Cidades

tragédia

Idoso morre engasgado durante o almoço em Campo Grande

Ele passou mal, não conseguia respirar e nem falar e morreu uma hora depois

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José Scarabel, de 92 anos, morreu engasgado durante o almoço, na tarde deste domingo (23), por volta das 12h35min, em um prédio localizado na região central de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o idoso almoçou e acabou se engasgando com os alimentos que ingeriu durante a refeição. Os alimentos consumidos por ele não foram especificados no boletim de ocorrência.

Ele passou mal e não conseguia respirar e nem falar. A filha da vítima, que também estava no almoço, acionou uma médica, que mora no mesmo prédio, para socorrer seu pai. A profissional conseguiu desobstruir as vias aéreas do idoso, mas, ele ainda apresentava dificuldade para respirar.

De acordo com o boletim de ocorrência, a filha ligou para o irmão comparecer ao local e pediu para que ele acionasse o Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), mas, optou por acionar por conta própria o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Então, desceram até a recepção do prédio para aguardar o socorro, momento em que José perdeu os sentidos e teve uma parada cardiorrespiratória.

Outra médica, que também estava no local, fez reanimação cardiopulonar (RCP) antes da chegada do SAMU, quando resolveram levá-lo ao hospital por conta própria.

Foram até o Proncor da rua Maracaju, mas, estava fechado. Em seguida, foram até a Maternidade Cândido Mariano, onde o idoso foi atendido por um médico que também realizou os procedimentos de RCP.

Logo depois, a equipe do SAMU chegou no hospital e assumiu as manobras, mas, José não resistiu e faleceu minutos depois.

O caso foi registrado como “Morte Decorrente de Fato Atípico” na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC-CEPOL).

ENGASGAMENTO

Obstrução de via aérea por corpo estranho líquido ou sólido, popularmente conhecido como engasgo, ocorre quando um objeto ou alimento fica preso na garganta, bloqueando a passagem de ar para os pulmões.

É uma manifestação do organismo para expelir alimento ou objeto que toma um “caminho errado”, durante a deglutição.

O engasgo é considerado emergência, e em casos graves, pode levar a pessoa à morte por asfixia ou deixá-la inconsciente por um tempo.

A causa de engasgamento em adultos é devido à falta de mastigação adequada de alimentos, principalmente  de carnes, pães e grãos.

Já em crianças, os engasgos ocorrem pela dificuldade em engolir a própria saliva, ingerir líquido na posição deitado ou encostado, deitar o bebê após refeição sem ter arrotado e engolir pequenos brinquedos ou outros objetos.

Até os três anos de idade, a criança não controla a mastigação e a deglutição de alimentos devido à falta dos dentes molares, estrutura importante na trituração de comida sólida.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 94% de casos de asfixia por engasgo ocorrem em crianças menores de sete anos.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul afirmou que as consequências do engasgo para o corpo humano variam de leves à graves. Veja:

  • Falta de ar: a obstrução da passagem de ar pode causar dificuldade para respirar, resultando em falta de ar.
  • Desmaio: em casos mais graves, a falta de oxigênio pode levar a uma perda de consciência.
  • Danos cerebrais: se o cérebro não recebe oxigênio suficiente por um período prolongado, pode ocorrer danos cerebrais permanentes.
  • Asfixia: se a obstrução não for removida a tempo, pode ocorrer asfixia, podendo que pode ser fatal.
  • Lesão na garganta: em alguns casos, a tentativa de remover a obstrução pode causar lesões na garganta.
  • Morte: a junção de asfixia, falta de ar e danos cerebrais, causados pelo engasgo, pode levar o indivíduo à óbito.

A forma de sinalizar/alertar que você está engasgado é colocar as duas mãos entrelaçadas sobre o pescoço, como se estivesse sendo enforcado.

PREVENÇÃO

Algumas atitudes simples previnem que uma pessoa engasgue. Segundo o Corpo de Bombeiros, é aconselhado mastigar bem os alimentos e evitar falar ou rir na hora de comer.

Para crianças menores de quatro anos, é indicado oferecer alimentos picados e amassados. Para crianças que são independentes e já se alimentam sozinhas, é necessária a supervisão.

O QUE FAZER EM CASO DE ENGASGO?

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar, em caso de engasgo, a primeira atitude a ser tomada é acionar a Corporação através do número 193.

Caso a pessoa esteja consciente, é aconselhado que ela tussa até eliminar o objeto/alimento. Se a tosse não for capaz de expelir o corpo estranho, a saída é recorrer para a Manobra de Heimlich.

Manobra de Heimlich

A manobra de Heimlich é uma técnica que pode salvar a vida de alguém, caso esteja engasgada. O método pode ser feito em si mesmo ou em outra pessoa.

Veja o passo a passo para desengasgar uma pessoa:

  • Posicione-se atrás da vítima
  • Enlace a vítima, com os braços, ao redor do abdome (se for uma criança, ajoelhe-se primeiro)
  • Feche uma mão e abra a outra
  • Posicione a mão fechada sobre a área entre o umbigo e o diafragma da pessoa
  • Faça movimentos para dentro e para cima, em formato da letra “J”, como se quisesse levantar a vítima do chão, até que o corpo estranho seja eliminado

* A mão aberta deve orientar e acompanhar a outra. 

Caso a pessoa esteja inconsciente, a manobra de Heimlich deve ser realizada imediatamente.

"A manobra consiste em aplicar pressão abdominal rápida e forte na área entre o umbigo e o diafragma da pessoa, com o objetivo de criar uma corrente de ar que empurra o objeto para fora da traqueia", afirmou a assessoria de imprensa da corporação.

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

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Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

INCERTEZAS

Gigante da celulose recua e engaveta projeto de R$ 15 bilhões em MS

No fim de novembro a Eldorado informou que ampliaria o plantio de eucaliptos em 2026 de olho da duplicação da fábrica. Agora, porém, diz que esse aumento não sairá do papel

20/12/2025 16h50

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

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Depois de anunciar, no final de novembro, que a partir do próximo ano pretendia ampliar de 25 mil para até 50 mil hectares o plantio anual de eculiptos na região de leste de Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose Eldorado deixou claro nesta semana que engavetou, pelo menos por enquanto, o projeto de expansão. 

Com o recuou, a empresa, que produz em torno de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, deixa claro que está adiando a prometida duplicação de capacidade de produção da Eldorado, o que demandaria investimentos da ordem de R$ 15 bilhões US$ 3 bilhões), conforme anunciado em abril do ano passado pelos irmãos Joesley e Wessley Batista, donos da empresa. 

Em entrevista ao site AGFeed, especiliazado em agronegócio, o diretor florestal da Eldorado, Germano Vieira, afirmou que a empresa tem atualmente 305 mil hectares de pantações de eucaliptos na região, mas precisa de apenas dois terços disso para abastecer a fábrica. 

Ou seja, a empresa tem em torno de 100 mil hectares de eucaliptos sobrando e este excedente está sendo vendido ou permutado com a Bracell e a Suzano, que opera duas fábricas do setor na região, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. 

Então, caso o comando da Eldorado decida desengavetar repentinamente o projeto da duplicação,  já existe um excedente que seria capaz de abastecer a segunda unidade no período inicial, mesmo que não ocorra o início do plantio extra a partir de 2026, explicou Germano Vieira.

Atualmente são colhidos em torno de 25 mil hectares por ano para abastecer a indústria e o mesmo tanto é replantado, fazendo um giro para que sempre haja florestas "maduras".

São necessários, em média, sete anos para que a planta chegue ao estágio de corte e por conta disso havia a programação de começar o plantio agora (2026) para que houvesse matéria-prima suficiente quando a ampliação da fábrica estivesse concluída. Em três anos é possível fazer a ampliação da indústria, acredita Germando Vieira.  

Uma das explicações para o recuo, segundo a reportagem do AGFeed, é que a Eldorado ainda têm uma série de ajustes financeiros a serem feitos depois que os irmãos Batista conseguiram, em maio deste ano, fechar um acordo e colocar fim a batalha judicial com a Paper Excellence.

Para retomarem o controle total da Eldorado, que funciona em Três Lagoas desde 2012 e havia sido vendida parcialmente em 2017, eles se comprometeram a pagar US$ 2,640 bilhões à canadense Paper, que detinha pouco mais de 49% das ações do complexo industrial.  

Para duplicar a produção, segundo Germando Vieira, serão necessários 450 mil hecteres de florestas. Para chegar a esse montante, a empresa teria que arrendar mais 150 mil hecteres, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 180 milhões anuais, já que o arrendamento custa em torno de R$ 1,2 mil por ano por hectare. 

Além disso, somente para o plantio de 25 mil hectares anuais a mais, conforme chegou a ser anunciado, seriam necessários em torno de R$ 220 milhões extras no setor florestal por ano, uma vez que o custo do plantio está na casa dos R$ 8,7 mil por hectare. E isso sem contabilizar os custos com o combate a pragas e combate a incêndios, entre outros. 

No final de novembro, Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, chegou a informar ao site The AgriBiz que 15 mil hectares já haviam sido arrendados para dar início à ampliação do plantiu a partir do próximo ano. 

Preços da celulose

Embora Germano Vieira diga que a demanda mundial por celulose cresça em torno de um milhão de toneladas por ano e por conta disso a Eldorado mantem viva a promessa da duplicação, a empresa pisou no freio em meio à queda nos preços mundiais e ao aumento da oferta. 

Neste ano, o faturamento das três fábricas de Mato Grosso do Sul literalmente despencou. Por conta da ativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, que tem capacidade de até 2,55 milhões de toneladas por ano, as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 57% nos dez primeiros meses de 2025, passando de 3,71 milhões de toneladas para 5,84 milhões de toneladas. 

Porém, o faturamento cresceu apenas 25,6%, subindo de U$ 2,121 bilhões para U$ 2,665 bilhões. No ano passado, quando a cotação da celulose já não estava nos melhores patamares, o valor médio da tonelada rendeu 570 dólares aos cofres das três indústrias. Neste ano, porém, elas tiveram rendimento médio de apenas 456 dólares, o que representa queda de 20%. 

Em decorrência desta queda nos preços, as indústrias deixaram de faturar em torno de 666 milhões de dólares, ou algo em torno de R$ 3,6 bilhões na moeda local, nos dez primeiros meses deste ano. 

Por conta disso, a Suzano, concorrente da Eldorado, chegou a emitir um alerta no começo de novembro dizendo que os preços internacionais estavam "completamete insustentáveis" e por isso estava reduzindo sua produção em cerca de 3,5%. 

O alerta da Suzano foi feito durante a prestação de contas relativa aos resultados do terceiro trimestre da empresa. E, segundo Leonardo Grimaldi, diretor do negócio de celulose da Suzano, a situação é crítica e “o setor está sangrando há meses”. 

Mas, apresar deste cenário de apreensão, investimentos da ordem de R$ 25 bilhões estão a todo vapor em Inocência, onde a chilena Arauco está instalando uma fábrica que terá capacidade para colocar 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano a partir do final de 2027. 

Outra empresa, a Bracell, pretende começar, em fevereiro do próximo ano, em Batagussu, as obras de uma fábrica que terá capacidade para 1,8 milhão de toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 bilhões. 


 

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