Cidades

transporte

Frota é insuficiente e aglomeração permanece em ônibus da Capital

Segundo passageiros, veículos continuam lotados durante o horário de pico e após diminuição da frota

Continue lendo...

Mesmo em semana de feriado e com o comércio fechado, usuários do transporte coletivo continuam passando por aperto na Capital. A lotação tem sido um desafio para os clientes do Consórcio Guaicurus que precisam sair para o trabalho e viram o número de ônibus diminuir durante a semana.

A frota, que em dias úteis da pandemia funciona com 370 veículos, passou a atuar com 127 carros durante o feriado, tendo de atender cerca de 36 mil pessoas, número registrado na segunda-feira, quando o decreto municipal passou a valer. 

Nesse dia, inclusive, os ônibus circularam com 87 veículos, como em dias de feriado, mas por conta do número de trabalhadores, a frota precisou ser aumentada.

Para o operador de loja Gildo Leão Cavalcante, 26 anos, o número de veículos em circulação não fez diferença. Ele mora no bairro Bela Laguna e utiliza o transporte coletivo pela manhã, em horário de pico. “Independentemente de ser lockdown ou não, os ônibus estão sempre lotados. Todo dia é isso, de manhã e à tarde também”, reclama.

Últimas notícias

O porteiro Marcos Vello, 26 anos, também conta sobre o desafio do transporte nos horários de pico durante o feriado, e relata o cenário dentro dos terminais da Capital. “As filas nos terminais Guaicurus, Morenão e General Osório são enormes. 

Linhas como 061 [T. Moreninha/Centro], 070 [ T. General Osório/T. Bandeirantes], 075 [T. Guaicurus/T. General Osório], 080 [T. Aero Rancho/T. General Osório], 081 [T. Nova Bahia/T. Bandeirantes] e 087 [T. Guaicurus/T. General Osório] são as que vejo sempre lotadas. Principalmente as 075 e 087, que saem do terminal Guaicurus, saem sem caber mais ninguém”, afirma o jovem.

“Eu não sei o que está acontecendo, só sei que tá parecendo dia normal. Não está sendo nada de feriado”, deduz Marcos.

Feriado

Historicamente, o transporte coletivo de Campo Grande tem 87 carros e 11 mil usuários circulando durante os feriados e aos domingos. Mas, dessa vez, a situação é completamente diferente. De acordo com o Consórcio Guaicurus, foi preciso aumentar a frota para atender o público durante esse período.

“Com o decreto do prefeito, que antecipa os feriados, o consórcio programou com a Agetran uma operação considerando um feriado. Ainda assim, já havíamos nos precavido com a possibilidade de uma alteração. Mas o comportamento dos usuários foi muito diferente do que previsto. Na segunda, 36 mil pessoas utilizaram o transporte coletivo, enquanto que em feriados o público atendido sempre foi de cerca de 11 mil usuários”, explica o presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende.

O presidente diz que não é possível ter um diagnóstico desse aumento, mas afirma que as medidas tomadas precisam ser mais efetivas, e sugere uma reorganização do mercado.

Aumento da frota

Ontem, a Câmara Municipal de Campo Grande se manifestou cobrando o aumento de ônibus circulando na Capital, principalmente nos horários de pico. A medida é uma tentativa de evitar aglomeração e diminuir o contágio do coronavírus.

Segundo a Câmara, os vereadores encaminharam um ofício com o pedido à Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e ao Consórcio Guaicurus.

A casa informou que ainda hoje uma comissão de vereadores vai fiscalizar os terminais Morenão, Júlio de Castilho, General Osório, Guaicurus, Nova Bahia, Aero Rancho e Hércules Maymone nos horários de pico, com o objetivo de averiguar a lotação dos itinerários dos ônibus.  

O Consórcio Guaicurus informou que ainda não foi notificado, mas que já está a par da situação, e explica que, pelo decreto estabelecer feriado, o Consórcio tem de manter a frota para data de feriado.

“A ampliação ou redução depende da demanda de passageiros. O volume de passageiros é monitorado. No entanto, pode acontecer de ter alguns casos isolados de lotação, porque a frota que está nas ruas, em atenção ao decreto municipal, é de feriado. São realizadas ao menos duas reuniões por dia entre Consórcio e Agetran para avaliar a situação, que é monitorada a todo instante”, conclui a nota.

“Se houver necessidade de aumentar a frota amanhã, ou na semana que vem, ou em qualquer outro dia, isso será feito com toda certeza”, complementa a nota.  

Decreto

O governo do Estado publicou em edição extra do Diário Oficial de quarta-feira, a prorrogação do toque de recolher e um novo decreto contendo restrições desde hoje até 4 de abril, voltadas ao enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus.  

A nova lista traz 45 serviços considerados como essenciais. Serviços de delivery e drive-thru em geral, por exemplo, continuam liberados. Além disso, o 190 da Polícia Militar estará recebendo denúncias do descumprimento das normas previstas no decreto.

Denúncia

A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul criou um canal de comunicação para que a população possa realizar denúncias de aglomerações em terminais de ônibus.

As denúncias podem ser realizadas por meio do WhatsApp: 3317-8732 ou pelo e-mail: [email protected].

Para a denúncia ser registrada é necessário enviar foto da aglomeração, dia, hora e local do registro.

Assine o Correio do Estado

BALANÇO

MPMS intermediou mais de R$ 15 milhões em acordos na área da saúde em 2025

Ministério Público mediou o plano emergencial entre a Santa Casa e o Município de Campo Grande para solucionar os diversos problemas do hospital

19/12/2025 18h45

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça

Romão Avila Milhan Junior, procurador-geral de Justiça Divulgação: Ministério Público de Mato Grosso do Sul

Continue Lendo...

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recebeu a imprensa para apresentar o balanço geral do ano de 2025. O procurador-geral de Justiça, Romão Avila Milhan Junior, acompanhado de membros da Administração Superior, divulgou informações relevantes sobre atuações da instituição ao longo do período.

No setor da saúde, Romão Avila destacou a atuação do Centro de Autocomposição (Compor) para solucionar crises agudas, como a mediação que resultou no plano emergencial para a Santa Casa de Campo Grande. O hospital enfrenta problemas de superlotação, falta de insumos e de dinheiro para pagar profissionais de várias áreas, com risco de paralisação de serviços essenciais

No ano, os acordos mediados pelo Compor envolveram mais de R$ 15 milhões em benefícios para áreas como saúde e assistência social. 

Também relembrou a resposta da instituição após o feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, episódio que impulsionou a criação da ferramenta Alerta Lilás, para monitoramento de agressores e a melhoria do atendimento especializado às mulheres.

Com relação a proteção à mulher, o sistema Alerta Lilás emitiu mais de 19 mil alertas automáticos para monitorar agressores reincidentes.

No campo da segurança pública, a pauta central foi a modernização, com destaque para a força-tarefa que agilizou o processamento de boletins de ocorrência de violência doméstica e viabilizou a digitalização de peças e a gravação de interrogatórios e depoimentos.O Centro de Pesquisa, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) disponibilizou mais de 400 mil dados para subsidiar investigações complexas.

Dados 

Produtividade jurídica: mais de 4 mil ações ajuizadas e 30 mil denúncias apresentadas à Justiça.

Combate à corrupção: o Grupo de Atuação Especial e Combate à Corrupção (Gecoc) atuou contra desvios de mais de R$ 66 milhões, executando 180 mandados de busca em 13 cidades.

Enfrentamento ao crime organizado: o Gaeco realizou 19 operações estratégicas, resultando em 107 prisões e 370 mandados de busca.

Preservação ambiental: monitoramento e fiscalização de 71 mil hectares de desmatamento ilegal por meio de programas como Pantanal em Alerta.

Impacto social: arrecadação de R$ 6 milhões via campanha Declare Seu Carinho e destinação de 350 celulares apreendidos para uso pedagógico em escolas públicas.

Diálogo com o cidadão: a Ouvidoria processou mais de 5 mil manifestações, que fundamentaram novas investigações e missões constitucionais.

O encontro

Ao abrir o evento, o Procurador-Geral de Justiça promoveu um resgate histórico sobre o papel da instituição como guardiã das garantias individuais e coletivas conquistadas após o período ditatorial, lembrando que a evolução da sociedade brasileira, sob a criação da Constituição de 1988, é indissociável de uma imprensa livre.

"A imprensa tem um papel fundamental na redemocratização e na evolução constante da nossa sociedade. Graças à imprensa livre, fatos que muitas vezes não chegariam pelos canais comuns — como a falta de um medicamento em uma UPA — chegam ao nosso conhecimento por denúncias de usuários via jornalismo", exemplificou Romão Avila Milhan Junior.

Diante dessa observação, fez um agradecimento público ao apoio dos veículos de comunicação, especialmente durante os embates judiciais que preservaram o poder investigatório do Ministério Público. Segundo ele, essa prerrogativa é o que sustenta as atuais ofensivas contra a corrupção e o crime organizado.

 

Colapso na saúde

Deputado protocola ação pedindo intervenção urgente do Estado na saúde de Campo Grande

O parlamentar classifica a situação do SUS da Capital como grave e à beira de um colapso

19/12/2025 18h15

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar

Saúde de Campo Grande é alvo de ações e acumula discussões por estar "à beira de um colapso" FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

O deputado estadual Pedrossian Neto entrou com uma ação no Ministério Público de Mato Grosso do Sul pedindo que o Governo do Estado adote medidas e providências na saúde de Campo Grande. 

O parlamentar classifica o quadro como “grave, estrutural e persistente”, além de “risco concreto de desassistência à população”. 

No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, Romão Ávila, o deputado afirma que a crise na saúde da Capital não apresenta mais episódio pontuais de descaso, mas, sim, falhas recorrentes de organização, financiamento e governança, afetando diretamente na segurança dos pacientes, capacidade de resposta da rede de urgência e emergência, além do funcionamento regular do Sistema Único de Saúde. 

Um dos pontos centrais do pedido é a situação da Santa Casa de Campo Grande, o maior em atendimento do SUS no Estado e referência em urgência, emergência e alta complexidade. 

O documento mostra alertas e registros públicos que apontam superlotação extrema, atendimento de pacientes em corredores e macas, ocupação acima da capacidade e risco iminente de um colapso assistencial, repercutindo em toda a rede estadual. 

Além disso, o hospital sofre com desabastecimento de insumos e medicamentos na área de urgência e atenção básica, segundo já foi alertado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MS), além de falhas estruturais na rede de odontologia, como comunicado pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO-MS), o que já levou à paralisação de atendimentos e prejuízo à assistência. 

Pedrossian ainda destacou a fragilidade da governança da saúde municipal, evidenciada pela reprovação do Relatório Anual de Gestão da Saúde de 2024 pelo Conselho Municipal de Saúde, aliado à ausência de secretário municipal de Saúde, deixando a pasta sob condução de um comitê gestor, que não condiz com o princípio de direção única do SUS. 

Para o deputado, a intervenção estadual não se trata de uma medida política, mas de “providência excepcional prevista na Constituição, necessária para assegurar a continuidade de um serviço público essencial, evitar um colapso sistêmico e proteger o direito à saúde da população”. 

PLANO DE AÇÃO

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul determinou na última quinta-feira (18) que o Estado de Mato Grosso do Sul e o Município de Campo Grande têm 90 dias para apresentarem um Plano de Ação que se mostre eficaz à plena retomada do atendimento integral no Hospital Santa Casa. 

A decisão foi dada após o MPMS entrar com uma Ação Civil com o objetivo de impedir o agravamento da crise assistencial enfrentada pela Santa Casa de Campo Grande. 

O hospital, maior do Estado que atende o Sistema Único de Saúde (SUS), enfrenta problemas constantes de superlotação extrema, falta de insumos, dívidas acumuladas com médicos e fornecedores, comprometendo a continuidade dos serviços prestados. 

Na ação, o MPMS descreve o cenário como um “colapso institucional”, com setores essenciais funcionando muito acima da capacidade, superlotação do pronto-socorro agravada por uma reforma iniciada sem planejamento financeiro e sem conclusão após mais de dois anos de obras. 

Segundo o órgão, a unidade funciona em condições precárias há anos, com pacientes aguardando atendimento em ambiente inadequado, como os corredores, além do desabastecimento de medicamentos e insumos, falta de materiais cirúrgicos, dívidas com médicos e prestadores e o risco real de paralisação de atendimentos de alta complexibilidade. 

Diante desse quadro, o Estado e o Município, com a participação da Santa Casa, têm 90 dias para apresentarem um plano emergencial concreto voltado para a regularização integral dos atendimentos, regularização dos estoques, reorganização do fluxo do Pronto-Socorro, além de garantir um cronograma físico-financeiro para a retomada plena dos serviços. 

Em caso de descumprimento, deve ser aplicada multa no valor de R$ 12 milhões mensais, valor correspondente ao déficit apontado pelo hospital. O valor deve ser pago de forma dividida igualmente entre o Estado e o Município, mediante o sequestro de R$ 6 milhões das contas de cada um. 

A decisão da 76ª Promotoria de Justiça enfatiza que a situação ultrapassou o limite da gestão interna do hospital e ameaça diretamente o direito fundamental à saúde. 

“A ação civil pública destaca que o que está em risco não é apenas a administração de um hospital, mas a vida de milhares de pacientes que dependem diariamente da Santa Casa. A crise instalada ultrapassa qualquer margem de tolerância administrativa, e o MPMS atua para impedir que a situação se transforme em tragédia assistencial, garantindo respostas imediatas e soluções estruturais para que o SUS continue a prestar atendimento em saúde com segurança e respeito ao cidadão”, ressaltou o Ministério Público. 
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).