Cidades

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Incêndio em lanchonete mudou história da Dale, que há 22 anos fabrica de sorvetes na Capital

São 100 sabores de diversos formatos; a marca começou vendendo sorvete com pamonha e, hoje, tornou-se a número 1 na preferência dos campo-grandenses

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11/01/2019 - 08h00
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Um incêndio que mudou toda uma história. Sócios que quase desistiram do negócio. A trajetória da Dale Sorvetes vai além da evolução do tamanho dos copos e do formato com que o sorvete já se apresentou à clientela e traz uma lição de persistência de quem não abre mão de oferecer um produto de qualidade.

Tudo começou em 1996, quando os irmãos Sandro e Ademir deixaram a cidade de Cascavel, no Paraná, para produzir sorvete em Campo Grande. O convite veio de uma irmã que já morava aqui e sabia que, com o calor da cidade, seria impossível o negócio não decolar.

“Nós fomos construindo a Dale a partir de algumas tentativas e erros de empreendimento”, diz o sócio-proprietário Sandro Luis Boeri. O caminho até chegar a uma indústria não foi planejado, mas teve interferência do destino, talento e, ainda, acaso. “As coisas podem estar predestinadas a acontecer, mas não estão presentes na cabeça. A gente vai trabalhando e, quando vê, chegou onde chegou”, acredita.

No Paraná, os irmãos trabalhavam em áreas distintas, mas tinham influência de um vizinho e também da própria mãe, que, no passado, fabricava sorvetes. Eles compraram os primeiros equipamentos e chegaram a Campo Grande sem muito planejamento de onde fabricariam e para quem venderiam. O começo foi com uma máquina e dois freezers que foram instalados num terreno ao lado da casa da irmã. A fabricação, mesmo, começou em janeiro do ano seguinte, 1997.

Fachada da sorveteria nos anos 90. (Foto: Arquivo)

O próximo passo foi encontrar um ponto para vender, uma lanchonete que virou sorveteria. “Era Zero Grau o nome, mas fomos aprendendo a trabalhar como lanchonete também, com refrigerante, salgado, até que chegou um momento em que os clientes começaram a pedir pamonha, porque lá era uma casa que vendia”, recorda Sandro. Os sócios, então, juntaram a sorveteria Zero Grau com a Casa da Pamonha e ofereciam o prato da melhor pamonheira de Campo Grande, dona Alice, que também vendia na antiga Feira Central.

O crescimento veio e eles conseguiram comprar outro ponto, ainda no centro da cidade, para ampliar o negócio e oferecer refeições, até que, em abril de 2003, o comércio pegou fogo e tudo que eles haviam construído virou cinzas.

“Perdi tudo. Sobrou um carro, uma máquina e uns freezers, um pouco de dinheiro e uma moto amarela com a qual a gente entregava sorvete. Do negócio em si, perdemos tudo e, a partir daí, ficamos um ano à deriva. Até mudar de país eu queria”, afirma o empresário.

Sandro e Ademir tentaram continuar com a fabricação, mas estavam desestimulados, até que surgiu um convite para uma feira de sorvetes em São Paulo. Contrariado, Sandro foi e viu que precisaria investir muito. A viagem valeu pelo que encontrou no caminho. Andando pela rua, chutou um copo de sorvete, pegou-o do chão e foi descobrir onde era vendido aquele formato.

“Eu achei interessante e pensei: ‘Como eu nunca tinha pensado nisso?’. Fui perguntando quanto era aquele copo, onde era vendido... À época, em 2004, era R$ 1,00”, conta. “Vi aqueles freezers lotados de sorvete e gente comprando. Era prático, gostoso, não derretia na mão, você podia levar para casa. Gostei da ideia e voltei para Campo Grande já sabendo o que fazer”.

O carro que havia resistido ao incêndio foi trocado por uma câmara fria e aí começaram as engenhocas para envazar copos. “Eu não tinha máquina para encher copo, inventei uma forma de envazar e também tive de fazer pasteurização artesanal. Fui meio engenheiro e, dentro das dificuldades e necessidades, fui inventando alternativas”, descreve o comerciante.

Do incêndio, sobrou a motocicleta que fazia entrega. 

A marca, que ainda não se chamava Dale, foi a primeira a comercializar sorvete em copo na Capital. No primeiro ano do novo formato, foram vendidos 20 mil copos. Três anos depois, eram 300 mil por mês. Os locais de venda se espalharam pelo centro da cidade, focados principalmente nas ruas Rui Barbosa e Maracaju, onde ficavam os pontos de ônibus. “Onde havia um ponto de ônibus, eu colocava um freezer. Era R$ 1,00 o copo, o mesmo preço da passagem, na época. Eu falo hoje que o responsável pelo sucesso da Dale são todos aqueles que pegavam ônibus”, agradece Sandro.

O formato era prático para o cliente, mas exigiu tecnologia para oferecer um produto saudável. “Sempre foi feito com leite, pasteurizado, com gordura zero trans. Eu tinha este pensamento de considerar o sorvete um produto saudável e o vendia assim”, prega o empresário.

Em 2008, surgiram pelo menos oito empresas tentando fazer o mesmo que eles, mas com uma qualidade inferior. O ano também foi de profissionalização do negócio, e o sorvete, que se chamava Tribom, passou a ser Dale Sorvetes. “Eu vi um dia este nome na frente de uma loja de esfirras em Cascavel. Me chamou atenção e eu não sabia o porquê, mas depois descobri: é o nome dos meus filhos, Daniel e Alexandre”, compartilha Sandro.

O significado do nome convenceu os donos de vez. “Vibração positiva” era tudo que a sorveteria queria passar. Na época, a novela “Caminho das Índias” estava no auge e o nome pegou, ainda que com umas letrinhas a mais. “Havia os 'dalits' na novela; então, em vez de falarem Dale Sorvetes, falavam Daletes. Mas, depois, caiu no esquecimento e nós passamos por várias transformações”, contextualiza o comerciante.

O foco deixou de ser os copos para ser a indústria de sorvetes do Estado de Mato Grosso do Sul. Os proprietários inovaram não só nos sabores, mas nos formatos. Vendiam picolés recheados, sorvetes mesclados com calda, paletas mexicanas, cones e até açaí. “Eu fui até o Norte do País, conheci indústrias, escolhi uma boa empresa como fornecedor de um produto de qualidade e entendi toda a história do açaí”, explica Sandro.

A busca por qualidade nunca deixou de ser o desafio que move a Dale Sorvetes, que até montou uma leiteria para produzir a própria matéria-prima dentro de um rigoroso controle de qualidade. “A qualidade e a implementação de novos produtos mostram um pouco das diferenças que temos em relação a outras empresas, e isso vem também com o reconhecimento do nosso cliente”, assegura Sandro.

O telefone de contato da Dale é o: 4042-1017. Acompanhe a Dale Sorvetes pelas redes sociais, no Instagram, no Facebook, e também nos pontos de venda em todo o Estado.

A busca por qualidade nunca deixou de ser o desafio que move a Dale Sorvetes. (Foto: Bruno Henrique)

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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