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Moody's eleva nota de crédito do Brasil, dólar cai e Bolsa sobe

Valorização de commodities no exterior, como o petróleo, ainda deu impulso a ativos brasileiros

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O dólar fechou em queda de 0,31% nesta quarta-feira (2), a R$ 5,445, um dia depois da agência de classificação de risco Moody's elevar a nota de crédito do Brasil.

Já a Bolsa avançou 0,76%, a 133.514 pontos. O Ibovespa, que chegou a subir quase 2% na máxima do pregão, foi amparado pela forte alta da Vale e da Petrobras, as duas empresas de maior peso no Ibovespa, mas perdeu fôlego no final da tarde por pressões externas.

A Moody's elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1 na noite de terça-feira, após o fechamento dos mercados, e manteve a perspectiva do país em positiva.

A agência, assim como outras pares, tem a função de avaliar a capacidade de pagamento de dívidas de instituições, bancos e países, atribuindo a eles uma nota de crédito (ou "rating") para mensurar o quão confiáveis são enquanto devedores.

Em outras palavras, os "ratings" identificam se um país é um bom ou mau pagador, e quais as chances dele dar um calote.

O Brasil ainda está no nível especulativo e, agora, a um passo do chamado grau de investimento, quando o país é considerado seguro -ou seja, com baixos riscos de calote para quem investe em seus títulos de dívida.

A agência diz que a elevação reflete um crescimento econômico maior e uma série de reformas econômicas e fiscais que aumentam a resiliência do perfil de crédito do país. As notas de crédito dos títulos de dívida do governo estavam inalteradas pela agência desde 2016.

O "upgrade" do Brasil, no entanto, não veio sem ressalvas. A Moody's destacou que o nível de endividamento do país ainda é alto e que o cenário fiscal guarda incertezas, apesar das reformas promovidas pelo governo.

A agência cita, por exemplo, uma rigidez nos gastos públicos, com "aumento dos gastos obrigatórios, como Previdência, programas de assistência social e despesas com saúde e educação". "Essas limitações pesam na credibilidade da política fiscal e complicam os esforços contínuos para cumprir as metas."

A melhora na nota de crédito ocorre na semana seguinte ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com dirigentes das principais agências de classificação de risco em Nova York, durante viagem para participar da Assembleia-Geral da ONU.

Os ativos brasileiros, em especial o real, se beneficiaram do "upgrade", com alívio de parte das preocupações do mercado em relação ao compromisso do governo com as contas públicas.

"O grande catalisador foi a decisão da Moody's, que veio como uma surpresa para a maioria dos investidores, mas o cenário externo promoveu uma desaceleração no final da tarde", diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.
Também na terça-feira, o Irã disparou mísseis contra Israel em resposta à ofensiva de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e o Líbano, em uma escalada de conflitos que gerou temores de uma guerra generalizada no Oriente Médio.

O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, disse que ação é "apenas parte de nossa capacidade", instando Israel a "não entrar em confronto com o Irã". Mas Tel Aviv já prometeu uma resposta.

"Quando surgem episódios bélicos, os investidores acabam procurando mercados mais protegidos, mais seguros. Aí a tendência é que haja fuga para o mercado norte-americano", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
A ofensiva iraniana ainda afetou os preços do petróleo, que pode ter a oferta reduzida a depender do desenrolar do conflito.

Clay Seigle, um estrategista de risco político independente, disse que Israel "não hesitará em ampliar sua ofensiva militar para atingir o Irã diretamente, e os ativos de petróleo do Irã estão muito provavelmente na lista de alvos".

Um ataque israelense às instalações de produção ou exportação de petróleo iraniano poderia causar uma interrupção material, potencialmente mais de um milhão de barris por dia, disse Seigle.

O barril do petróleo Brent, referência para o mercado externo, teve alta de mais de 1% na Bolsa de Londres, cotado a US$ 74,39, desacelerando em relação aos ganhos de quase 3% de mais cedo. Na esteira, a Petrobras avançou 1,37% no Ibovespa.

Vale subiu 0,54% mesmo sem o minério de ferro na China, de negociações fechadas por causa de um feriado semanal. O impulso veio do contrato da commodity em Singapura, que avançou por conta do pacote de estímulos chinês anunciado na semana passada.

Ainda no radar, o relatório de emprego ADP dos Estados Unidos foi analisado pelos investidores, que seguem à procura de pistas sobre a trajetória dos juros americanos.

Os dados mostraram a criação de 143.000 empregos no setor privado em setembro, de 103.000 em agosto, em número revisado para cima. Economistas consultados pela Reuters projetavam 120.000 vagas criadas.

A força inesperada do mercado de trabalho dos EUA consolidou expectativas de cortes mais graduais nos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Apostas de uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima reunião reuniam 64% dos operadores, segundo a ferramenta CME Fed Watch.

A grande divulgação da semana, porém, acontece na sexta-feira, quando será publicado o "payroll" (folha de pagamento, em tradução literal), o indicador mais amplo de desemprego do país.

A atenção dos operadores ao mercado de trabalho americano acompanha a mudança de foco do Fed, que baliza as decisões de política monetária a partir dos dados de emprego e de inflação -dinâmica chamada de "mandato duplo" no jargão econômico.

Nos últimos meses, os indicadores inflacionários têm mostrado uma convergência gradual à meta de 2%, ao passo que os números de emprego têm desacelerado a cada nova leitura.

Na última decisão de política monetária, no dia 18 de setembro, a autoridade americana fez o primeiro corte nos juros em mais de quatro anos sob a justificativa de desaceleração do mercado de trabalho. A taxa foi reduzida em 0,50 ponto percentual e agora está na faixa de 4,75% e 5%.

A dúvida dos investidores é sobre o ritmo dos próximos cortes. Em discurso na segunda-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, disse prever mais duas reduções na taxa de juros, de 0,25 ponto cada, "se a economia tiver o desempenho esperado".

Já no Brasil, a expectativa é contrária: o mercado dá como certo que a taxa básica de juros do país, a Selic, atualmente em 10,75%, terá novos apertos nas próximas reuniões.
A perspectiva de uma Selic mais alta costuma favorecer o real, ainda que penalize o mercado acionário. Isso porque o aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estado Unidos atrai investidores da modalidade "carry trade", isto é, quando tomam empréstimos a taxas baixas e aplicam esses recursos em moedas de países de taxas baixas.

 

*Informação da Folhapress 
 

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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