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EDUCAÇÃO

Histórica, Escola Maria Constança ficará em obras até o ano letivo de 2023

Restauração do prédio que foi projetado por Oscar Niemeyer custa R$ 7,2 milhões ao governo do Estado

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As obras de revitalização da Escola Estadual Maria Constança Barros Machado estão no oitavo mês de duração, mas os alunos só devem voltar a ter aulas no local em 2023, quando a intervenção será finalizada.

Situado na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, n° 451, Bairro Amambaí, o edifício educacional foi inaugurado em 26 de agosto de 1954, tendo atualmente 68 anos de história.

A homologação do resultado da licitação da obra na escola foi publicada no Diário Oficial do governo em novembro de 2021, informando que o objetivo da intervenção era realizar serviços de restauração, reforma e ampliação.

A empresa que venceu a licitação e ficou responsável pela obra na unidade foi a Marco Arquitetura, Engenharia, Construções e Comércio Ltda. O valor investido que consta em edital é de R$ 7.209.139,54.

Em contato com a Secretaria de Estado de Educação (SED), foi informado à reportagem que a unidade escolar está passando por uma readequação.  

“A unidade está passando por uma reforma completa, com restauração e adequações de todos os espaços. Em obras desse porte, são realizadas adequações das redes hidráulica e elétrica, bem como obras de acessibilidade e também de adequação às normas vigentes de prevenção contra incêndios e segurança em geral”, disse a pasta.

Restaurada em outros momentos nos anos de 2012 e 2015, a escola, desta vez, precisou ser interditada para as obras, fazendo com que os alunos matriculados para o ano letivo de 2022 na unidade fossem realocados para outra unidade na região central de Campo Grande pela Secretaria de Estado de Educação.

Intitulado com a mesma nomenclatura, o polo temporário onde os alunos da Escola Maria Constança Barros Machado estão estudando fica localizado na Rua Dom Aquino, nº 1848, no centro da cidade.  

No edifício, funcionava anteriormente uma escola particular de ensino bilíngue. O local, que fica a 1,6 km do prédio original, precisou ser readequado para os alunos da rede pública, passando por pintura na parte externa.

“Quando uma escola recebe uma reforma geral, nós fazemos a transferência dos alunos para outro prédio, para que as atividades não sejam interrompidas”, segundo a Secretaria de Estado de Educação.

Com relação ao prazo para o término e a entrega das obras no Maria Constança, a SED informou que, nas reformas gerais das escolas, os prazos são de aproximadamente 12 meses a partir do início da reforma, com possível prorrogação por igual período, caso seja necessário.

PRÉDIO HISTÓRICO

A Escola Estadual Maria Constança Barros Machado foi a única obra projetada por Oscar Niemeyer em Campo Grande.  

A fachada da unidade lembra um livro aberto. Uma haste branca, posicionada na entrada, traz a ideia de um lápis. No interior, o corredor extenso traz à mente uma régua.  

Originalmente, a escola foi projetada para ser construída na cidade de Corumbá, mas, por determinação do então governador Fernando Corrêa da Costa, a obra foi edificada na Capital.  

O lote onde o edifício foi implantado é um quarteirão de 12 mil m² com formato retangular. Enquanto o terreno em Corumbá era plano, o de Campo Grande tinha uma inclinação de cerca de 4 metros, tirado do ponto mais alto, na Rua Perseverança, até seu ponto mais baixo, na entrada principal pela Rua Marechal Cândido Mariano Rondon.  

O nome da escola é uma homenagem à educadora Maria Constança Barros Machado, pioneira na educação sul-mato-grossense.  

O prédio da escola foi tombado em 1995 como Patrimônio Histórico do Estado.  

OBRAS ANTERIORES

A intervenção mais recente na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado ocorreu em 2015, quando foi realizado um projeto de grafismo na parte externa dos muros da unidade escolar.  

Decisão esta que modificou a aparência da construção original e foi parar na 2ª Vara de Direitos Difusos e Coletivos, onde o juiz David de Oliveira Gomes Filho decidiu que o edifício planejado por Oscar Niemeyer não pode ser destruído, demolido nem modificado com pintura ou qualquer manifestação artística.  

Outra reforma que foi realizada sem alterar as características originais da construção ocorreu em 2012, e a escola recebeu reparos, pelo governo do Estado, no valor de R$ 148,5 mil.

Na época, foram realizados reparos nas instalações elétrica e hidrossanitária, além de restauração da pintura do prédio.

Mudanças na Zona Eleitoral

Em virtude das obras na Escola Estadual Maria Constança Barros Machado, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) divulgou que a 35ª Zona Eleitoral promoveu alteração temporária no local de votação para os eleitores que votam na unidade. 

O local escolhido para realocação foram as seções instaladas no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). A medida vale apenas para as eleições de 2022, pois nas eleições futuras os eleitores retornarão a exercer o voto na Escola Maria Constança.

Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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Após oito anos

Justiça fixa pensão até 2075 para família de rapaz morto com mangueira de ar

Valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00 e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner

16/12/2025 16h30

Foto: Marcelo Victor / Correio do Estado

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Dupla condenadada por introduzir uma mangueira de ar comprimido – equipamento automático para lavagem de carros –  no ânus de Wesner Moreira, por “brincadeira”, no lava-jato em que trabalhavam, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea terão de pagar pensão à família do jovem até 2075, ano em que o garoto completaria 75 anos. 

O valor mensal da pensão é de R$ 1.012,00, conforme cálculo homologado nos autos, e será pago retroativamente desde a data da morte de Wesner, em fevereiro de 2017. A ação de perdas e danos tramita na 16ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande e engloba os danos morais, danos materiais e as pensões vencidas, valor que gira em torno de R$ 1,32 milhão.

A Justiça manteve a condenação dos réus ao pagamento de indenização por danos morais, fixada em R$ 500 mil, além de danos materiais referentes às despesas de funeral, no valor de R$ 1.149,97, ambos acrescidos de correção monetária e juros legais.

Neste mês, a Justiça realiza o processo de intimações para pagamento de custas, expedição de ofícios e pedidos de informações patrimoniais, com o objetivo de localizar bens passíveis de penhora da dupla, para garantir o cumprimento da decisão judicial. 

Condenação

A dupla foi condenada a 12 anos de cadeia em júri popular realizado em 30 de março de 2023, mas recorrereu da decisão do juiz, e saiu em liberdade. 

Após o crime, ambos não ficaram presos um sequer dia, prestaram depoimentos e foram liberados.

Em fevereiro do ano passado, sete anos após a morte de Wesner, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los

Júri Popular 

Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena, dono do lava-jato e Willian Enrique Larrea, funcionáriodo estabelecimento, negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.

Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.

Segundo ele, todos eram amigos e nunca tiveram desavença. Ele afirma ainda que não era a primeira vez que brincavam com a mangueira, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo.

No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado.

Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.

"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu na ocasião.

"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.

Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.

"Eu nunca imaginei que pudesse acontecer o que aconteceu com ele, se eu soubesse jamais teria brincado com ele com o compressor", afirmou.

Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.

Ele confirmou a versão de Willian, de que todos eram amigos e estavam brincando quando a mangueira foi direcionada a Wesner.

Eles falaram ainda que as brincadeiras com o compressor de ar eram comuns, mas não com direcionamento para as partes íntimas e nunca na maldade.

Em juízo, os réus destacaram que os três estavam “brincando” com a mangueira de ar, direcionando o jato de ar para o rosto ou outras partes do corpo, quando ambos pegaram Wesner no colo, o seguraram e apontaram o compressor em direção ao ânus do garoto. 

Wesner foi levado ao hospital, alegando dores na barriga, vômito e inchaço abdominal. Permaneceu internado por 11 dias no Hospital Santa Casa de Campo Grande e morreu em 14 de fevereiro de 2017.

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