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Governo estuda duplicar trecho da BR-262 entre Campo Grande e Ribas

Trajeto de 96 km poderá receber pista dupla no modelo de concessão proposto pelo Estado, que deve destinar verba

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Este ano tem tudo para ser o ano em que os projetos de duplicação de rodovias no Estado serão levados adiante. Além da assinatura da nova concessão da BR-163, entre a União e a CCR MSVia, também está prevista a decisão do Ministério dos Transportes sobre o pedido do governo de Mato Grosso do Sul para administrar trechos da BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas, e da BR-267, entre Nova Alvorada do Sul e a divisa com o estado de São Paulo, para que possa concedê-los à iniciativa privada. 

Nesse contexto, está nos planos do governador Eduardo Riedel (PSDB) a duplicação do trecho de 96 quilômetros da BR-262 entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo. 

“Nem que o Estado tenha de aportar alguma coisa, mas é um trecho importante”, disse o governador de Mato Grosso do Sul em entrevista concedida ao Correio do Estado em dezembro, antes de entrar em férias. 
O governo de Mato Grosso do Sul, por meio de seu escritório de parcerias e projetos, já estuda um modelo de concessão que envolve três rodovias que fazem a ligação com o estado de São Paulo: BR-262, BR-267 e MS-040. Além dessas três rodovias, a concessão também poderia englobar outras estradas que se ligam a elas. 

“É curioso, porque o ministro dos Transportes [Renan Filho] me disse que já viu governador pedindo para a União assumir rodovia estadual, mas nunca viu estado pedindo para a União delegar rodovia federal”, afirmou Eduardo Riedel ao Correio do Estado.

O motivo de o governador ter citado o trecho compreendido entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo está diretamente relacionado ao crescimento pelo qual a cidade vizinha da Capital vem passando desde o início da construção da unidade da Suzano na cidade. A expectativa é de que a planta processadora de celulose seja inaugurada neste ano. 

Quanto à delegação de rodovias, este não seria um problema para Mato Grosso do Sul, pois o Estado já concedeu trecho da BR-158 (de Cassilândia até a MS-444) e toda a BR-436 (que liga a cidade de Aparecida do Taboado ao Rio Paranaíba) à concessionária Way. 

A Way tem dois contratos com o governo do Estado, para administrar o bloco composto pelas rodovias BR-158, BR-436 e MS-112 e outro para administrar a MS-306. 

BR-163

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a CCR MSVia aguardam apenas a confirmação do Tribunal de Contas da União (TCU) para colocar em prática a repactuação do contrato de concessão do trecho da BR-163 que atravessa Mato Grosso do Sul de norte a sul, entre as cidades de Sonora e Mundo Novo, um trajeto de 847 quilômetros. 

Entre as novidades do novo contrato está a duplicação contínua de um trecho de pouco mais de 180 km, entre as cidades de Bandeirantes e Nova Alvorada do Sul. 

Esse trecho, que passa por Campo Grande e inclui o Anel Viário, é o maior encargo para a duplicação da rodovia previsto no novo contrato. No primeiro ano da nova concessão, o investimento previsto é de R$ 2,5 bilhões, nos demais, de R$ 12,5 bilhões. 

“É uma mudança robusta no projeto. Serão R$ 2,5 bilhões nos dois primeiros anos”, informou ao Correio do Estado o governador de Mato Grosso do Sul, que participou ativamente das negociações entre o órgão federal regulador e o concessionário para a repactuação do contrato.

No vínculo que está em atividade e prestes a ser substituído pelo novo, era prevista a duplicação de toda a rodovia. 

A redução do fluxo prevista no contrato inicial e o estancamento do financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a rodovia, somados a decisões tomadas pela concessionária ao longo do período, inviabilizaram a duplicação da via, reduziram o movimento e levaram a CCR MSVia a pedir para deixar a concessão. 

A expectativa do governo de Mato Grosso do Sul é de que o Tribunal de Contas da União valide o novo contrato até março. Com o novo vínculo em atividade, as obras na BR-163 deverão começar no segundo trimestre deste ano. 

AS OBRAS

Além da duplicação completa dos trechos entre Nova Alvorada do Sul e Bandeirantes (que já conta com aproximadamente 10 km dos 180 km já duplicados), a CCR MSVia deve construir terceiras faixas em outros 160 km da rodovia. 

Os trechos estão localizados no norte e no sul do Estado, em regiões onde as condições de tráfego se tornam mais arriscadas em dias de grande movimento de caminhões, por não haver acostamento. 

Também há a expectativa de que outros 30 km de duplicação sejam feitos em trechos próximos a entradas de cidades e de grande movimento em outras regiões da rodovia. 

Há demandas de trechos de pista dupla no extremo-norte do Estado, entre as cidades de Dourados e Caarapó, além do acesso da cidade de Mundo Novo até o Rio Paraná, perto de Salto del Guairá (Paraguai). Os trechos, porém, não foram definidos.

Cidades

Padronização para horário de entrada e saída de hotéis começa a valer

Portaria do Ministério do Turismo deu 90 dias para estabelecimentos se ajustarem a novas regras para check-in e check-out

16/12/2025 14h00

Foto: Álvaro Rezende / Arquivo

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Começaram a valer nesta terça-feira (16) as novas regras para entrada e saída (check-in e check-out) de hóspedes em hotéis brasileiros. A mudança, promovida pelo Ministério do Turismo (MTur), define que a diária cobre 24 horas, dentro das quais os hotéis têm três horas para a arrumação dos quartos.

A regra permite que os hotéis definam seus próprios horários de check-in e check-out dentro desses critérios, e essas informações devem ser comunicadas ao hóspede de forma clara e prévia, tanto pelos hotéis como pelas agências de turismo e as plataformas digitais intermediárias de reservas.

A medida foi modificada por meio de uma portaria do MTur publicada em setembro, com prazo de 90 dias para vigorar.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Manoel Linhares, a prática já era adotada pelas redes de hotéis usualmente, mas havia um pedido do setor para que o assunto fosse regulamentado e incluído nas últimas mudanças promovidas na Lei Geral do Turismo.

“São três horas de intervalo entre as saídas e entradas dos hóspedes, para que nossos colaboradores tenham tempo de preparar a hospedagem e para que a gente possa receber melhor. Isso no Brasil já era de praxe, mas, com a regulamentação exata, serve para tirar qualquer dúvida”, explica.

Além das três horas de intervalo para limpeza da hospedagem, a regulamentação também flexibiliza a cobrança de tarifas diferenciadas para entrada antecipada ou saída postergada e detalha a comunicação sobre horários e frequência dos serviços de arrumação, higiene e limpeza da unidade habitacional.

Por meio de nota, a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), que reúne agências de viagens e operadoras, avaliou de forma positiva a regulamentação do tema.

“A definição objetiva do período de hospedagem ajuda a alinhar expectativas do viajante no momento da compra e reduz ruídos na comercialização de pacotes turísticos, trazendo mais segurança para toda a cadeia”, destaca.

Além de maior transparência, a flexibilização quanto às tarifas diferenciadas permite ajustes conforme a disponibilidade de cada meio de hospedagem informa a nota da Abav.

“Embora a adaptação possa exigir ajustes, especialmente para pequenos empreendimentos, a entidade entende que a medida acompanha práticas já adotadas internacionalmente e contribui para a modernização e competitividade do turismo brasileiro”, conclui.

Registro de Hóspedes

As mudanças promovidas pelo MTur incluem ainda a adoção do novo modelo digital da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH), em substituição ao modelo de papel. A portaria que trata do assunto foi publicada em novembro, com prazo de 90 dias para começar a valer em 13 de fevereiro.

Com a adoção da nova ferramenta, os estabelecimentos terão um QR Code, com link para a página de pré-check-in, que poderão ser preenchidas pelos hóspedes. No momento de entrada, o estabelecimento só precisará conferir os dados com os documentos apresentados.

“Fica o check-in mais tranquilo, tanto para a hotelaria como para o hóspede que, na sua chegada, já vem de um voo cansativo e, às vezes, pega um grupo e fica em uma fila esperando para preencher uma ficha, aquela coisa toda”, afirma Manoel Linhares.

A versão digital da ficha ficará também disponível na Plataforma FNRH Digital, com outras funcionalidades, como elaboração de relatórios analíticos, módulo de reservas e módulo de consulta para os hóspedes.

Demandas

De acordo com Manoel Linhares, as mudanças são regulamentações importantes para o setor, mas ainda há demandas a serem incluídas nas leis que tratam do turismo no país, como a regulamentação de aplicativos de hospedagem, como os que alugam imóveis por temporada.

“Nós, hoteleiros, geramos emprego e temos uma carga tributária muito alta, como é do conhecimento de todos. Nós temos a responsabilidade de dar o melhor aos nossos hóspedes, desde o check-in ao check-out. E o que acontece? Esses aplicativos não ficam nem no Brasil, então a operação é desigual”, avalia.

A demanda é antiga, mas com o surgimento de diferentes plataformas e o impacto sentido pelo setor, a avaliação da ABIH é de urgência.

“Só em Fortaleza, do ano passado para cá, fecharam seis hotéis. Se nós não tivermos essa demanda, vão fechar muitos hotéis, como já estão fechando no Brasil todo”, conclui Linhares.

A reportagem da Agência Brasil entrou em contato com a assessoria do MTur sobre a regulamentação das plataformas para locação de imóveis por temporada. Até a publicação, não houve resposta. O espaço permanece aberto.

CAMPO GRANDE

Em crise, prefeitura concede reajuste de 10,19% para construtora

Apesar do acréscimo de R$1,5 milhão ao contrato, a Capital está longe de um aparente equilíbrio financeiro, com greve do transporte coletivo, de dentistas e cenário de corte de gastos

16/12/2025 13h01

Prazo de execução previsto seria de 540 dias, levando asfalto e drenagem para bairros como Parque do Sol e Dom Antônio. 

Prazo de execução previsto seria de 540 dias, levando asfalto e drenagem para bairros como Parque do Sol e Dom Antônio.  Reprodução/Segov/alvaro-rezende

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Enquanto a Cidade Morena vive dias de crise que, entre outros pontos, estende-se desde a suspensão de atendimentos odontológicos em postos de saúde até uma greve dos trabalhadores do transporte coletivo, o Executivo de Campo Grande concedeu um reajuste de  10,19% para a construtora responsável por obras no Complexo Lageado na Capital. 

Conforme o extrato do contrato firmado entre a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e a Empresa Sagres Engenharia Ltda., o valor inicial dessa contratação era de exatos R$15,3 milhões. 

Agora, com acréscimo de R$1.560.277,28, o valor da contratação sobe para R$16.860.277,28, que corresponde a um aumento de 10,19% e, em tese, seriam empenhados para execução de obras de infraestrutura urbana para serviços de pavimentação asfáltica e a chamada drenagem de águas pluviais. 

Para além disso, o prazo de execução previsto seria de 540 dias, ou seja, aproximadamente um ano e meio a contar a partir do recebimento da ordem de serviços, levando asfalto e drenagem para bairros como Parque do Sol e Dom Antônio. 

Caos na Capital

Entretanto, apesar do reajuste concedido a essa construtora, o cenário em Campo Grande está longe de ser de aparente equilíbrio financeiro, com a greve do transporte coletivo na Cidade Morena, por exemplo, entrando em seu segundo dia nesta terça-feira (16) e já sendo é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994.

No caso da paralisação dos ônibus, por exemplo, a classe trabalhadora do transporte coletivo de Campo Grande reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Por outro lado, o caos em Campo Grande e reflexo de um suposto desequilíbrio financeiro não se restringem ao transporte coletivo, com os dentistas suspendendo atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, após decisão de forma unânime por uma greve de pelo menos 30 dias.

A novela fiscal de Campo Grande em 2025, porém, começou com cortes radicais nos gastos e nomeações ainda no início de março, por decreto da chefe do Executivo após ser pressionada por servidores que há três anos não eram contemplados por reajustes.

Inicialmente a medida previa uma espécie de moratória válida até o fim de junho, uma dilatação de prazo que afasta a possibilidade de conceder reposição salarial ao funcionalismo, cuja data-base é maio. 

Junto disso foi decretado corte de pelo menos 25% em gastos com água, luz, combustíveis, impressões e demais serviços de terceiros prestados por pessoa física e/ou jurídica, em uma ação que a prefeita classificou à época como "coisas caminhando como devem acontecer". 

em junho - e longe da meta - Adriane renovou esse decreto para corte de gastos, prorrogando a medida de arrocho por mais três meses. 

Toda essa movimentação impediu reajuste salarial linear aos servidores municipais, sendo que nesse primeiro prazo de três meses a prefeitura conseguiu economizar R$19 milhões na folha de pagamentos, apesar do aumento da ordem 27% no próprio salário, que beneficiou em torno de 500 integrantes da elite do funcionalismo municipal. 

Desde abril, o salário da prefeita, que serve como teto para o serviço público municipal, passou de R$21,2 mil para R$26,9 mil. Em fevereiro de 2026 sobe para R$31,9 e um ano depois, para R$35,4 mil.

Enquanto isso, porém, a base do funcionalismo está há três anos sem reajuste e, com a renovação de decreto, a possibilidade de pôr fim ao congelamento acaba de vez. 

Além da redução dos R$19 milhões na folha de pagamento, a administração municipal também reduziu em quase um milhão de reais os gastos com locação de imóveis, conforme afirmou a Prefeita em 18 de junho.

De acordo com ela, “mais de cinco imóveis” teriam sido devolvidos nestes três meses de vigência do decreto de arrocho de gastos. 

 

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