Cidades

ISENÇÃO ICMS

Hospitais filantrópicos podem ter alívio milionário em contas

Projeto em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado visa estender a essas unidades os mesmo benefício fiscal dado as grandes indústrias instaladas em MS

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O Projeto de Lei que visa alterar a Lei Complementar n° 93, de 5 de novembro de 2001, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), se for aprovado vai trazer um alívio milionário para hospitais filantrópicos do Estado. Isso porque a iniciativa, de autoria do deputado Pedrossian Neto (PSD), propõe estender aos estabelecimentos hospitalares sem fins lucrativos, o benefício de diferimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

Segundo a proposta, a aquisição de medicamentos, insumos e equipamentos realizadas pelos hospitais filantrópicos poderá ser feita com o diferimento do produto, que é a compra do insumo com o “recolhimento do ICMS, ao invés de ser na entrada, fica adiado para quando der a saída do produto final”, explica Pedrossian Neto.

Na indústria, o deputado comenta que as operações de compra de insumos também é feita desta maneira, com o adiamento do recolhimento do tributo, ou seja, o ICMS é cobrado só no produto final, que vai ser vendido por essa indústria. Nos casos dos hospitais, essa cobrança não vai ocorrer porque o produto vendido é o serviço, que não paga ICMS, então acaba funcionando como uma isenção.

Essa iniciativa visa dar um alívio às contas dos hospitais filantrópicos do Estado, já que muitas dessas unidades passam por dificuldades financeiras, segundo o deputado, que também é o coordenador da Frente Parlamentar de Defesa das Santas Casas e Filantrópicos. A Santa Casa de Campo Grande, por exemplo, teve de cobrança de ICMS na energia elétrica R$2.381.847,96, só de janeiro a junho deste ano. 

“Uma forma de nós resolvermos o orçamento dos hospitais é desonerando a aquisição de insumos. Em tese, a maior parte dos medicamentos, do material médico-hospitalar já deveria ter imunidade tributária vindo de cima para baixo, porque tem resolução do CONFAS, tem norma federal. Mas aqui e ali existem exceções em que os hospitais estão comprando e pagando ICMS no material médico, no medicamento, em órteses, próteses e materiais cirúrgicos. Por exemplo, se o hospital compra uma máquina de ressonância magnética que veio importada dos Estados Unidos, Alemanha, então incide o ICMS além do imposto de importação”, informa o deputado.

Além da “isenção” na compra de insumos para os hospitais, o ICMS das contas de energia dessas unidades também está inserida na proposta. A Federação das Santas Casas, Hospitais e Instituições Filantrópicas e Beneficentes de Mato Grosso do Sul (Fehbesul) informa que atualmente há 52 instituições de saúde sem fins lucrativos no Estado.

Dessas, a Santa Casa é a que possui as maiores contas de energia, e consequentemente, as maiores cobranças de ICMS sobre essa taxa. Em 2023, o hospital teve R$1.278.095,15 de imposto sobre as contas de energia. Segundo fonte ouvida pelo Correio do Estado, atualmente a Santa Casa deve cerca de R$20 milhões para a Energisa.

Já outras unidades, do interior do Estado, como o Hospital Auxiliadora de Três Lagoas, só de janeiro a agosto deste ano teve R$285.018,46 em cobranças de ICMS sobre a conta de energia, que durante todo o período totalizou R$2.009.138,00.

O Hospital Evangélico Dr. e a Sra. Goldsby King Dourados, teve R$117.204,11 mil em impostos na conta de luz, de janeiro a agosto de 2024; enquanto isso, o Hospital e Maternidade de Rio Brilhante teve R$18.966,91 cobrados de janeiro a julho deste ano.

“Energia elétrica é o grande ganho, porque a maioria dos insumos estão exonerados, mas a energia elétrica não, e é bem pesada”, pontuou o parlamentar.

IMPACTOS

Além do impacto financeiro direto, de o hospital não ter que pagar ICMS, o deputado Pedrossian Neto alega que esse dinheiro, que vai ser “economizado”, vai impactar diretamente a assistência de saúde, já que os estabelecimentos terão mais recursos para direcionar aos insumos.

“O hospital quando está com problema de caixa a primeira coisa que ele faz é atrasar pagamento de fornecedor. E quem é o fornecedor do hospital? É medicamento, é material médico, exames, tratamentos. Então o tratamento às vezes não acontece da forma que a gente quer porque o hospital está com problema financeiro, não está honrando com os seus fornecedores, não está dando o tratamento que você precisa, na hora que você precisa, ao custo que você precia. Muitas vezes ele está precarizando a assistência porque ele está buscando um medicamento de menor custo, mas não é o mais efetivo”, exemplifica o deputado.
 

Pedrossian Neto afirma ainda que, caso essa proposta seja aprovada, não vai impactar diretamente nas contas do governo, porque já foi alterada a Lei Complementar n°93, e colocados os hospitais filantrópicos como elegíveis ao benefício fiscal; e não terá efeito imediato em todos os hospitais, apenas os deixará elegíveis para o incentivo.

O parlamentar acrescenta ainda que a proposta não visa trazer benefícios para as instituições, mas sim, estender o mesmo tratamento que o governo faz às grandes indústrias instaladas em Mato Grosso do Sul, que são privadas e visam o lucro, para esses hospitais que estão trabalhando sem visar o lucro e atendendo o Sistema Único de Saúde (SUS).

Saiba

O Projeto de Lei está agora na Comissão de Constituição e Justiça, e o parlamentar também informa que já apresentou a iniciativa na Secretaria de Estado de Saúde e na Secretaria de Estado de Fazenda.


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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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