Cidades

MUDANÇAS

Governo federal e estados divergem sobre a PEC da Segurança Pública

Vice-governador Barbosinha representou o Estado em reunião com o presidente Lula e o ministro Ricardo Lewandowski

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O projeto de emenda à Constituição (PEC), proposto pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para modificar a forma de atuação das forças policiais tem encontrado resistência por parte dos estados. Segundo o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, uma das preocupações é quanto à autonomia das unidades federativas.

Barbosinha, que representou o governador Eduardo Riedel (PSDB) no encontro de quinta-feira com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que a proposta não é uma unanimidade entre os estados.

“Fizemos um grande debate, mas o que notei é que não há unanimidade sobre a proposta feita pelo governo federal. Por outro lado, há o sentimento de todos de que algo precisa ser mudado na segurança pública”, declarou Barbosinha.

Segundo o vice-governador, um dos pontos contestados pelos estados, inclusive por Mato Grosso do Sul, é a possível falta de autonomia por parte das unidades da Federação, já que trecho do documento diz que a PEC deve “atribuir à União competência privativa para legislar sobre normas gerais da segurança pública”.

“O que nós precisamos é de apoio para a estrutura existente, criar um comando central, com um banco nacional de consulta de ocorrências e de genética. O que não queremos é que a União edite normas para os estados, ficarmos atrelados à União sem apoio financeiro para isso”, afirmou Barbosinha.

PEC

A proposta é alterar a redação dos artigos 21, 22, 23 e 24, que tratam das competências da União, privativas ou em comum com os estados, municípios e Distrito Federal, e o artigo 144, “que estabelece em detalhes quais são os órgãos que integram o sistema de segurança pública brasileira”, descreveu o ministro. 

A medida traz a inserção na Constituição do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e amplia a atuação tanto da Polícia Federal (PF) como da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que se transformará em Polícia Ostensiva Federal (POF), com mais atribuições. Além disso, a PEC pretende criar um fundo para custear políticas de segurança pública.

De acordo com o texto da PEC apresentado aos governadores, a PRF, na Polícia Ostensiva Federal, estaria destinada ao patrulhamento de rodovias, ferrovias e hidrovias federais. A nova polícia também seria responsável por proteger bens, serviços e instalações federais e “prestar auxílio, emergencial e temporário, às forças de segurança estaduais ou distritais, quando requerido por seus governadores”.

No caso da Polícia Federal, ela passaria a “apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União, inclusive em matas, florestas, áreas de preservação, ou unidades de conservação, ou ainda de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, como as cometidas por organizações criminosas e milícias privadas”. 

Na reunião desta sexta-feira, o ministro da Justiça e da Segurança Pública afirmou que o texto da Constituição Federal de 1988 “precisa ser aprimorado” para “dar um cunho federativo” ao combate ao crime organizado. 

Durante a reunião, muitos governadores se manifestaram contrários ao projeto, como o chefe do Executivo de Goiás, Ronaldo Caiado, que chegou a protagonizar embate com o presidente Lula.

A ideia da União, porém, era de que a reunião servisse de ponto de partida para trazer sugestões à PEC, que deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional.

PROPOSTAS DE MS

O vice-governador afirmou que, entre as propostas apresentadas por Mato Grosso do Sul no encontro, está um pedido antigo do Estado, para que o governo federal assuma os presos por tráfico de drogas ou seus custos.

“Mato Grosso do Sul é o estado com o maior porcentual de encarceramento do País, e mais de 40% dos presos são por tráfico de drogas. O que queremos é que essas pessoas sejam encaminhadas para presídios federais, já que o crime é federal, ou que a União arque com esse custo”, declarou Barbosinha.

A PEC assinala que o Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária não poderá ser contingenciado e terá o objetivo de “garantir recursos para apoiar projetos, atividades e ações em conformidade com a política nacional de segurança pública e defesa social”, porém, não cita especificamente os presos por tráfico.

Outro ponto defendido pelo Estado é referente ao fortalecimento das forças de segurança na fronteira, que, segundo o governo federal, é uma das intenções da PEC.

“Também defendemos que o valor resultante de leilões de bens apreendidos com o tráfico de drogas, como casas, carros, aviões, sejam repassados para o estado que fez a apreensão. Hoje, esse valor vai para a Secretaria Nacional Antidrogas, defendemos que ao menos 50% fique com o estado”, afirmou.

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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