Cidades

SEGURANÇA PÚBLICA

Fronteira de MS é por onde passa mais de 60% da cocaína que entra no Brasil

Estudo aponta que após a morte de Jorge Rafaat, o PCC se instalou em Ponta Porã para comandar as operações do ponto

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O estudo feito pela Esfera Brasil em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que a fronteira de Mato Grosso do Sul é por onde passa 60% da cocaína que entra no país, e Ponta Porã é tida como a principal cidade, em que o Primeiro Comando da Capital (PCC) se instalou para comandar as operações do tráfico internacional de drogas.

O levantamento que analisa a Segurança Pública e o Crime Organizado no Brasil esclarece que após a morte de Jorge Rafaat, assassinado pelo PCC em 2016, deu início ao estabelecimento da facção paulista na cidade de MS que faz fronteira com o Paraguai. O documento revela que antes de ir a óbito, Rafaat abastecia tanto o PCC quanto o Comando Vermelho (CV), grupo de crime organizado do Rio de Janeiro.

“O recorde de mortes violentas intencionais no Brasil, em 2017, esteve diretamente associado a um amplo conflito entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), grupos oriundos, respectivamente, de São Paulo e Rio de Janeiro, por rotas transnacionais e interestaduais para o narcotráfico. Esse conflito teve início em 2016, com o assassinato, pelo PCC, de um atacadista de drogas em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, que abastecia as duas facções”, esclarece o estudo.

O levantamento relata ainda que essa disputa por território e rotas se estende por todo o país. Atualmente, o PCC está em 23 estados brasileiros, enquanto o CV atua em 20 unidades da federação. A Secretaria Nacional de Políticas Penais informa ainda que em MS, além da atuação das principais facções do Brasil, atuam também o Sindicato do Crime, Bonde do Maluco (BDM), Os Mano e o Primeiro Comando Catarinense (PCC).

“A morte de Jorge Rafaat fez com que o PCC passasse a controlar a rota de Ponta Porã, que responderia, segundo relatos de investigadores que atuam na área, por mais de 60% de toda cocaína que entra no país. Isolado dessa rota, o Comando Vermelho se aliou com a facção Família do Norte, que controlava rotas alternativas que passavam pela Região Norte”, acrescenta o documento.

Segundo o relatório, essas dinâmicas típicas do mercado do crime colocam essas facções frequentemente em “rota de colisão”, que é a disputa por controle dessas rotas e áreas de atuação e venda de entorpecentes, já que é um “mercado não regulado juridicamente”.

“A violência é um instrumento frequentemente utilizado para resolução de conflitos, além da necessidade de corromper agentes públicos e de comprar armas de fogo”, expõe o relatório a respeito dos crimes, que estão relacionados ao tráfico internacional de drogas.

Um outro estudo, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em dados do Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para Crimes e Drogas, “estimou que só a cocaína que passa pelo Brasil e não é apreendida, seja para consumo interno, seja para reexportação para Europa, África, Ásia e Oceania, gere um faturamento com a distribuição da droga de US$ 65,7 bilhões”, cerca de R$ 335,10 bilhões, o que equivale a 3,98% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021.

JORGE RAFAAT

Jorge Rafaat Toumani era empresário e líder do narcotráfico na fronteira. O sul-mato-grossense tinha dupla cidadania, brasileira e paraguaia, e foi morto em junho de 2016, executado em uma emboscada no centro de Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai.

No entanto, essa foi a terceira tentativa que o narcotraficante havia sofrido em mais de 10 anos de atuação.
A emboscada teve cerca de cem mercenários ligados a grupos paraguaios e ao PCC, atuando com uso de armamentos antiaéreos e metralhadoras de uso exclusivo das Forças Armadas, apontou na época os investigadores.

Ao todo, mais de 400 disparos foram efetuados contra o carro, que era blindado, de Rafaat. Uma metralhadora ponto 50 foi utilizada na ação. Além da morte do chefe do crime, estabelecimentos comerciais do narcotraficante foram queimados e alvos de destruição. Em dezembro de 2018, um dos seguranças de Rafaat, Orlando da Silva Fernandes, também foi executado, dessa vez em Campo Grande, com diversos disparos de fuzil.

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Cidades

Cadela Laika encontra corpo de idoso que desapareceu em Campo Grande

O idoso Joaquim Gonzales, que sofria de Alzheimer, foi localizado sem vida na tarde desta terça-feira (14), no Jardim Itamaracá

14/01/2025 18h00

Reprodução Redes Sociais

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O idoso Joaquim Gonzales, de 78 anos, natural da Espanha, que desapareceu no último domingo (12), foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (14), nas proximidades do pontilhão do Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

A vítima, que sofria de Alzheimer, estava desaparecida desde domingo, segundo relatos de familiares. De acordo com eles, Joaquim deixou a residência de madrugada. O corpo foi encontrado com o auxílio da cachorra Laika, do Corpo de Bombeiros.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram a orientar as buscas. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Joaquim foi identificado nas gravações, e a partir disso, os militares delimitaram um perímetro de buscas.

Na região, que possui mata, foram localizados próximos a uma estrada de terra o chinelo, o boné e até um cinto que pertenciam ao idoso.

O trabalho da cachorra Laika foi fundamental para encontrar o local onde o corpo de Joaquim estava. Após a localização, os militares confirmaram que se tratava do desaparecido.

Equipamentos como drones com sensor de calor também foram utilizados durante as buscas. Durante todo o processo, familiares permaneceram mobilizados, espalhando cartazes pela cidade em busca de Joaquim.

Cadela que auxiliou nos resgates

A cadela de busca Laika do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMS), que atua ao lado do sargento Thiago Kalunga, levou poucos minutos para localizar o corpo da vítima. Em outubro de 2023 recebeu a Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Laika, que é da raça pastor holandês, foi aprovada na prova de ‘busca urbana’ realizada nos dias 4 a 6 de outubro durante a 21ª edição do Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), em Gramado no Rio Grande do Sul. 

Além de estar apta para atender todos os municípios de Mato Grosso do Sul, após a certificação nacional, a cadela também está autorizada a atuar em ocorrências em todo o Brasil.

Posteriormente, no dia 13 de maio de 2024, Laika fez parte da  1º equipe especializada em busca e resgate juntamente com outros cães e militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul para auxiliar no resgate das vítimas na tragédia que assolou o Rio Grande do Sul. A equipe do Estado atuou no município de Encantado.

 A equipe formada pelo sargento Thiago Kalunga e os soldados Jéssica Lopes e Humberto permaneceu em torno de  10 dias atuando nos locais com as estruturas colapsadas pela enchente e inundação.

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Transtorno

Briga na Justiça: passageiros de MS sofreram 1 atraso de voo por dia em 2024

Cenário acarretou em 435 ações judiciais contra empresas aéreas no estado

14/01/2025 17h45

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande

Saguão do Aeroporto Internacional de Campo Grande Gerson Oliveira, Correio do Estado

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Os passageiros do setor aéreo em Mato Grosso do Sul sofreram com um número médio de 1 atraso de voo por dia em 2024. 

Conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), esse cenário acarretou em um total de 435 ações judiciais contra empresas aéreas entre os meses de janeiro e novembro do ano passado no estado.

Os processos foram solicitados principalmente por passageiros, em busca reparação por prejuízos causados pela alteração indevida do horário das viagens.

Apesar de alto, o número de ações judiciais em Mato Grosso do Sul apresentou uma leve queda se comparado com 2023, ano em que registrou 440 processos. Em 2022, o número foi ainda maior, com 520 ações judiciais registradas.

Serviço ineficaz

A principal insatisfação dos consumidores é com a falta de resolução eficaz por parte das companhias aéreas. As buscas dos passageiros na Justiça são de valores financeiros por danos materiais e morais.

Segundo Mayra Sampaio, advogada especializada na área, a decisão de processar está diretamente relacionada à incapacidade das companhias aéreas de resolverem essas questões de forma adequada e em tempo hábil.

"Esse alto número acaba não só impactando esses processos a terem uma rápida solução, mas também o consumidor deve ter seus direitos respeitados, e infelizmente, não é o que tem acontecido por parte das companhias aéreas. Desta forma, talvez esse alto número acabe influenciando as companhias a reverem suas políticas para evitarem esses problemas judiciais", afirma.

Já para Henrique Arzabe, advogado especialista em Direito do Consumidor, o alto número de ações evidencia que, apesar da recuperação do setor aéreo após a pandemia, as companhias aéreas ainda enfrentam desafios para oferecer um serviço eficiente.

“O crescimento de casos pode ser um indicador para que as companhias revejam suas práticas e evitem recorrências judiciais, buscando soluções mais rápidas e eficazes para os consumidores”, conclui.

Atraso vs cancelamento

Ainda confome Arzabe, a diferença entre atraso e cancelamento de voo está na execução do serviço. Nesse sentido, as situações impactam o passageiro de maneira diferente.

“O atraso ocorre quando há uma nova previsão de partida e o voo é realizado, mesmo fora do horário inicial. O cancelamento, geralmente, implica maiores prejuízos para o passageiro, como a perda de compromissos ou diárias de hospedagem, além do transtorno de ter que replanejar toda a viagem”, ressalta.

Brisa Nogueira, advogada especializada em Direito do Consumidor alerta que o tempo de espera é um fator determinante para os direitos do consumidor em casos de atraso de voo.

“Em termos de direito do consumidor em relação ao atraso no voo, nós precisamos pensar quantas horas o consumidor fica ali à disposição da companhia aérea para que seja dada, se for dada, alguma providência. Até duas horas há ali uma pendência de alimentação, especialmente despesas com água e comida. Excedendo-se quatro horas de espera e havendo a necessidade de pernoite no aeroporto, é necessário que a companhia aérea faça o custeio de hospedagem, bem como transporte de deslocamento e retorno ao aeroporto, sem prejuízo do direito do consumidor de ser alocado no próximo voo, havendo disponibilidade”, afirma.

Registre provas

Vale destacar que é importante o consumidor conhecer seus direitos e ficar preparado para buscar reparação em casos de prejuízos causados por atrasos ou cancelamento de voo.

Nesse sentido, ao sentir-se lesado, é importante que o passageiro registre o maior número de provas possível, para assim, conseguir reinvindicar reparação jurídica de maneira mais eficaz.

“É muito importante o consumidor constituir a prova. Primeiro, prova do atraso do voo e, também, dos prejuízos. Se a empresa oferecer algum voucher, é importante registrar isso. Principalmente, se a empresa não o ofereceu, é fundamental ter a prova de que, por exemplo, o atraso gerou outro tipo de prejuízo, como a perda de uma diária de hotel ou reserva de carro. Relembrando que, a partir de quatro horas de atraso injustificado, é devido dano moral ao consumidor”, destaca Brisa Nogueira.

Por fim, o advogado Henrique Arzabe o consumidor não deve pensar duas vezes quando for buscar reparação caso se sinta prejudicado.

“As companhias aéreas têm a obrigação de oferecer um serviço adequado e de prestar assistência, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento. Até porque, pequenos atrasos podem causar prejuízos significativos para o cliente, como perder uma conexão ou uma reserva. Por isso, documentar tudo é essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados”, conclui.

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