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Fundo causa expectativa, mas produtores aguardam regras

Lei do Pantanal traz a criação de compensação para fazendeiros pantaneiros que prestarem serviços ambientais de conservação, mas ainda falta regulamentação

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A criação do Fundo Clima Pantanal, por meio da lei entregue nesta semana pelo governo do Estado à Assembleia Legislativa, trouxe boas expectativas para os produtores rurais com propriedades na região. Isso porque, agora, pelo menos de acordo com trecho da lei que versa sobre isso, os fazendeiros pantaneiros que protegerem suas áreas terão um incentivo financeiro para tal.

Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, a expectativa é de que, com a aprovação pelos deputados estaduais da Lei do Pantanal, o governo do Estado foque sua atenção na regulamentação do fundo para o bioma.

“Por enquanto, ainda está muito em aberto, mas vejo como positiva a criação do fundo, porque antes o produtor era obrigado a preservar e não era remunerado, nós entendemos a necessidade de preservar, mas estamos falando de propriedades onde foram investidos recursos, então, nada mais justo do que a gente receber por isso”, afirmou Bumlai.

“Se pagarem pela preservação, não tenho dúvida de que todo pantaneiro vai aderir e ficar feliz com a preservação”, complementou o presidente da Acrissul.

Por enquanto, o que a Lei do Pantanal traz é que o repasse será por meio de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), por meio do Fundo Clima Pantanal para preservação do Pantanal. 

Esse fundo terá repasse de até R$ 50 milhões anuais por parte do governo do Estado e também será financiado pelas multas ambientais aplicadas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) – 50% das multas pagas irrigarão o Fundo Clima Pantanal.

Além disso, o governo espera captar recursos por meio de doações internas e internacionais, além de solicitar uma fatia do Fundo Amazônia – 20% dos recursos podem ser destinados a outros biomas.

Porém, a regulamentação de como será essa divisão e de como os pantaneiros podem se candidatar ao fundo ainda aguarda a aprovação da lei, o que deve acontecer até o dia 20 deste mês e deve vir em forma de decreto.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, a expectativa é de que esse pagamento seja equivalente à quantidade de área preservada de cada propriedade.

“Até o momento, o que consta no Projeto de Lei é a criação do fundo. A maneira como será a utilização dos recursos ainda será definida na regulamentação dela. A nossa expectativa é de que os produtores que mantiverem áreas preservadas [sem desmatar ou converter pastagens naturais em exóticas], além do que a Lei do Pantanal exigirá, receberão deste fundo um valor por hectare do que ele preservou, além das obrigações legais”, declarou ao Correio do Estado.

Sendo assim, na visão do presidente da Famasul, o produtor poderia receber recursos pela área preservada que estiver além do que foi previsto na lei, que mantém os índices de preservação variando entre 50% e 60%, mas que impede a supressão de determinadas vegetações.

“Uma propriedade de 1.000 hectares, pela legislação proposta, deve, por força da lei, manter 500 hectares de matas nativas preservadas. Entretanto, se o produtor mantiver 700 hectares preservados, receberá um valor do fundo pelos 200 hectares que preservou além do exigido pela lei. Essa adicionalidade gerada será remunerada, pois todo o ônus de manter a área preservada será do produtor e o benefício ambiental será coletivo”, explicou Bertoni.

Na visão de Bumlai, por outro lado, além do tamanho da área preservada, outros fatores deveriam ser contabilizados para que o valor recebido pelo produtor realmente seja compensatório.

“Nós estamos falando de um bioma que está 85% preservado, então, se a gente for pagar apenas pela área, esse valor pode ser pequeno, pensando no tamanho que tem o Pantanal”, declarou o representante da Acrissul.

Sobre a lei, o presidente da Acrissul acrescenta que, após a sua aprovação, caberá às entidades ligadas aos produtores “divulgar e incentivar os seus associados a buscar esses recursos do fundo”.

CRÉDITO DE CARBONO

Outra forma que pode ser utilizada pelos proprietários de fazendas no Pantanal para gerar recursos e manter a preservação é a venda de créditos de carbono, que podem ser gerados a partir das áreas preservadas além do que o decreto determina.

Nesse sentido, Bumlai acredita que, como a lei manteve os índices de supressão – até 60% da vegetação nativa (não arbórea) e até 50% das árvores das áreas de fazendas –, isso é um incentivo para que os produtores consigam comercializar o crédito de carbono.

“Por lei, o crédito de carbono só pode ser contabilizado a partir do que é preservação, fora do limite legal, então, como não houve mudanças nos índices, os produtores que preservarem qualquer hectare além da obrigação poderão concorrer ao crédito de carbono. Se o decreto trouxesse um limite menor de supressão, por exemplo, se eu pudesse suprimir apenas 25% da minha propriedade, seria inviável pensar no crédito de carbono”, explicou o presidente da Acrissul.

O cálculo do crédito de carbono é feito por meio da quantidade de gases poluentes que deixam de ser emitidos na atmosfera. Essa mensuração é feita por meio de auditoria, e quem detém o crédito poderá comercializá-lo por tonelada.

EQUILÍBRIO 

Entregue na terça-feira (28), o texto do Projeto de Lei do Pantanal tem uma série de regulamentações a respeito de atividades produtivas no bioma, desmatamento e também a criação de corredores ecológicos. Ambientalistas e produtores rurais usam o termo “equilíbrio” para se referirem ao projeto de lei. 

O diretor-executivo do Instituto SOS Pantanal, uma das entidades não governamentais que participou dos Grupos de Trabalho (GT) que ajudaram a elaborar o projeto, aponta que o texto proposto está equilibrado e traz proteção adicional para formações importantes para o Pantanal. 

O presidente Famasul, Marcelo Bertoni, também ressalta que o texto foi elaborado a partir de um consenso entre todos os envolvidos, e pontua ainda que não há mais divergências neste momento. 

“Foram 90 dias de muito diálogo até encontrar um equilíbrio, tendo como base o tripé ambiental, social e econômico. Conseguimos manter as questões que nos afligiam, como a conversão de pastagem, por exemplo. Entendemos que o texto elaborado no PL atende a todas as necessidades e por isso somos favoráveis a ele”, diz Bertoni. 

Entre os outros participantes dos GTs que ajudaram a elaborar o projeto estão, além do SOS Pantanal e da Famasul, o governo do Estado, o Ministério do Meio Ambiente, sindicatos rurais, a Acrissul, a ABPO, a Sodepan, a Embrapa e os institutos Homem Pantaneiro e Taquari Vivo. 

O atual texto, assim como foi apresentado, não traz desacordos entre ambientalistas e produtores, já que todos os envolvidos na criação do projeto apontam que houve concessões de todas as partes para criar algo que pudesse abranger um pouco do que cada um via como necessário. 

“Produtores rurais e todos os envolvidos no projeto de lei cederam. Tivemos um diálogo maduro para entender que a prioridade é cuidar de mulheres e homens pantaneiros que vivem em harmonia com o bioma há mais de 300 anos e conciliam sustentabilidade com a pecuária específica na região”, conclui o presidente da Famasul. 

Rede Pública de Ensino

Professores aprovados em concurso de 2022 serão convocados, garante Riedel

A expectativa é que sejam chamados mais 28 candidatos para tomar posse de forma imediata. Mais candidatos podem ser chamados até o fim do primeiro semestre de 2026

21/12/2025 15h00

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual

Novos aprovados serão chamados para assumir os cargos de professores na rede Estadual FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Uma nova leva de professores aprovados no concurso público do Governo de Mato Grosso do Sul será convocada para o cargo efetivo de docente na rede pública estadual. 

O anúncio foi feito pelo governador do Estado, Eduardo Riedel, que firmou o compromisso de chamar de forma imediata mais 28 aprovados no certame, durante reunião com a direção da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), dos secretários estaduais Frederico Feline (Administração) e Hélio Daher (Educação) na última sexta-feira (19).

“Ficou estabelecido e autorizado pelo governador a chamada imediata de 28 aprovados do atual concurso para professores que está em andamento. Eles vão atender as necessidades imediatas da Rede Estadual”, afirmou Hélio Daher. 

O secretário também confirmou que uma nova reunião foi marcada para o próximo mês (janeiro de 2026) para discutir a chamada de mais candidatos chamados “remanescentes”, que estão na lista de espera e podem ser chamados ao longo do primeiro semestre do próximo ano. 

“Essa situação vai ser avaliada pelo Governo do Estado, com base em estudo que vai ser feito pelas secretarias de Administração e Educação”, adiantou. 

Durante a reunião, também foram discutidas outras pautas para a categoria, como a valorização dos docentes e melhorias para as carreiras. 

“O governador sempre está a mesa para ouvir as categorias, com muito respeito aos servidores públicos e sindicatos que representam as categorias. Hoje foi o dia de tratar de diversos assuntos com a Fetems. Ambos buscam melhorias nos serviços públicos e na qualidade de vida dos servidores”, descreveu o secretário Estadual de Administração. 

Concurso

O Concurso para recrutamento de novos professores para atender às demandas da Rede Estadual de Ensino foi realizado em 2022, com validade até junho de 2024, mas foi prorrogado por mais dois anos. 

O certame foi destinado ao cargo de Professor na Carreira Profissional da Educação Básica, e já convocou 1.060 professores de um total de 1.936 aprovados. 

A Secretaria Estadual de Educação tem o prazo de até junho de 2026 para concluir as nomeações para os quadros docentes das escolas estaduais. 

Em janeiro de 2025, foram publicadas mais 142 vagas, ampliando a oferta oferecida pelo concurso, que era de 722. 

A área com maior número de vagas foi na disciplina de História, com 54 oportunidades distribuídas no Estado, sendo 6 vagas somente em Três Lagoas. 

Em Campo Grande, a maior demanda é pela área de Sociologia, com 17 vagas, sendo 13 para ampla concorrência, 3 para cotistas negros e 2 para cotistas PcD. A Língua Inglesa tem 4 vagas, sendo 3 para ampla concorrência e 1 para cotistas negros. 

A carga horária prevista é de 20 horas/aula, com salário inicial variando conforme a titulação do candidato: R$ 4.190,82 para graduação; R$ 4.470,20 para pós graduação; e R$ 4.609,89 para mestrado ou doutorado. 

MATO GROSSO DO SUL

Helicóptero da Marinha resgata adolescente em trabalho de parto no Pantanal

Bebê nasceu em comunidade ribeirinha antes da chegada ao hospital

21/12/2025 14h30

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação Divulgação

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Um helicóptero da Marinha do Brasil realizou, na tarde desta sexta-feira (20), um atendimento aeromédico para resgatar uma adolescente de 14 anos que entrou em trabalho de parto em uma região ribeirinha próxima à Barra do São Lourenço, no Pantanal.

O local fica a cerca de 250 quilômetros da área urbana de Corumbá, em uma área de difícil acesso, próxima à divisa entre Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

De acordo com as informações repassadas pela Marinha, a jovem estava deitada em uma rede quando fez uso do medicamento Dorflex e, logo em seguida, houve a ruptura da bolsa amniótica. Diante da situação, ela foi colocada em posição adequada para o parto, que ocorreu ainda no local.

O bebê, um menino, nasceu chorando e chegou a iniciar a amamentação. Conforme o médico da Marinha que prestou o atendimento, o parto foi considerado prematuro, mas não houve descolamento de placenta.

Após o nascimento, mãe e recém-nascido foram transportados de helicóptero até o 6º Distrito Naval, em Ladário. Na sequência, uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar realizou o transporte terrestre até uma maternidade de Corumbá, onde a adolescente foi entregue aos cuidados da equipe médica de plantão.

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