi utilizada para amortizar outros dois empréstimos que foram feitos anteriormente.

Porém, o último empréstimo anunciado oficialmente pelo hospital foi realizado um mês depois, em fevereiro do ano passado, quando pegou R$ 8 milhões com o banco Daycoval – com juros mensal de 1,56% –, empréstimo com prazo de quitação em até cinco anos (60 meses).

Ao todo, a Santa Casa gastou R$ 6.458.416,67 por mês e R$ 212.331,51 por dia somente com empréstimos no ano passado. Ainda em 2024, acerca de juros incorridos sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a instituição arcou com R$ 17.359.633,00, enquanto R$ 4.327.607,00 foram para juros sobre tributos.

Por outro lado, a instituição obteve uma reversão de R$ 4.791.534,00 em juros, multas e encargos por causa da adesão a um edital de transação da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que permitiu descontos de até 70% em dívidas inscritas na dívida ativa da União.

De acordo com os fluxos de caixa mensais publicados pela entidade, de janeiro a novembro deste ano, foram pagos R$ 35.020.180,71 de empréstimos e financiamentos, que seriam somente os juros cobrados pelos bancos, os quais são entre 1,21% e 2,93% de taxa por mês.

No ano passado, a Santa Casa fechou com um deficit de R$ 98,4 milhões, ao contrário do que havia apresentado em 2023, quando encerrou com superavit de R$ 27,5 milhões.

Segundo o demonstrativo financeiro da instituição, essa inversão foi impulsionada pelas despesas operacionais que dobraram e pelo patrimônio líquido negativo que aumentou quase R$ 100 milhões.

GREVE PARCIAL

Até o momento, os serviços afetados pela paralisação dos funcionários são: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Greve santa casaFuncionários da Santa Casa fizeram manifestação ontem pedindo o pagamento do 13º salário - Foto: Marcelo Victor

Na sexta-feira, a instituição já havia informado que não tinha precisão de quando seria pago o benefício aos servidores. Segundo afirma o hospital, o atraso ocorreria porque o governo do Estado não iria realizar o repasse integral da 13ª parcela, avaliado em R$ 14 milhões, que geralmente é passado este mês.

Segundo a entidade, para este ano, o valor seria transferido em três parcelas, com cada uma sendo depositada em janeiro, fevereiro e março de 2026.

Esse repasse extra não está previsto em contrato, mas faz parte de um acordo do Executivo estadual com todos os hospitais filantrópicos do Estado, por meio da Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul).

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. Porém, destaca que está em dia com suas obrigações e que, este ano, já repassou mais de R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal ao hospital.

À reportagem, o Município também se posicionou diante da situação. “A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano, vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensal”.

O Correio do Estado também entrou em contato com Ronaldo de Souza, Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Mato Grosso do Sul.

“A questão salarial é entre a instituição e os funcionários. União, estado e município não são responsáveis por salários ou complementações imprevistos na legislação”, disse.

O responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, também foi contatado pela reportagem. Mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

*SAIBA

De acordo com a Lei federal nº 4.090/1962, o 13º salário pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

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