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Indonésio perde em Paris batalha por fábrica de celulose de MS

Donos da Paper alegavam falta de neutralidade da Câmara de Comércio Internacioal de SP e queriam que decisão sobre controle da Eldorado fosse tomada na Europa

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A empresa indonésia  Paper Excellence perdeu mais uma batalha na guerra pelo controle da fábrica de celulose Eldorado, de Três Lagoas. Desta vez, uma decisão da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI) negou os pedidos da Paper para tirar do Brasil a disputa arbitral que trava contra a brasileira J&F. 

Em janeiro, a Paper havia pedido à Corte que uma nova arbitragem fosse iniciada em Paris ou em outra sede no exterior, alegando que precisava de uma “jurisdição neutra”. O contrato em disputa, no entanto, definia a CCI  de São Paulo como foro para a resolução de controvérsias, conforme reportagem desta sexta-feira (14) do jornal O Globo.

Agora, com a decisão da Corte, qualquer processo envolvendo o contrato de compra e venda da Eldorado segue sendo decidido no Brasil. Assim, o novo procedimento arbitral terá que ser iniciado em São Paulo, caso a Paper decida ir adiante com uma nova arbitragem na mesma sede onde já correm outras três sobre a mesma disputa.

A decisão da CCI é uma derrota na estratégia da Paper Excellence de tirar o caso Eldorado do Brasil. Segundo informações divulgadas em janeiro, a empresa indonésia exigia que a CCI condenasse a J&F ao pagamento de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões).

Em sua petição à Corte em Paris, a Paper alegava que as derrotas que sofreu nos tribunais brasileiros no ano passado são fruto de assédio judicial da J&F que impede o cumprimento de uma sentença arbitral de 2021, que ordenou que a brasileira transferisse 100% das ações da Eldorado para a estrangeira.

LUCRO BILIONÁRIO

A disputa pelo controle da fábrica, que tem capacidade para produzir 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, se arrasta desde 2017 e envolve cifras bilionárias. No ano passado, por exemplo, a empresa teve lucro líquido de R$ 1,096 bilhão, ou R$ 3 milhões por dia, inclusive sábados, domingos e feriados. 

Mas, apesar do valor estratosférico, o lucro é 53,3% menor que o obtido ao longo dos doze meses de 2023, quando a empresa comandada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista anunciou lucro líquido de R$ 2,347 bilhões, o que significa R$ 6,3 milhões por dia. 

A queda no lucro, que aparentemente seria motivo de preocupação, porém, pode até ser comemorado pelos irmãos Batista, pois assim são obrigados a repassar valor menor para os indonésios. 

É que no ano anterior tiveram de repassar aos acionistas, a título de dividendos, o equivalente a 25% do lucro líquido, o que ajudou a capitalizar a Paper.

Por conta de uma decisão da Câmara de Comércio Internacional, tiveram repassar ao controlador da Paper, Jackson Wijaya, nada menos de R$ 280 milhões, o que equivale a pouco mais de 49% dos R$ 560,5 milhões que foram divididos entre os acionistas. 

Agora, com a queda no lucro para “apenas” R$ 1,096 bilhão, o montante total dos dividendos que terá de ser distribuído cai para R$ 274 milhões, sendo que pouco menos de R$ 137 milhões caberão ao empresário indonésio. 

Até 2023, o lucro da empresa era depositado em uma conta especial, com o aval da Paper. A partir do ano passado, porém, os acionistas indonésios passaram a exigir o repasse dos dividendos e obtiveram ganho de causa na mesma CCI que agora tentavam desconsiderar. 

O QUE DIZ A PAPER

A Paper, porém, tem outro entendimento sobre a decisão tomada em Paris. Conforme nota enviada ao Correio do Estado, "a Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional  (CCI) não negou um pedido da Paper Excellence para mudar a sede da arbitragem.

A decisão do órgão administrativo da CCI  não foi de barrar o pedido da Paper,  mas tão somente no sentido de dizer que não lhe cabe decidir sobre a questão da mudança da sede. A Corte, por sua vez, acatou um pedido subsidiário da Paper, deixando de fixar a sede da arbitragem em Paris ou mesmo em São Paulo.

A decisão de mudança da sede deve ser tomada pelo tribunal arbitral, após sua constituição. Ou seja, até o momento, não houve qualquer definição sobre o assunto".

(Reportagem editada às 11:50 do dia 17 de março para acréscimo da nota da Paper.)

MATO GROSSO DO SUL

Mesmo com 'TAC', Famílias não recebem e apontam 'quebra de contrato' do Nasa Park

Afetados pelo rompimento da barragem aguardam o pagamento da indenização pelos estragos causados há cerca de oito meses

19/04/2025 17h00

No domingo de páscoa (20) completam-se oito meses desde o rompimento

No domingo de páscoa (20) completam-se oito meses desde o rompimento Arquivo/Correio do Estado/P.R

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Cerca de quatro meses após firmar termo de ajustamento de conduta (TAC), famílias afetadas pelo rompimento da barragem do lago administrado pela A&A Empreendimentos se queixam de que o primeiro pagamento por parte dos responsáveis pelo Nasa Park não aconteceu conforme o previsto. 

Em meados de dezembro de 2024 o Correio do Estado abordou o acordo de indenização, que somou cerca de R$ 1,3 milhão para apenas sete famílias das 11 afetadas, que chegou a ser parcelado em 12 vezes. 

Conforme descrito no TAC, firmado após audiências com o Centro de Autocomposição de Conflitos e Segurança Jurídica (Compor), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os investigados concordaram com a indenização integral de sete das 11 famílias, oferecendo contraproposta para as demais. 

Esses depósitos, como bem esclarece o documento, deveriam acontecer respeitando os seguintes parâmetros: 

  1. Primeira parcela: 30% do valor em até 4 meses;
  2. Segunda parcela: 30% do valor em até 8 meses;
  3. Terceira parcela: 40% do valor em até 12 meses.

Cm o primeiro prazo vencendo na última semana, famílias alegam porém que os trinta porcento referentes ao primeiro pagamento não havia sido feito até então e, conforme os advogados, o promotor ficou encarregado de notificar os responsáveis pelo Nasa Park de que o pagamento não foi feito, para que tomem responsabilidade de executar em até 10 dias, o que deve vencer no início da semana. 

Pós-rompimento

Essa tragédia que afetou 10 propriedades e a vida de cerca de 11 famílias aconteceu há quase 8 meses, com Dona Luzia Prado Lopes sendo uma das afetadas, proprietária junto com sua família da fazenda Estaca. 

Eles alegam que não receberam os devidos valores acordados com Alexandre Alves de Abreu e Anselmo Paulino dos Santos, representantes da A & A Empreendimentos.

Sendo que para ela foi oferecido R$ 150 mil a título de reparação de danos, o filho Thiago foi quem conseguiu uma quantia um pouco mais elevada devido ao fato de que sua casa foi completamente destruída, oferecido para ele R$ 250 mil na mesma forma de pagamento de quitação em 12 meses. 

Para a filha de dona Luzia, Gabriele do Prado, a indenização até então não paga se trata de uma antecipação de tutela, proferida pela justiça em janeiro, dentro de processo contra o condomínio de luxo localizado em Jaraguari, no valor de apenas R$ 6 mil. 

Gabriele tem 4 filhos de 3, 7, 8 e 14 anos, dois dos menores usam fraldas e um deles é autista a família passa por dificuldades no pagamento de gastos sem renda fixa. "O gasto com combustível, alimentação, fraldas, remédios, aluguel, água, leite é absurdo. Estamos tentando refazer a horta na chácara mas os animais nativos da região estão acabando com tudo", descreveu.

Ela lembra que não havia qualquer plano de segurança, nem mesmo a sirene para alerta de rompimento foi tocada caso houvesse uma. 

Diante do não pagamento mais recente, ela aponta para a quebra de acordo indicando que o TAC teria sido apenas um "cala-boca" para que as famílias não denunciassem as situações vividas junto à imprensa, por exemplo. 

"O povo estava dando entrevista, minha mãe. Não tem cabimento eles fazerem acordo, para ficar quieta tantos meses para receber, daí chegar na hora e não ter pagamento. Vai fazer oito meses no dia da Páscoa, a gente não teve Natal, Ano Novo... é o famoso viver um dia de cada vez". 

Além dos pagamentos, a empresa também foi notificada a regularizar o licenciamento ambiental dos loteamentos Nasa Park I e II, bem como pausar todas as atividades até a obtenção de nova Licença de Operação. 

Sem que os pagamentos tenham sido feitos, o assunto que ronda pela região é de que a barragem do Nasa Park já estaria sendo refeita, com o intuito de que esteja cheia em breve. 

Enquanto isso, os moradores locais reclamam do descaso e abandono, sendo vítimas de picadas de cobra, ressaltando que as autoridades não estão preocupadas e não realizam sequer limpezas das áreas atingidas. 

O espaço segue aberto para posicionamento por parte de representantes do Nasa Park. 

 

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CAPITAL PÓS CHUVA

Prefeitura reforça alerta de chuvas após rastro de estragos por Campo Grande

Capital esperava até 50 milímetros de chuva e registrou regiões onde caiu quase o dobro d'água previsto, situação que deixou moradores sem sair de casa

19/04/2025 15h32

Município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas

Município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas Reprodução/Defesa Civil

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Após fortes chuvas abrirem o final de semana deixando um verdadeiro rastro de destruição por Campo Grande, a Prefeitura da Capital reforçou e estendeu o alerta da Defesa Civil até a manhã de domingo, ou seja, a previsão é de que o feriado de Páscoa de domingo (20) ainda seja "regado" de precipitações. 

O município divulgou que fica estendido até amanhã (19) o alerta para risco de chuvas intensas, reforçando os números de contato oficiais se constatada queda de galhos de árvore ou cortes de energia: 

  • 156 - solicitação de serviços
  • 193 - caso de risco elétrico 
  • 199 - Defesa Civil 

Essas chuvas trazem prejuízos para diversas áreas da Capital, desde os bairros mais periféricos aos mais nobres de Campo Grande, como os moradores da Chácara dos Poderes que viram a água subir e transformar as ruas em lagos. 

Édson Lazarotto mora há tempos na região, ele revela que não vê uma manutenção há meses "e devido às chuvas de ontem e hoje está intransitável", diz. 

Pelos registros enviados à equipe, é possível notar a subida da água da chuva, chegando até o portão das casas e impedindo a retirada do local que não seja por meio de um veículo alto. 

Demais estragos

Cabe destacar que a chuva de sexta para sábado veio muito além do previsto, anteriormente, pela Prefeitura de Campo Grande e respectiva Defesa Civil, que estipulava precipitações de até 50 milímetros por dia. 

Porém, dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que, onde choveu menos em Campo Grande o volume registrado foi de quase 60 mm. 

Na Avenida Engenheiro Amélio Carvalho de Bais com a rua Yokohama, próximo ao Jardim Panamá, o volume foi ainda maior, 98 mm de volume de chuva, que causaram derrubada de uma árvore caiu e fechou os dois sentidos da avenida, situação que se repetiu também próximo ao Cemitério Santo Antônio. 

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram que, no bairro Lageado, por exemplo, um caminhão de coleta de lixo chegou a ficar "atolado" em uma das crateras que ficaram ainda maiores com o volume de chuva. 

Já na Vila Popular, o cenário observado foi a formação de verdadeiros lagos, na rua Rádio Maia e José Barbosa Rodrigues, bem próximo da região da avenida Duque de Caxias. 

Na Avenida Gunter Hans, próximo à obra do corredor de ônibus, o barro invadiu a pista molhada e na Rua dos Rezendes, no Jardim Monte Alegre,  parte do asfalto foi arrancada e pedras entraram no caminho. 

Os estragos chegaram até mesmo ao Lago do Amor, região de muita polêmica após a última chuva forte na cidade, onde a água transbordou novamente e prejudicou os reparos que estavam sendo feitos no local, o que deve atrasar a conclusão dos trabalhos.

Conforme o meteorologista Natalio Abrahão, essas chuvas devem diminuir de intensidade e se afastar para o norte do estado, entretanto não está descartado chuvisco e nevoeiro no centro-sul de Mato Grosso do Sul, entre a noite e manhã deste domingo (20).
 

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