Por meio da lei de fomento à cultura, captação de recursos foi autorizada neste mês pelo ministério
Dois dos principais festivais culturais de Mato Grosso do Sul estão com o cronômetro acionado para conseguir captar o total de R$ 11.057.963,00 por meio da Lei Rouanet (n. 8.313/91) para as edições de 2026. Por meio de lei de fomento à cultura, do Ministério da Cultura, a captação foi autorizada pelo secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Parente de Menezes, nestes dias 5 e 8 de dezembro.
A organização não governamental Centro Brasileiro de Apoio à Cultura, Arte e Entretenimento (Cebracen) foi a detentora dos projetos aprovados na área de artes cênicas no âmbito federal para conseguir reunir os recursos para garantir a execução do Festival de Inverno de Bonito e do Festival América do Sul (FAS), que acontece em Corumbá.
A Cebracen tem sede em São Paulo, no bairro Jardim Paulista, e é uma instituição que atua na promoção de eventos ligados à arte e cultura brasileira.
“Por meio de festivais, capacitações e projetos inclusivos, oferecemos oportunidades para a formação de artistas, o empoderamento de comunidades e o desenvolvimento de talentos em diversas áreas culturais. Trabalhamos para transformar sonhos em realidade, conectando pessoas, preservando tradições e incentivando a inovação no cenário artístico e cultural do Brasil”, divulga a entidade em sua página oficial.
Para o projeto do Festival de Inverno de Bonito, houve valor aprovado de R$ 5.567.498,00. A proposta autorizada tem o tema Corpos da Terra: Arte, Memória e Futuro. Conforme o resumo apresentado ao governo federal, a proposta é um encontro entre arte, sustentabilidade e diversidade cultural voltado para reafirmar Bonito como território simbólico de criação, convivência e diálogo entre diferentes expressões.
A data prevista no projeto para execução vai de 1 de fevereiro a 30 de setembro de 2026. O festival deve acontecer entre junho e julho do próximo ano. O prazo para captação dos recursos começou nesta terça-feira (9) e vai até 31 de dezembro deste ano.
“Com programação multilinguagens, gratuita, acessível e com foco em sustentabilidade, o festival apresentará mais de 200 atrações, entre apresentações artísticas, oficinas, feiras, debates e ações que promovam o meio ambiente. A proposta atravessa a tradição e contemporaneidade, promovendo um espaço de experimentação estética e educação cultural, com forte presença de artistas regionais e representações indígenas, quilombolas, periféricas, latino-americanas, entre outras”, informou o Cebracen.
Para a realização do Festival América do Sul do próximo ano, a captação pretendida é de R$ 5.490.465,00, dentro do prazo de 8 a 31 de dezembro de 2025. O tema o evento é Rios de Memória – Tramas Fronteiriças. Na edição de 2026, o evento vai comemorar duas décadas de integração cultural e diplomacia artística entre países latino-americanos.
Conforme o projeto apresentado, o festival vai propor “reencontro com as águas do rio Paraguai e com os povos que as habitam”, com foco na ancestralidade e sustentabilidade.
Estão previstos nove meses de ações com residências artísticas, oficinas formativas, feiras criativas e mostras audiovisuais. Depois desse prazo, haverá quatro dias de programação no Porto Geral de Corumbá e em espaços parceiros em Ladário, além de ações em comunidades ribeirinhas. Não foi divulgado data, mas pelo cronograma apresentado, o festival deve acontecer até o dia 30 de setembro do próximo ano.
“O FAS 2026 será uma experiência sensorial e simbólica, que faz da arte um gesto de travessia, memória e reexistência, unindo ações de formação artística, como oficinas e residências, e apresentações artísticas de diversas linguagens”, informou o projeto.
Como funcionam as captações
Depois que o proponente cultural apresenta projeto ao Ministério da Cultura e recebe autorização de captação, é preciso buscar o patrocínio com pessoas físicas e empresas. Parte do imposto devido é doado para financiar atividades culturais, como é o caso dos dois festivais de Mato Grosso do Sul.
Em troca da doação financeira, os doadores recebem benefícios fiscais e exposição, caso desejem. É obrigatório captar, pelo menos, 20% do valor aprovado para que as ações possam começar a ser executadas e há liberação do dinheiro.