Cidades

Cotidiano

Governo avalia aquisição de novo avião após falha técnica deixar Lula voando em círculos

O chamado Aerolula teve um problema técnico pouco após decolar, no aeroporto da Cidade do México, na tarde desta terça-feira (1º)

Continue lendo...

Integrantes do governo Lula (PT) afirmam que o problema técnico desta terça-feira (1º) no avião que trazia o presidente e sua comitiva de volta do México dá impulso para retomar as discussões sobre a compra de uma nova aeronave.

O tema esbarra, no entanto, em dificuldades orçamentárias. Os recursos viriam do ministério da Defesa, que foi um dos maiores afetados com os cortes neste ano. A pasta alega que sofreu queda de 47% nas despesas discricionárias nos últimos dez anos.

Auxiliares de Lula que defendem a compra de novo avião alegam que será preciso alguma forma de suplementação orçamentária, e que beneficiaria não apenas Executivo, mas os outros Poderes, que também têm integrantes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal que viajam na aeronave com o presidente.
Lula já havia reclamado seguidas vezes de seu avião no ano passado. Um dos principais pontos de crítica era a falta de autonomia da aeronave, que obriga a comitiva presidencial a sempre fazer escalas para reabastecimento em voos mais longos.

As seguidas reclamações levaram a FAB (Força Aérea Brasileira) e a equipe responsável por sua segurança a começar a prospectar possibilidades de compra de aviões no mercado. No entanto, o assunto acabou esfriando, em um momento de maior austeridade e cortes nos gastos.

Lula havia determinado no ano passado que a Aeronáutica apresentasse opções para a substituição e pediu um avião maior e com mais autonomia. Os militares têm como plano preferencial comprar um avião com configuração VIP usado.

Os olhos recaem para a versão executiva do Airbus A330. Embora um avião zero quilômetro possa sair por mais de US$ 250 milhões (R$ 1,23 bilhão), por baixo, um aparelho usado pode sair significativamente mais barato -talvez menos que US$ 40 milhões (quase R$ 200 milhões), a depender da barganha.
No entanto, um integrante da equipe de segurança de Lula avalia que é difícil encontrar um avião usado que necessite de poucas adaptações para atender as necessidades do governo brasileiro.

Um dia após o episódio no México, integrantes do governo passaram a criticar publicamente as condições proporcionadas pelo chamado VC-1, o avião presidencial, também conhecido com Aerolula.

"A FAB tem um grupo especial que acompanha e é responsável pela manutenção desses aviões que servem a presidência. Vamos esperar qual é a análise que vão fazer, mas de fato não podemos colocar o presidente da República em uma situação como essa", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante entrevista.

Padilha acrescentou ainda que a FAB precisa fazer um diagnóstico "o mais rápido possível para tomar decisões sobre isso, para que de fato tenha condições técnicas melhores para servir o presidente da República, os ministros que vão junto, o próprio parlamento".

Interlocutores na Casa Civil e no Ministério da Defesa também apontam que a discussão deverá ganhar força nos próximos dias.

Um assessor palaciano afirma que o atual avião é considerado obsoleto, ainda mais no contexto atual de diplomacia presidencial. Cita que muitos fóruns e grupos foram criados nos últimos 20 anos, multiplicando a quantidade de reuniões e cúpulas em diferentes partes do mundo. Houve uma "descentralização das agendas", com cúpulas e eventos importantes em continentes que anteriormente não costumavam sediar eventos, como a Ásia.

Agora, a questão da segurança se torna um novo argumento na discussão, além das necessidades logísticas, acrescenta o assessor.

Nesta quinta-feira (3), Lula também deve ter uma reunião com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que encurtou as suas férias para retornar a Brasília. Aliados apontam que a antecipação não tem relação direta com o incidente no voo do presidente, tanto que as passagens de volta dos Estados Unidos já estavam compradas.
O objetivo central seria discutir a operação de repatriação de brasileiros do Líbano, cujo primeiro avião decolou também nesta quarta-feira (2). No entanto, interlocutores no Planalto apontam que certamente Lula vai cobrar o seu ministro sobre o incidente.

O chamado Aerolula teve um problema técnico pouco após decolar, no aeroporto da Cidade do México, na tarde desta terça-feira (1º). Como não conseguiu se desfazer de parte do combustível, precisou ficar andando praticamente em círculos para esvaziar o tanque para conseguir pousar com segurança. Foram 50 voltas sobre o território mexicano ao longo de quase cinco horas.

Lula depois pousou no Aeroporto Internacional Felipe Ángeles, próximo à Cidade do México, após horas sobrevoando o país para queimar combustível e poder chegar ao solo em segurança.

Após o pouso, a comitiva presidencial embarcou no avião reserva da Presidência e seguiu viagem para Brasília, chegando apenas na manhã desta quarta-feira. Lula reclamou das condições durante o voo, sem telefone e internet em alguns momento para se comunicar com o Planalto.

A FAB não informou qual seria o problema, mas numa nota relatou que todos os procedimentos de segurança para solucioná-lo foram realizados com sucesso.
Uma das hipóteses apontadas por integrantes do governo é que tenha havido um problema em um dos motores, após ter atingido um pássaro. Militares da Aeronáutica, no entanto, afirmam nos bastidores que apenas com investigação da aeronave em solo será possível apontar a causa.

A queima de combustível é necessária pois os aviões costumam decolar mais pesados, com os tanques praticamente cheios. Um pouso com esse peso apresenta riscos, inclusive de explosão.
Lula estava no México para a posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum.

 

*Informações da Folhapress 
 

Economia

Moody's eleva nota de crédito do Brasil, dólar cai e Bolsa sobe

Valorização de commodities no exterior, como o petróleo, ainda deu impulso a ativos brasileiros

02/10/2024 20h00

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709.

O dólar fechou em queda de 0,44% nesta sexta-feira (2), aos R$ 5,709. Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil

Continue Lendo...

O dólar fechou em queda de 0,31% nesta quarta-feira (2), a R$ 5,445, um dia depois da agência de classificação de risco Moody's elevar a nota de crédito do Brasil.

Já a Bolsa avançou 0,76%, a 133.514 pontos. O Ibovespa, que chegou a subir quase 2% na máxima do pregão, foi amparado pela forte alta da Vale e da Petrobras, as duas empresas de maior peso no Ibovespa, mas perdeu fôlego no final da tarde por pressões externas.

A Moody's elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1 na noite de terça-feira, após o fechamento dos mercados, e manteve a perspectiva do país em positiva.

A agência, assim como outras pares, tem a função de avaliar a capacidade de pagamento de dívidas de instituições, bancos e países, atribuindo a eles uma nota de crédito (ou "rating") para mensurar o quão confiáveis são enquanto devedores.

Em outras palavras, os "ratings" identificam se um país é um bom ou mau pagador, e quais as chances dele dar um calote.

O Brasil ainda está no nível especulativo e, agora, a um passo do chamado grau de investimento, quando o país é considerado seguro -ou seja, com baixos riscos de calote para quem investe em seus títulos de dívida.

A agência diz que a elevação reflete um crescimento econômico maior e uma série de reformas econômicas e fiscais que aumentam a resiliência do perfil de crédito do país. As notas de crédito dos títulos de dívida do governo estavam inalteradas pela agência desde 2016.

O "upgrade" do Brasil, no entanto, não veio sem ressalvas. A Moody's destacou que o nível de endividamento do país ainda é alto e que o cenário fiscal guarda incertezas, apesar das reformas promovidas pelo governo.

A agência cita, por exemplo, uma rigidez nos gastos públicos, com "aumento dos gastos obrigatórios, como Previdência, programas de assistência social e despesas com saúde e educação". "Essas limitações pesam na credibilidade da política fiscal e complicam os esforços contínuos para cumprir as metas."

A melhora na nota de crédito ocorre na semana seguinte ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com dirigentes das principais agências de classificação de risco em Nova York, durante viagem para participar da Assembleia-Geral da ONU.

Os ativos brasileiros, em especial o real, se beneficiaram do "upgrade", com alívio de parte das preocupações do mercado em relação ao compromisso do governo com as contas públicas.

"O grande catalisador foi a decisão da Moody's, que veio como uma surpresa para a maioria dos investidores, mas o cenário externo promoveu uma desaceleração no final da tarde", diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.
Também na terça-feira, o Irã disparou mísseis contra Israel em resposta à ofensiva de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e o Líbano, em uma escalada de conflitos que gerou temores de uma guerra generalizada no Oriente Médio.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que ação é "apenas parte de nossa capacidade", instando Israel a "não entrar em confronto com o Irã". Mas Tel Aviv já prometeu uma resposta.

"Quando surgem episódios bélicos, os investidores acabam procurando mercados mais protegidos, mais seguros. Aí a tendência é que haja fuga para o mercado norte-americano", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
A ofensiva iraniana ainda afetou os preços do petróleo, que pode ter a oferta reduzida a depender do desenrolar do conflito.

Clay Seigle, um estrategista de risco político independente, disse que Israel "não hesitará em ampliar sua ofensiva militar para atingir o Irã diretamente, e os ativos de petróleo do Irã estão muito provavelmente na lista de alvos".

Um ataque israelense às instalações de produção ou exportação de petróleo iraniano poderia causar uma interrupção material, potencialmente mais de um milhão de barris por dia, disse Seigle.

O barril do petróleo Brent, referência para o mercado externo, teve alta de mais de 1% na Bolsa de Londres, cotado a US$ 74,39, desacelerando em relação aos ganhos de quase 3% de mais cedo. Na esteira, a Petrobras avançou 1,37% no Ibovespa.

Vale subiu 0,54% mesmo sem o minério de ferro na China, de negociações fechadas por causa de um feriado semanal. O impulso veio do contrato da commodity em Singapura, que avançou por conta do pacote de estímulos chinês anunciado na semana passada.

Ainda no radar, o relatório de emprego ADP dos Estados Unidos foi analisado pelos investidores, que seguem à procura de pistas sobre a trajetória dos juros americanos.

Os dados mostraram a criação de 143.000 empregos no setor privado em setembro, de 103.000 em agosto, em número revisado para cima. Economistas consultados pela Reuters projetavam 120.000 vagas criadas.

A força inesperada do mercado de trabalho dos EUA consolidou expectativas de cortes mais graduais nos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Apostas de uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima reunião reuniam 64% dos operadores, segundo a ferramenta CME Fed Watch.

A grande divulgação da semana, porém, acontece na sexta-feira, quando será publicado o "payroll" (folha de pagamento, em tradução literal), o indicador mais amplo de desemprego do país.

A atenção dos operadores ao mercado de trabalho americano acompanha a mudança de foco do Fed, que baliza as decisões de política monetária a partir dos dados de emprego e de inflação -dinâmica chamada de "mandato duplo" no jargão econômico.

Nos últimos meses, os indicadores inflacionários têm mostrado uma convergência gradual à meta de 2%, ao passo que os números de emprego têm desacelerado a cada nova leitura.

Na última decisão de política monetária, no dia 18 de setembro, a autoridade americana fez o primeiro corte nos juros em mais de quatro anos sob a justificativa de desaceleração do mercado de trabalho. A taxa foi reduzida em 0,50 ponto percentual e agora está na faixa de 4,75% e 5%.

A dúvida dos investidores é sobre o ritmo dos próximos cortes. Em discurso na segunda-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, disse prever mais duas reduções na taxa de juros, de 0,25 ponto cada, "se a economia tiver o desempenho esperado".

Já no Brasil, a expectativa é contrária: o mercado dá como certo que a taxa básica de juros do país, a Selic, atualmente em 10,75%, terá novos apertos nas próximas reuniões.
A perspectiva de uma Selic mais alta costuma favorecer o real, ainda que penalize o mercado acionário. Isso porque o aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estado Unidos atrai investidores da modalidade "carry trade", isto é, quando tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam esses recursos em moedas de países de taxas baixas.

 

*Informação da Folhapress 
 

Cidades

Ministério descarta dragagem no tramo norte do Rio Paraguai

Após reunião com especialistas, o Ministério de Portos e Aeroportos informa que não fará o aprofundamento em trecho do rio

02/10/2024 18h50

Divulgação/Governo Mato Grosso do Sul

Continue Lendo...

Após consultar especialistas, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) informou que não fará a dragagem do tramo norte do Rio Paraguai.

Especialistas no bioma pantaneiro foram consultados pela Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, e ficou definido que este ponto do rio, localizado entre Cáceres e Corumbá, não está nos planos que consistem na dragagem de aprofundamento.

O secretário de Hidrovias, Dino Antunes, que convidou os especialistas para acompanhar o andamento dos projetos de hidrovia, esclareceu que o grupo irá participar de outras reuniões.

“Estamos falando de um sistema de transporte altamente sustentável. Não faz sentido bloquear qualquer solução de hidrovia sem o conhecimento dos projetos e de seus impactos ambientais”, comentou o secretário.

Deste modo, segundo explicou Dino, o trecho de cerca de 680 quilômetros entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS) continuará com a navegação apenas por embarcações de pequeno e médio porte.

Com isso, evitam-se os impactos que eventualmente envolvem o transporte de grandes embarcações, que prejudicam a planície de alagamento do Pantanal.

Preocupação

Em carta aberta enviada no final de agosto, os pesquisadores demonstraram preocupação com a possível dragagem do tramo norte, que em larga escala traria riscos ao local conhecido como “coração do Pantanal”, que engloba as seguintes regiões protegidas:

  • Estação Ecológica Taiamã;
  • Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

Para discutir o planejamento, o ministério optou por realizar uma reunião com os especialistas.

Tramo Sul

Com relação ao projeto de dragagem do tramo sul, que envolveu inclusive uma decisão do Ibama de barrar a dragagem, a pesquisadora Débora Calheiros salientou que isso não causa preocupação por ser uma região navegável.

A área possui cerca de 600 quilômetros entre Corumbá e a foz do rio Apa (fronteira com o Paraguai).

Nesse ponto, a profundidade pode variar entre 3 e 3,20 metros, sendo possível, inclusive, a passagem de várias embarcações com 290 metros de comprimento, 8 metros de largura, calado de 2,7 metros e capacidade para 24 mil toneladas.

Conforme a pasta, neste trecho é necessário realizar apenas a dragagem de manutenção, que garante a navegabilidade durante todo o ano com segurança.

Carta

“Nossa preocupação, como especialistas em climatologia, hidrologia, geomorfologia e ecologia da região, se dá pelo fato de 2024 se apresentar como um ano de seca excepcional, nunca antes observado, e os impactos das dragagens, mesmo que apenas as de manutenção, previstas para o canal natural do rio Paraguai se tornarem imprevisíveis. Estão previstas dragagens com fundos do Novo PAC na seção superior - Tramo Norte do rio Paraguai, com cerca de 700 km de extensão, em 27 pontos considerados críticos para a navegação, bem como na seção inferior - Tramo Sul, com extensão em torno de 1.000 km, com previsões de cerca de 5 e até 30 pontos de dragagem, conforme a fonte de informação”, diz trecho do documento datado em 27 de agosto. (Veja íntegra da carta)

Clique aqui para conferir a carta aberta na íntegra

Saiba: Atualmente, a hidrovia do Rio Paraguai transporta cerca de 8 milhões de toneladas de carga por ano, sendo 75% formada por minério de ferro e 20% por soja. Por via rodoviária, seriam necessárias viagens com 200 mil caminhões para transportar esse volume até o porto mais próximo, a 1.500 quilômetros.

** Colaborou Neri Kaspary

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).