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Seca coloca Corumbá como líder em focos de incêndio

Período de estiagem na região resultou em 322 notificações de queimadas neste ano

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Após registrar incêndios recordes em 2020, o Pantanal sul-mato-grossense voltou a sofrer com as queimadas. Entre os dias 2 e 8 deste mês, os focos de calor na região do Pantanal foram intensificados.  

De acordo com o Sistema de Monitoramento de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Corumbá configura como o município brasileiro com maior foco de queimadas no País, com 322 notificações neste ano. 

ÚIltimas notícias

Em seguida, Formoso do Araguaia, no Tocantins, registrou 290 focos, e Nova Maringá, em Mato Grosso, com 265 focos.  

Equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA) já estão mobilizadas no Pantanal de MS, com o objetivo de combater os focos de incêndio.  

No começo desta semana, a fumaça das queimadas começaram a ser vistas já na cidade. Durante o período da tarde até a madrugada, o nevoeiro de cinzas ficou ainda mais intenso. 

Um dos maiores incêndios registrados na região pantaneira nesta semana atingiu a região do Formigueiro, no baixo Pantanal. 

Equipes do Prevfogo e da Marinha atuaram na região para combater o incêndio. A área atingida ainda está sendo medida.

Nesta sexta-feira (9), os bombeiros atuaram em outro incêndio nas proximidades do aeroporto internacional, próximo de Corumbá. Apesar de terem gerado muita fumaça, os focos de queimadas não chegaram a atingir a cidade.  

Para reforçar esse combate a incêndios no Pantanal, o Prevfogo treinou nas últimas semanas 100 fuzileiros navais da Marinha, que estão lotados em Ladário. 

Esses brigadistas vão ajudar a triplicar a atuação do Prevfogo, que conta atualmente com 30 homens. 

A Marinha também passará a realizar treinamentos para aumentar o número de profissionais capacitados para enfrentar incêndios.

Destruição

Dados do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) e de Mato Grosso (MPMT) apontam que cerca de 60% dos focos de incêndios que destruíram o Pantanal em 2020 foram provocados por ações humanas, ligadas diretamente a atividades pecuárias. 

Conforme o relatório, 21 cidades entre os dois estados foram atingidas pelas queimadas do bioma no ano passado.  

Por volta de 2 mil propriedades foram prejudicadas, além de seis terras indígenas e 16 unidades de conservação. 

De janeiro até novembro de 2020, 30% do Pantanal foi atingido pelas queimadas históricas que consumiram o bioma no ano passado. Levando em conta só o Pantanal mato-grossense, esse número chega a 40%.  

Reforço

Na segunda-feira (12), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai lançar um conjunto de ações voltadas para mitigação, prevenção e combate a incêndios e queimadas nas áreas rurais do pantanal brasileiro. 

A Pasta deve anunciar ainda o programa Pró-Pantanal, iniciativa conjunta do Mapa com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), desenvolvido para recuperar o bioma e reduzir os impactos das queimadas na economia local.  

Para auxiliar nas estratégias de prevenção, também será lançado o Painel Risco de Incêndio do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

A ferramenta digital monitora e divulga os locais com maior probabilidade de ocorrência de incêndios no Brasil.

Previsão do tempo  

A previsão do tempo não é animadora para o Estado. Conforme o meteorologista Natálio Abrahão, haverá grande amplitude térmica neste fim de semana. 

A umidade relativa do ar permanece baixa e em níveis críticos, variando entre 20% e 55%, abaixo dos 60% preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  

Neste sábado, Campo Grande terá mínima de 18ºC e máxima de 31ºC. No domingo, haverá predomínio de calor, com  poucas nuvens, e temperaturas entre 17ºC e 30ºC.  

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Corumbá deve registrar mínima de 21ºC e máxima de 34ºC neste sábado, mesma temperatura prevista para domingo. 

A umidade relativa do ar poderá atingir nível crítico de 15% ao longo do dia.  

O calor deve prevalecer em Três Lagoas, com mínima de 17ºC e máxima de 32°C neste sábado. No domingo, o dia será marcado por amplitude térmica de 14ºC, com mínima estimada em 18ºC e máxima de 32ºC. 

Recorde

Em 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou recorde no número de queimadas no Pantanal. Ao todo, foram 8.899 focos de incêndios no bioma de Mato Grosso do Sul, entre janeiro e dezembro deste ano.  

Corumbá foi o município com mais incêndios e notificou 8.105 pontos de calor.

*Colaborou Rodolfo César

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DESCASO

Donos do Nasa Park fogem da Justiça para escapar de indenização

Desde janeiro a Justiça procura os responsáveis do condomínio de luxo para intimá-los a pagarem pelos danos causados as vítimas do rompimento de barragem

12/04/2025 11h30

Vitimas de rompimento da barragem do condomínio de luxo do Nasa Park aguardam a três meses indenização decidida pela justiça

Vitimas de rompimento da barragem do condomínio de luxo do Nasa Park aguardam a três meses indenização decidida pela justiça Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Passando por grave dificuldade financeira após perdas e danos causados pela queda de barragem do condomínio Nasa Park, vítimas de enxurrada esperam por pagamento indenizatório a mais de 3 meses.

Segundo Gabriele do Prado Lopes Bethencourt, uma das vítimas de tragédia, a indenização até então não paga, se trata de uma antecipação de tutela que foi proferida pela justiça em janeiro, dentro de processo contra o condomínio de luxo localizado em Jaraguari.

O valor decidido para pagamento é de quatro salários mínimos (cerca de R$ 6 mil) que seriam divididos para três vitimas da tragédia da mesma família, Gabriele, Thiago Andelçon do Prado Lopes (Pai de Gabriele) e Thiago Andelço (irmão de Gabriele).

De acordo com a Gabriele, esta indenização estava prevista para ser paga em fevereiro, porém o valor nunca foi pago pelos Donos do Nasa Park, porque os proprietários do condomínio não foram encontrados pela justiça para receberem a intimação da antecipação de tutela.

Sem receber nenhum tipo de auxilio dos causadores do desastre, Gabriele batalha todos os dias para conseguir o básico para custear despesas e alimentação para sua família, já que a enxurrada causada pela queda da barragem no dia 20 de agosto de 2024, levou toda a renda que existia na chácara onde morava, perdendo tanques de peixe, porcos, plantação de mandioca, milho, abóbora e hortaliças.

"É humilhante você ter que pedir as coisas para os outros por conta da negligência dos órgãos ambientais e dos proprietários da Barragem. As contas continua chegando e ninguém quer saber se a barragem levou nossa casa e nossa renda. A conta sempre chega. Não tenho mais nem como manter o básico imagina conseguir paga as contas para deixar tudo em dia", declarou Gabriele.

Gabriele tem 4 filhos de 3, 7, 8 e 14 anos, dois dos menores usam fraldas e um deles é autista a família passa por dificuldades no pagamento de gastos sem renda fixa. "O gasto com combustível, alimentação, fraldas, remédios, aluguel, água, leite é absurdo. Estamos tentando refazer a horta na chácara mas os animais nativos da região estão acabando com tudo", descreveu.

Uma audiência deve ser realizada nos próximos dias para tratar sobre a falta de pagamento indenizatório, porém não se sabe se os proprietários ou representantes do Nasa Park comparecerão.

No dia 13 de fevereiro, um termo de ajustamento de conduta foi celebrado após reunião entre a advogada dos empresários do condomínio de luxo e promotores do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), onde seis vítimas da tragédia aceitaram o acordo totalizado de R$ 1,3 milhão. Entre as vítimas que firmaram este acordo, está a mãe de Gabriele, Luzia Prado Lopes.

Conforme informou Gabriele a reportagem, a primeira parcela deste acordo deveria ser paga ontem (11), porém o dinheiro indenizatório ainda não caiu na conta das vítimas.

"Era para ela [Luzia] ter recebido ontem os 30% da entrada, mas ela não recebeu um real, o advogado dela ligou para a comarca de Bandeirantes mas não tinham promotores para atender. Minha mãe iria usar o dinheiro desta entrada para alugar uma casa na cidade. Enquanto estamos dependendo de um milagre para ter comida para todo mundo", disse.

Precisando gerar renda para pagar aluguel de sua moradia na cidade, Gabriele informou a reportagem que está vendendo mini ovos de chocolate, com o que conseguiu investir em ingredientes.

Para quem se interessar na compra dos mini ovos de pascoa, como uma forma de ajudar Gabriele e sua família neste momento difícil, podem entrar em contato com o seguinte número: 67 99320-4224. Retiradas de encomendas podem ser feitas no seguinte endereço: Rua Albatroz nº 453 (Morada Verde) no bairro Coronel Antonino.

ACORDOS

Um termo de ajustamento de conduta foi celebrado no dia 13 de fevereiro, após reunião entre a advogada dos empresários do condomínio de luxo e promotores do MPMS.

O valor deverá ser pago para as seis vítimas da tragédia que aceitaram o acordo, em três parcelas quadrimestrais, ou seja, a cada quatro meses (R$ 435 mil por parcela).

O órgão fiscalizador ainda citou que o documento prevê que os empresários providenciem, dentro de 30 dias a partir da assinatura do documento, a penhora de imóveis que totalizem o valor de R$ 4 milhões, para possíveis negociações com as quatro vítimas que não aceitaram o primeiro acordo indenizatório.

Dias após a celebração de acordo com a maioria das vítimas do rompimento da barragem, foi publicado no Diário Oficial do Estado que o Nasa Park solicitou ao governo uma licença ambiental para a área afetada. O pedido foi indeferimento pelo Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

No mês passado, após acordo feito com algumas vítimas do rompimento da barragem, a justiça determinou que o Nasa Park tivesse bens desbloqueados no valor de R$ 35 milhões.

QUEDA DA BARRAGEM

Na região onde o desabamento da barragem aconteceu, pelo menos 10 propriedades foram afetadas pela força da água que desceu da represa do Nasa Park.

A reportagem do Correio do Estado esteve presente no dia 20 de agosto de 2024, na zona rural entre as cidades de Jaraguari e Campo Grande, onde a água da represa passou levando tudo o que vinha pelo caminho.

À época, Gabriele relatou que não estava em casa quando a força da água levou diversos móveis, a criação de animais e a plantação de milho e mandioca que faziam parte da renda de sua família por mais de 30 anos.

Foi por questão de minutos que a família de Gabriele não foi levada pela enxurrada da barragem. Seu irmão, Thiago Andelço do Prado Lopes, foi alertado por meio de uma ligação de um vizinho de que a barragem havia cedido

MATO GROSSO DO SUL

Inmet prevê final de semana com chuvas intensas em MS

Somente em Campo Grande, a precipitação pode chegar a 30 mm somando sábado (12) e domingo (13); Porto Murtinho e Dourados devem ultrapassar a casa dos 40 mm

12/04/2025 11h00

Sábado e domingo devem acontecer fortes chuvas no estado

Sábado e domingo devem acontecer fortes chuvas no estado Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), alguns municípios sul-mato-grossenses devem receber uma grande chuva neste final de semana.

Até às 10h deste sábado (12), 23 cidades estavam em alerta laranja para tempestade. Porém, o aviso mudou para perigo potencial de chuvas intensas, englobando 32 municípios de Mato Grosso do Sul.

Com base no Climatempo, Campo Grande está previsto para receber precipitação de 3,3 mm, que no dia seguinte vai ser mais intenso, com 23,8 mm. Já cidades mais localizadas na região oeste, como Ponta Porã, este nível aumenta, com 20,4 mm hoje e 9,7 mm amanhã.

Em Aquidauana, há 86% de chance de chover 11,4 mm neste sábado, enquanto no domingo (13) deve ter 13,9 mm. Dourados, o maior município do interior, vai ter um final de semana intenso, com 18,5 mm hoje e 24,2 mm amanhã, com ambos os dias com mais de 90% de chance de chuva.

Já em Corumbá, a cidade-fronteiriça deve chegar próxima da casa dos 40 mm, sendo 12,1 mm neste sábado e 26,4 mm no domingo. Porém, Porto Murtinho é aquela que deve sofrer mais com as chuvas, com quase 50 mm somados em ambos os dias, sendo 44,9 mm somente hoje.

Aviso

O alerta de perigo potencial emitido pelo Inmet irá durar até às 10h deste domingo. Aqueles municípios que fazem parte do aviso podem receber chuvas de 20 a 50 mm, além de ventos de 40 a 60 km/h. Diante disso, o órgão aconselha que a população destas cidades não se abrigar debaixo de árvores, não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda e evitar usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada.

Previsão

Conforme o Cemtec, a previsão é de que estas chuvas irregulares continuem pelos próximos três meses em todo o Estado. Além disso, destacam os meteorologistas do instituto, “os índices de precipitação acumulada para o trimestre abril, maio e junho indicam que as chuvas ficarão abaixo da média histórica no estado do Mato Grosso do Sul”. 

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