O Ministério da Justiça e Segurança Pública, autorizou que a Força Nacional atue para proteger os indígenas que foram alvos de ataque em dois municípios de Mato Grosso do Sul.
A portaria autorizando o envio dos agentes foi publicada no Diário Oficial da União, desta quarta-feira (17), estabelecendo atuação de 90 dias na região.
Com isso a tropa Nacional trabalhará em conjunto com a Polícia Federal assim como forças de segurança do Estado.
"Autorizar o emprego da Força Nacional de Segurança Pública em apoio à Polícia Federal, na região de fronteira e nas aldeias indígenas situadas na região do Cone Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado, por noventa dias", diz a portaria.
Conforme noticiado no Correio do Estado, em solo sul-mato-grossense pelo menos cinco territórios (tekoha) dos povos Guarani Kaiowá, foram alvos, segundo denúncia da Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, Aty Guasu sendo eles:
- Guyra Kambiy,
- Potero,
- Arroio Cora,
- Laranjeira e
- Kunumi.
Tensão
Em um dos "cercos" um indígena da etnia Guarani Kaiowá terminou baleado, o ataque ocorreu na Lagoa Rica/Panambi, localizada no município de Douradina.
O MPI, juntamente com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estão trabalhando em estratégias para diminuir a tensão e enviaram equipes para Mato Grosso do Sul e no Paraná - para o povo Avá Guarani.
Cabe ressaltar que os locais em que ocorreram ações de reivindicação passaram por estudos antropológicos que concluíram tratar-se de territórios dos povos originários, entretanto, a Funai está analisando se a tese do marco temporal pode ser aplicada.
O "cerco" ocorreu na tarde do último sábado (13), assim que um grupo de 10 indígenas do povo Guarani Kaiowá, iniciou a retomada do território na Lagoa Rica/Panambi. O levantamento feito pelo Ministério dos Povos Originários indicou que o grupo ficou sitiado por cerca de 50 homens armados.
Dado momento um fazendeiro acompanhado por outro homem, abaixou o vidro da janela da caminhonete em que estava e efetuou diversos disparos. No domingo (14), em outra retomada indígenas foram atacados a tiros em Caarapó.
Informações preliminares levantadas pelo Ministério dos Povos Indígenas, indicam que duas pessoas ficaram feridas, sendo um deles, o cacique, de 52 anos.
Além disso, uma liderança religiosa sofreu agressões e teve braços e pernas feridos, outros indígenas também se feriram no episódio.
** Colaborou Judson Marinho e Leo Ribeiro