Cidades

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In Memorian

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Redação

28/04/2010 - 19h53
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Éramos cinco: Mustafa Ale Esgaib, Ubaldo Baren, ambos de Ponta Porã, Nelson Mendes Fontoura, de Coxim, Nelson Trad, de Aquidauana e eu, de Rio Brilhante, cidades das quais descendemos. Estudantes universitários na (então) maravilhosa cidade do Rio de Janeiro, todos idealistas, cheios de sonhos e um desejo turbilhonado para voltar ao nosso Mato Grosso e nele ao torrão querido que nos recebera, a Cidade Morena. Mustafa, ainda muito jovem, Deus o levou; Ubaldo percorreu longa e brilhante trajetória como advogado, promotor e procurador de justiça, deputado estadual e federal, também teve a mesma sorte deixando-nos com sua inefável lembrança, anos atrás.

Nelson Mendes Fontoura, o nosso "coronel", como carinhosamente o chamávamos, entre nossas imensas saudades acaba de partir para o berço eterno do Senhor. Tanto Nelson Trad (tenho absoluta convicção) quanto eu, sempre e sempre, teremos em nossas memórias a fisionomia do insigne homem emoldurado na pessoa do Nelson Fontoura. Amigos sinceramente fraternos mercê a uma convivência de mais de cinco décadas, somos testemunhas da marcante personalidade do saudoso amigo. Nos tempos da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (o famoso Casarão do Catete), da então Universidade do Distrito Federal, por cinco anos fomos parceiros de bancada em salas de aula e das tropelias que nossos impulsos políticos nos levaram à defesa dos ideais cada vez mais fervorosos do que acreditávamos pelo bem do Brasil e do nosso Sul de Mato Grosso.

Fontoura e eu lutávamos nas trincheiras da UDN e, com os olhos voltados para a nossa terra pela empolgante luta da divisão do Estado, isto dentro da AME (Associação Mato-Grossense de Estudantes) – entidade que no Rio de Janeiro reunia a juventude estudiosa do Estado, radicada na cidade maravilhosa, e da qual fomos presidentes. O Trad, de sua parte, assumiu com o ardor pelo seu PTB, autentico trabalhista que era, a UME (União Metropolitana de Estudantes) aguerrida entidade na defesa da juventude universitária e que deu alguma "dor de cabeça" ao governo do presidente Juscelino Kubstichek. Nós cinco, Mustafa, Ubaldo, Fontoura, Trad e eu, sempre unidos nas lutas pelas quais acreditávamos, chegamos até a enfrentar os cassetetes da famosa e violenta Polícia Especial do Governo Federal (conhecida pelos quepes vermelhos que usava), para não esquecer jamais.

Voltemos ao nosso aprisco natural. Advogados, em 1958, com a nossa presença em Campo Grande, somavam dezenove profissionais em efetiva atividade, tomando cada um rumos diferentes na procura de não desmerecer a nossa formação universitária e os nossos ideais democráticos. Aqui ressalta a figura do Nelson Mendes Fontoura. Após exercer o mandato de deputado estadual, como representante de sua região natal (Coxim, Rio Verde e Pedro Gomes), convidado pelo então governador, e excepcional cidadão, Fernando Corrêa da Costa, aceitou o cargo, e, difícil também na ocasião, o encargo de promotor de justiça da Comarca de Campo Grande. Tal foi o seu desempenho em que prevaleciam os ditames maiores da cidadania, com a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, foi natural a sua ascendência ao alto cargo de procurador-chefe do Ministério Público; foi secretário de justiça e, culminando brilhante carreira, tornou-se desembargador do Tribunal de Justiça e seu presidente. Profícua e bela a carreira do querido Nelson Fontoura, reconhecimento testemunhado pelas lágrimas de saudades de todos quantos acompanharam as suas exéquias.

Nelson Mendes Fontoura nos legou memoráveis exemplos de dignidade pessoal, fidelidade aos princípios que trouxe de seus progenitores, amor a sua esposa Nice, aos seus filhos, noras e netos e extrema lealdade e companheirismo a todos, como nós sobreviventes – Trad e eu, que jamais olvidarão.

 

Ruben Figueiró de Oliveira Foi deputado estadual, federal, constituinte em 88, secretário de Estado e conselheiro do TC-MS. É suplente de senador.

TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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Sejusp e MJSP

Polícia descobre centenas de quilos de maconha em carro atolado; vídeo

Ação policial integra trabalhos do programa "Protetor das Fronteiras e Divisas", fruto de parceria entre a Secretaria de Estado e o Ministério da Justiça e Segurança Pública

15/12/2025 12h09

Pesadas, as substâncias somaram 320 quilos de entorpecentes

Pesadas, as substâncias somaram 320 quilos de entorpecentes Reprodução/DOF

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Distante cerca de 313 quilômetros da Capital de Mato Grosso do Sul, agentes do Departamento de Operações da Fronteira (DOF) localizaram no domingo (14) centenas de quilos de entorpecentes, descobertos após um carro roubado ser localizado atolado no município próximo à região da fronteira com o Paraguai,

Conforme repassado pelo DOF, essa apreensão em questão foi feita no município de Ponta Porã, que fronteiriço em faixa de terra com a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero (PJC). 

Pelas imagens é possível notar que o trecho está longe de ser uma via oficial, tratando-se de uma estrada não pavimentada e cercada de vegetação em ambos os lados, sem qualquer sinal próximo de populares e sem sinal de presença humana para além de cercas feitas com estaca e arame farpado na região.

Segundo narrado pelos agentes do Departamento de Operações de Fronteira, os militares patrulhavam uma estrada vicinal próximo ao perímetro urbano de Ponta Porã, quando avistaram um veículo atolado. 

Realizadas diligências, nenhum suspeito pôde ser localizado nas proximidades em que o carro foi encontrado, com a verificação da originalidade dos componentes do veículo (chassi, motor), na chamada "checagem aos agregados", foi possível verificar que tratava-se de um automóvel produto de roubo. 

Essa ação policial, cabe destacar, integra os trabalhos do programa fruto de parceria entre a Secretaria de Estado e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (Sejusp e MJSP), batizado de "Protetor das Fronteiras e Divisas". 

Recentemente, ao fim de outubro, o Paraguai e também a Argentina optaram por reforçar a segurança em suas respectivas fronteiras, o que o próprio governador de MS, Eduardo Riedel, viu como "positivo" e bom para Mato Grosso do Sul. 

"A gente aqui tem uma atuação permanente na fronteira. O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) anda os mais de 1,6 mil quilômetros de fronteira do nosso Estado, de barco, de helicóptero, de carro, a pé, do jeito que for, e faz uma das maiores apreensões de drogas anuais nesse país. São mais de 500 toneladas por ano, de armas e apreensões", lembrou o governador a respeito. 

Apreensão

Ao se depararem, de forma suspeita, com um Renault Duster abandonado atolado, os policiais puderam constatar após uma vistoria minuciosa que haviam rastros próximo ao veículo. 

Seguindo o rastro deixado, que passava por pelo menos duas cercas de arame farpado, os policiais puderam localizar o carregamento fracionado em tabletes e transportado em um grande saco branco. Confira: 

Recentemente, ao fim de outubro, o Paraguai e também a Argentina optaram por reforçar a segurança em suas respectivas fronteiras, o que o próprio governador de MS, Eduardo Riedel, viu como "positivo" e bom para Mato Grosso do Sul. 

"A gente aqui tem uma atuação permanente na fronteira. O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) anda os mais de 1,6 mil quilômetros de fronteira do nosso Estado, de barco, de helicóptero, de carro, a pé, do jeito que for, e faz uma das maiores apreensões de drogas anuais nesse país. São mais de 500 toneladas, por ano, de armas e apreensões", lembrou o governador a respeito. 

Pesadas, as substâncias somaram 320 quilos de entorpecentes, de uma substância análoga à maconha, em um carregamento precificado pelas forças policiais em aproximadamente R$740 mil. 

Todo esse carregamento e o veículo roubado, foram posteriormente encaminhados até a unidade da Delegacia da Polícia Civil do município de Ponta Porã.

 

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