A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), principal causador da bronquiolite, destinada a grávidas a partir da 28ª semana, começou a ser aplicada nesta quarta-feira (3), em Campo Grande.
O município recebeu 2.966 doses, que inicialmente estão sendo ofertadas em sete Unidades de Saúde da Família (USFs).
Na USF 26 de Agosto, a superintendente de Vigilância em Saúde (SVS), Veruska Lahdo, explicou que gestantes a partir da 28ª semana já podem procurar a vacina.
“A gente tem uma expectativa estimada de 1.670 gestantes nessas semanas de gestação, porque a vacina veio para um público específico, que são as gestantes a partir da 28ª semana”, explicou Veruska.
A superintendente frisou que o imunizante contra a bronquiolite evita eventuais agravamentos decorrentes do VSR, especialmente para o bebê, diante de 17 óbitos causados pelo vírus registrados neste ano, sendo cinco em crianças menores de 1 ano.
“A importância da vacina vem do aumento do risco de complicações decorrentes do vírus sincicial respiratório, principalmente para o bebê. Então, é uma vacina que protege a gestante e, por meio da placenta, transmite os anticorpos para o bebê”, pontuou a superintendente e acrescentou
“Por isso, a importância dessa vacina, principalmente no primeiro ano de vida, que é o período de maior risco de complicações por vírus respiratórios”.
Crédito: Gerson Oliveira / Correio do EstadoVacina no braço
Com a participação do Zé Gotinha, a servidora pública Débora Vilela Rondon, de 37 anos, que está com 30 semanas de gestação, procurou a unidade e comemorou a oferta da vacina pelo SUS.
“É uma alegria muito grande. Acho que assim a gente consegue reduzir bastante o número de internações. Tive muita sorte de conseguir ser vacinada a tempo”, disse Débora.
Um dos motivos para procurar a unidade foi ter acompanhado situações de amigas que tiveram os bebês internados por conta do vírus.
Com 28 semanas exatas de gestação, a funcionária do setor administrativo Cláudia Riba Aguiar, de 30 anos, que está gestando Ana, relatou que a proteção a deixou com o coração imensamente grato.
“Não é todo mundo que tem condições financeiras de pagar R$ 1.500 ou R$ 1.600 em uma vacina. Hoje, a gente tendo ela disponível em um órgão público, e sabendo que consegue proteger o nosso bebê ainda mais, não tem palavras para agradecer”, afirmou Cláudia.
Gestantes, apresentando documentação para receber a vacina / Crédito: Gerson Oliveira / Correio do EstadoA fisioterapeuta Lorena Ferreira, de 39 anos, que aguardava para ser chamada com a expectativa de garantir a proteção do bebê, Inácio, disse que esperou até o último momento pela oferta no SUS antes de procurar uma clínica particular.
“Essa vacina é muito importante porque salva-vidas. O vírus causa um risco muito grande de desenvolvimento de infecções respiratórias. Então, se existe essa opção, a gente tem que estar apta e disponível para buscar. E ter no SUS é uma vantagem, porque realmente, no particular, é muito caro”.
O cientista de dados Giovanni Ostemberg de Oliveira, de 32 anos, que acompanhava de perto o processo da esposa, a bióloga Alice Fochi Ostemberg, destacou que, como pai da pequena Lorena, a vacina traz tranquilidade.
“O primeiro ponto é a tranquilidade, como pai, de saber que minha neném já vai chegar com uma imunidade que a gente conseguiu proporcionar. Antes, estávamos correndo atrás de um laboratório particular, o que sairia uma quantia considerável do nosso bolso. Tendo na rede pública, esse dinheiro pode ser direcionado para outras necessidades da bebê”, afirmou Giovanni e completou:
“Vir com a minha esposa, vê-la feliz, saber que a criança está imunizada e que está tudo correndo bem… isso não tem preço”.
Crédito: Gerson Oliveira / Correio do EstadoSaiba onde se vacinar
Por enquanto, a vacina está disponível em sete unidades. De acordo com orientações da Secretaria Municipal de Saúde, é necessário que as gestantes levem:
• documento pessoal;
• carteira de vacinação.
Nesta quarta-feira (3) as unidades são:
- USF Noroeste – Rua Dois Irmãos, 701 – Jardim Noroeste;
- USF Oliveira II – Rua Antônio João Escobar, 390 – Oliveira II;
- USF Universitário – Rua Marquês de Olinda, 295 – Universitário;
- USF Dona Neta – Rua Cora, 100 – Guanandi;
- USF Paradiso – Rua Hanna Abdulahad, 315 – Jardim Paradiso;
- USF 26 de Agosto – Rua Rui Barbosa, 4.670 – São Francisco;
- USF Aero Itália – Rua Rio Galheiros, 280 – Jardim Aeroporto.
Todos os pontos seguirão o horário de funcionamento das salas de vacinação. A maioria permanece aberta até as 16h45, com exceção da USF Noroeste, que funciona até as 22h45.
A partir de quinta-feira (4), a vacinação será ampliada para quatro unidades, e no sábado (6) quatro pontos irão ofertar o imunizante.
Quinta-feira (4)
A partir das 7h30, conforme horário de funcionamento da unidade.
- USF Santa Emília
- USF Albino Coimbra
- USF Tiradentes
- USF São Francisco
- USF Parque do Sol
- USF Alves Pereira
Sábado (6)
Horário: das 7h30 às 16h45
- USF São Francisco (por compensação de horas);
- USF Coronel Antonino;
- USF Tiradentes;
- USF Aero Rancho;
- USF 26 de Agosto: das 7h30 às 11h30.
Bronquiolite
Infecção viral aguda, causa inflamação nas pequenas vias aéreas dos pulmões, os bronquíolos, o que afeta principalmente crianças com menos de dois anos de idade. Entre os sintomas estão:
- tosse;
- chiado no peito,
- febre
- e dificuldade para respirar
- Seu principal causador é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por cerca de 75% dos casos de bronquiolite.
Com o objetivo de reforçar a proteção dos bebês nos primeiros dias de vida, período em que estão mais vulneráveis para às formas graves da doença, a vacina representa um avanço importante no combate e prevenção à bronquiolite.
** Colaborou Noysle Carvalho




