Cidades

NÚMEROS PREOCUPANTES

Índices de depressão e suicídio em Campo Grande preocupam a sociedade

Saúde mental e fatores que levam ao suicídio precisam ser tratados e acompanhados, apontam especialistas

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Com casos isolados nos fazendo lembrar do assunto - além da campanha do Setembro Amarelo -, a prevenção ao suicídio deve ser tratada durante todo o ano, já que dados sobre saúde mental revelam um panorama preocupante nacionalmente, que chamam atenção para Campo Grande.  

Segundo a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), levantada em 2021, Campo Grande aparece como a quarta capital brasileira com mais casos de depressão.  

No ranking da depressão, a Capital de MS (com indíce 16,1%), aparece atrás apenas de Aracaju (SE); Belém (PA); Belo Horizonte (MG) e Boa Vista (RR), que marcam respectivamente 17,5%, 17,2% e 17,1%.  

Desde 2011 Pesquisas da OMS - com conhecimento e autorização do Governo Federal, através do Ministério da Saúde -, vem mostransdo que o Brasil figura entre os 3 países com maior taxa de depressão e ansiedade do mundo.  

"Já em 2017, o Brasil é considerado um dos países mais ansiosos do mundo. E toda ansiedade é prima irmã da depressão", explica Edilson dos Reis, Major Capelão RR do corpo de Bombeiros

.Coordenador Técnico do Curso de Prevenção de Suicídio do Hospital Universitário da UFMS, ele aponta que Mato Grosso do Sul se destaca tanto na questão de notificação de tentativas de suicídio, quanto em atos consumados, seja no interior ou na capital.  

Fatores

Com as notificações sendo importantes para acompanhamento e tratamento de pessoas que sofrem de depressão e ansiedade, Reis diz que esse é um assunto que precisa de uma atenção geral.  

"Porque depressão é uma doença, de alteração bioquímica, de origens diversas... principalmente se destacam a circunstancial e a patológica", afirma.  

Dr. Marcos Estevão dos Santos Moura, psiquiatra da Unimed Campo Grande, também chama atenção justamente para a depressão sazonal, que acontece justamente nos climas frios.  

"Independente disso, sabe-se que o suicídio é de causa multifatorial, em que há ação da genética, do ambiente e de alterações adquiridas no sistema nervoso central", diz.

O psiquiatra ressalta ainda a relação entre o álcoom e as drogas naqueles individuos com tendências suicídas.  

"Mais de 95% dos suicidas têm alguma doença mental, sendo a principal delas a depressão. É muito difícil saber exatamente porque o sul e o centro-oeste estão na frente em relação a esse mal, mas provavelmente a genética e a facilidade na obtenção de drogas lícitas e ilícitas nas fronteiras com a Bolívia e Paraguai contribuem muito para isso", argumenta o psiquiatra.  

Dos acompanhamentos feitos, Edilson expõe o trabalho de profissionais, como o psiquiatra, que vai tratar os sinais e sintomas com mais profundidade, e também o psicólogo, que "vai verificar a origem e dá esse suporte para esse sujeito suportar esse processo de angústia".  

Reis ressalta que Campo Grande se destaca por seu atendimento, com essa dinâmica profissional observada tanto em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), quanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).  

Situação local preocupante

Apesar do 4.º lugar em depressão já apontar para a preocupação, Campo Grande tem um desempenho ainda pior nos índices de suicídio, sem a segunda cidade brasileira com mais casos registrados.  

"É uma cidade fria nos relacionamentos interpessoais, está é uma é uma cidade em que as pessoas, elas vivem no individualismo social, ou seja, que ele você pertence a um grupo e somente aquele grupo e você não tem acesso a outros grupos", pontua Reis.  

Conforme o coordenador de prevenção ao suicídio, o próprio estigma da depressão impede que o assunto seja debatido da forma adequada.  

"Pela capacitação para padres, pastores nas casas de oração, hoje saiu um pouco desse viés de associar a depressão como algo que seja de cunho uma doença espiritual. Hoje é o contrário, é visto como uma doença orgânica e tratável", explica.

Índices da OMS apontam que 90% dos casos de suicídio podem ser evitadas, já que a doença base normalmente é a depressão.  

"A depressão é o carro chefe, uma doença sistêmica, severa, letal e progressiva. E o que chama atenção que essa doença afeta homens, mulheres, idosos e, principalmente, crianças e adolescentes", destaca reis.

Edilson ainda lembra que o estigma em cima da depressão e saúde mental, infelizmente leva o indivíduo a não falar de sua doença, dor e sofrimentio.  

"Ele vive com a sua dor, sofrimento sozinho. Ele não tem com quem falar. Isso aí não é quebrar este tabu na sociedade. Se elas (depressão e ansiedade) forem diagnosticadas, você tem uma qualidade de vida tranquila. A grande dificuldade que a gente percebe é o sujeito aderir a esse tratamento", diz.

Ainda, Edilson Reis levanta um dado que reforça a importância do acompanhamento, já que a cada 10 pessoas que cometem suicídio, 7 interromperam o tratamento medicamentoso e com o psicólogo.

Já o Dr. Marcos Estevão expõe ser difícil, nos tempos atuais, a sociedade influenciar contra o suicídio "em épocas atuais no Brasil, onde a polarização política leva a brigas, desfazendo famílias e amizades".  

Para ele, ter a ciência como ponto primordial, além das campanhas sazonais (como o Setembro Amarelo), ou a semana antidrogas e contra o uso de álcool e demais substâncias no trânsito, são benéficas para lutar contra os índices preocupantes.  

"Além disso uma melhor acessibilidade à saúde da população mais necessitada e estímulo ao esporte em ambientes abertos. Isso depende muito de vontade política, o que falta muito em nosso país", finaliza. 

 

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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