Cidades

Depoimento

General suspeito de participar de tentativa de golpe depõe na PF em Campo Grande

Segundo investigações, o general reformado tinha conhecimento de onde estaria o Ministro Alexandre Moraes como parte do plano para prisão

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O general reformado Laércio Virgílio, de 69 anos, prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Campo Grande, para dar sua versão acerca da suposta tentativa de golpe de Estado engendrada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O general foi um dos alvos da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federal, que envolveu batidas contra militares e políticos do entorno do ex-presidente Bolsonaro que, conforme apontado pela investigação da Polícia Federal, atuaram em diversos âmbitos a articular o golpe.

O nome do general, Laércio Virgílio, segundo a investigação teria ligação com um grupo denominado como "Alta Patente" que levaria o ministro do Superior Tribunal Federal Alexandre de Moraes a prisão em Goiás. 

"O General VIRGÍLIO sabia que o Ministro estaria em sua residência em São Paulo no dia 18/12/2022, para o cumprimento de uma eventual ordem ilegal de prisão, em decorrência de golpe de Estado", aponta a investigação.

Além de Virgílio, os citados na investigação por fazer parte da  "Alta Patente" são os ex-ministros Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, Mário Fernandes e o único representante da marinha, o ex-almirante Almir Garnier.

"A representação ainda se reporta a outros militares que também teriam
encampado o ideal golpista, como se denota de mensagens trocadas entre os investigados LAÉRCIO VIRGÍLIO (General-de-Brigada reformado) e AILTON GONÇALVES MORAES BARROS"

“cronologia dos atos a serem praticados, descritos pelo GENERAL VIRGÍLIO se coaduna com os elementos de provas colhidos, demonstrando que os investigados estavam executando atos para consumar um Golpe de Estado no Brasil, no sentido de manter JAIR BOLSONARO no poder”.

 Depoimentos a PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro também compareceu à sede da Polícia Federal, nesta quinta-feira (22), para prestar depoimento, no entanto, permaneceu em silêncio e não respondeu acerca da suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado.

A Operação Tempus Veritatis, culminou com 25 investigados, convocados a prestar depoimentos que ocorreram ao mesmo tempo, para evitar qualquer forma de comunicação entre os interrogados.

Em Brasília, além de Bolsonaro, também foram convocados a depor:

  • Presidente do PL, Valdemar Costa Neto;
  • Ex-candidato a vice-presidente, o general Walter Braga Netto;
  • Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Auguso Heleno; 
  • Ex-ministro da Justiça Anderson Torres; 
  • Coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara;
  • Ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes;
  • Ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud; 
  • Ex-comandante da Marinha Almir Galnier; 
  • Coronel do Exército Cleverson Ney Magalhães; 
  • Coronel do Exército Bernardo Romão Correia Neto;
  • Oficial do exército Ronald Ferreira de Araújo Junior;
  • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;

O Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, preso na pela polícia federal durante a operação Tempus Veritatis, em 2019, comandou o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado - Regimento Antônio João (10º R C Mec), em Bela Vista.

Romão, é apontado pela investigação como "braço direito" do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Nas investigações, figura como suspeito de articular e incitar os militares a aderir ao golpe.

Uma  reunião composta apenas por militares, ocorreu por intermédio de Corrêa Neto, e contou com a presença de assistentes dos generais que supostamente seriam favoráveis ao golpe, assim como oficiais.

Conforme indicam as trocas de mensagens localizadas no celular de Mauro Cid. Nelas, Romão diz que foram selecionados apelas militares que fazem parte das forças especiais (Kids Pretos).

No documento da polícia federal ele compunha o núcleo que tinha como objetivo que os militares aderissem ao golpe de Estado.

Depoimentos por Estados

Rio de Janeiro

  • Tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros;
  • Hélio Ferreira Lima;
  • Ailton Gonçalves Moraes de Barros;
  • Rafael Martins Oliveira;

O tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, que também foi alvo da Polícia Federal, conforme levantado pelo Correio do Estado, consta como lotado no Comando Militar do Oeste. Entretanto, ele prestou depoimento na sede da PF no Rio de Janeiro.

O tenente-coronel Medeiros é apontado pela investigação por integrar o grupo que tinha a função de produzir, divulgar e amplificar notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022, com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e prédios das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o Golpe de Estado. 

Em conversas com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, Medeiros demonstra preocupação, ao ponto de questionar o andamento do processo, enquanto Cid concorda e menciona a possibilidade de prisão.

O contato dele salvo como "Cavalo" (como é conhecido), no celular de Cid, mostra um trecho da conversa.

 

São Paulo

  • Amauri Feres Saad;
  • José Eduardo de Oliveira;

Paraná

  • Filipe Garcia Martins

Minas Gerais 

  • Éder Balbino

Espírito Santo

  •  Ângelo Martins Denicoli

Exoneração

Após a operação Tempos Veritatis (Tempo da Verdade), no dia 14 de fevereiro, o comandante do Exército General Tomás Paiva exonerou militares em postos de comando como o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida que estava a frente do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia (GO).

Assim como, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, retirado do comando da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus (AM).

Marques Almeida ficou conhecido por ter desmaiado ao receber a Polícia Federal, no dia 8 de fevereiro, quando a operação foi deflagrada. Em mensagens trocadas com Mauro Cid contestou o resultado das urnas.
 

Afastamento

Ainda, nesta quinta-feita (22) no Diário Oficial da União, publicaram portarias com o afastamento do coronel Romão Corrêa Neto e do tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, de acordo com o inquérito da PF, também é integrante do grupamento de forças especiais, conhecidos  como "kids pretos". Ambos estão presos.

**Colaborou Neri Kaspary 

 

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Abolição do Estado

Saiba quem são os militares de MS indiciados pela PF por tentativa de golpe

De general da reserva a coronel que compôs tropas dos Black Kids e era "braço direito" do ajudante de ordens Mauro Cid

21/11/2024 18h22

À esquerda, o general da reserva Laércio Virgílio e, à direita, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que comandou o 10º R C Mec em Bela Vista e, posteriormente, foi para o pelotão dos Black Kids

À esquerda, o general da reserva Laércio Virgílio e, à direita, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que comandou o 10º R C Mec em Bela Vista e, posteriormente, foi para o pelotão dos Black Kids Reprodução Redes Sociais

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A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (21) 37 pessoas envolvidas na tentativa de golpe após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022.

Entre os indiciados, que irão responder por ebulição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, estão um general da reserva e um coronel que compõe o pelotão conhecido como Black Kids de Goiás.

À esquerda, o general da reserva Laércio Virgílio e, à direita, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que comandou o 10º R C Mec em Bela Vista e, posteriormente, foi para o pelotão dos Black KidsReprodução Redes Sociais

Virgílio

O general da reserva Laércio Virgílio, de 70 anos, conforme a quebra de sigilo telefônico, mantinha contato com uma elite de militares cujo grupo ficou conhecido como “alta patente”.

O relatório da investigação, que foi tornado público, apontou conversas que ele teve com Ailton Gonçalves Moraes Bastos, com quem serviu na Brigada de Paraquedistas no Rio de Janeiro e também no 9º GAC, em Nioaque, no ano de 1999.

Em uma troca de mensagens com Ailton (que também foi indiciado), chegou a dizer abertamente que é “momento de ação”; veja:

"O meu próximo áudio agora, assim, vai te dar o conceito da operação, entendeu? O conceito da operação. Que tem que ser executado. Num... num... num tem mais, assim: não, será, que não será, o que que vai... Foda-se! Agora, entendeu, é ação. Então, esse próximo áudio, também, além do ZERO UNO, aí tem que ser passado pra todo aquele pessoal que você passa sempre, entendeu? Então agora, negão, é... assim... a... Já estamos em guerra, né? Só que agora é a... assim... Temos que executar essas ações. Vou dar o conceito da operação. É... A execução eu não tô mais em condições de fazê-la, senão eu ia até aí pra comandar essa porra aí dessa operação que eu vou falar agora pra você."

  • Entenda: “Zero Uno” é a forma como ambos se referiam ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ailton Gonçalves Moraes Barros, militar reformado com quem o general de Mato Grosso do Sul mantinha um contato estreito, chegou a ser eleito suplente de deputado estadual pelo PL do Rio de Janeiro. Terminou preso pela Polícia Federal, acusado de atuar na inserção no sistema de dados ilegais do cartão de vacina da Covid do ex-presidente. Ele está entre os indiciados.

À esquerda, o general da reserva Laércio Virgílio e, à direita, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, que comandou o 10º R C Mec em Bela Vista e, posteriormente, foi para o pelotão dos Black KidsReprodução Redes Sociais

Corrêa Neto

O coronel Bernardo Romão Corrêa Neto comandou também o 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (10º R C Mec) em Bela Vista e permaneceu no cargo até 12 de janeiro de 2022, quando passou o comando e seguiu para compor os Black Kids em Goiás.

Corrêa Neto atuou na preparação e seleção de militares formados no curso das Forças Especiais (Black Kids) que agiriam durante a tentativa de golpe de Estado.

Bernardo é apontado pela Polícia Federal como homem de confiança do tenente-coronel Mauro Cid, o ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro.

Saiba: Enquanto o general Laércio Virgílio fazia parte do núcleo considerado como "inteligência" que discutia o engendramento do golpe com militares de alta cúpula, o coronel Bernardo Romão Corrêa Neto conduziria a tropa dos Black Kids, considerada elite do exército com formação pelo Curso de Operações Especiais.

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Coxim

Ex-sargento da PM é preso por estuprar a neta há oito anos

O crime aconteceu em 2016, quando o ex-sargento da PM abusou de sua neta quando tinha 10 anos

21/11/2024 17h30

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60ed556e 45ab 4bd5 8e7d 46b2d04365e4 1536x1152 PCMS/ Divulgação

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Ex-sargento da Polícia Militar, de 69 anos, foi preso nesta quinta-feira (21), condenado por estuprar a própria neta há 8 anos, no município de Coxim, a 253 quilômetros de Campo Grande.

Conforme informações da Polícia Civil, o crime aconteceu em 2016, quando a vítima, sua neta, tinha 10 anos de idade e foi estuprada pelo suspeito, que é um 3º Sargento aposentado da Polícia Militar. 

A ação, que contou com o apoio da guarnição do 5º Batalhão da Polícia Militar, também teve o auxílio da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Coxim.

O ex-sargento da policial militar está à disposição da justiça. Ele deve cumprir pena de abuso sexual, crimes de estupro praticado por menos que deve ultrapassar 18 anos de prisão

Como denunciar 

Polícia Miliar - 190: quando a criança está correndo risco imediato
Samu - 192: para pedidos de socorro urgentes
Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres
Qualquer delegacia de polícia
Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa
 

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